Texto I
Nhenhenhén - Conversa interminável, monótona. Vem do tupi nheem, falar. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, os nativos, que aqui estavam já havia séculos, não entenderam patavina da estranha falação daqueles lusitanos barbudos e emplumados que desceram de barcos tão enormes, tão esquisitos. Deu-se um diálogo de verdadeiro nhenhenhém dos dois lados, ninguém se entendia, todos perplexos. Nos dias atuais, essa antiga expressão dos silvícolas ainda permanece vivíssima. Na palavra de certos demagogos e em arengas para plenários sonolentos, por exemplo...
(COTRIM, Márcio. O Pulo do Gato 2. São Paulo: Geração Editorial, 2009. p. 25)
Ao final do texto, o autor fala em “demagogos” e “arengas”. “Demagogos” podem ser entendidos como pessoas ambiciosas que manipulam os outros para obter proveitos, e “arengas” são discursos feitos em público. Nesse sentido, ao usar essas duas palavras, o autor pretende atribuir ao termo “nhenhenhém” um sentido: