SóProvas


ID
1765735
Banca
FGV
Órgão
Prefeitura de Niterói - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto 1 – Cercados de objetos por todos os lados

      Nunca possuímos tantas coisas como hoje, mesmo que as utilizemos cada vez menos. As casas em que passamos tão pouco tempo são repletas de objetos. Temos uma tela de plasma em cada aposento, substituindo televisores de raios catódicos que há apenas cinco anos eram de última geração. Temos armários cheios de lençóis; acabamos de descobrir um interesse obsessivo pelo “número de fios”. Temos guarda-roupas com pilhas de sapatos. Temos prateleiras de CDs e salas cheias de jogos eletrônicos e computadores. Temos jardins equipados com carrinhos de mão, tesouras, podões e cortadores de grama. Temos máquinas de remo em que nunca nos exercitamos, mesa de jantar em que não comemos e fornos triplos em que não cozinhamos. São os nossos brinquedos: consolos às pressões incessantes por conseguir o dinheiro para comprá-los, e que, em nossa busca deles nos infantilizam. [...]

      Exatamente como quando as marcas de moda põem seus nomes em roupas infantis, uma cozinha nova de aço inoxidável nos concede o álibi do altruísmo quando a compramos. Sentimo-nos seguros acreditando não se tratar de caprichos, mas de investimento na família. E nossos filhos possuem brinquedos de verdade: caixas e caixas de brinquedos que eles deixam de lado em questão de dias. E, com infâncias cada vez mais curtas, a natureza desses brinquedos também mudou. O Mc Donald’s se tornou o maior distribuidor mundial de brinquedos, quase todos usados, para fazer merchandising de marcas ligadas a filmes. [...]

      Na minha vida, devo admitir que andei fascinado pelo brilho do consumo e ao mesmo tempo enojado e com vergonha de mim mesmo diante do volume do que nós todos consumimos e da atração superficial, mas forte, que a fábrica do querer exerce sobre nós.

                            (Sudjic, Deyan. A linguagem das coisas, Rio de Janeiro: Intrínseca, 2010.) 

“Nunca possuímos tantas coisas como hoje, mesmo que as utilizemos cada vez menos".

A forma de reescrever esse período do texto 1 que indica incorreção ou modificação de seu sentido original é: 

Alternativas
Comentários
  • Concessivasintroduzem uma oração que expressa ideia contrária à da principal, sem, no entanto, impedir sua realização. São elas: embora, ainda que, apesar de que, se bem que, mesmo que, por mais que, posto que, conquanto, etc.

  • Entretanto: Conjunção Coordenativa Adversativa
    Apesar de, conquanto, não obstante, malgrado: Conjunções Subordinativas Concessivas

    Diferença entre concessiva e adversativa:
    Ambas expressam ideia de contrariedade, porém as adversativas mostram duas ideias distintas e contrárias, acentuando a mais importante. Ex.: Ele é um bom político, mas rouba

    As concessivas, que também demonstram contrariedade (de forma mais suave), mostra uma quebra de expectativa, uma exceção, destacando a menos importante do período (ou seja, o normal seria acontecer uma coisa, mas acontece outra).
    Concessão = permissão com exceção.
    Ex.: Embora seja um ótimo jogador, Lucas ficou no banco 

  • Lendo sem atenção parecia estar escrito " No entanto"

  •  As orações subordinadas adverbiaiconcessivas indicam concessão às ações do verbo da oração principal, isto é, admitem uma contradição ou um fato inesperado. A ideia de concessão está diretamente ligada ao contraste, à quebra de expectativa. 

    Principal conjunção subordinativa concessiva: EMBORA

    Utiliza-se também a conjunção: conquanto e as locuções ainda que, ainda quando, mesmo que, se bem que, posto que, apesar de que.

    Observe este exemplo:

    Só irei se ele for.

    A oração acima expressa uma condição: o fato de "eu" ir só se realizará caso essa condição for satisfeita.

    Compare agora com:

    Irei mesmo que ele não vá.

    A distinção fica nítida; temos agora uma concessão: irei de qualquer maneira, independentemente de sua ida. A oração destacada é, portanto, subordinada adverbial concessiva.

    Observe outros exemplos:

    Embora fizesse calor, levei agasalho.
    Conquanto a economia tenha crescido, pelo menos metade da população continua à margem do mercado de consumo.
    Foi aprovado sem estudar(= sem que estudasse / embora não estudasse). (reduzida de infinitivo)


    fonte:http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint42.php
  • Entretanto e No entanto = porém, todavia, não obstante etc.

    No entretanto (em desuso) = entrementes, ínterim, meio-tempo. 
  • Fiquei em dúvida entre a C e a E, porque na C está escrito desta forma.

    Nunca possuímos tantas coisas como hoje, não obstante utilizarmo-las cada vez menos.

    E a dúvida que fiquei foi que a conjunção não obstante não deveria chamar o pronome para perto de si, se alguém puder me ajudar com essa dúvida fico grato.
  • e) No entanto*

  • Escrotagem da banca. "Não obstante" é adversativa, e não concessiva. Questão passível de anulação, pois indica modificação, como foi pedido também no enunciado.

  • A FGV gostou desse "no entretanto" em 2015. Veja uma questão semelhante:

    A frase “Mas é bom falar nelas em momentos de escassez de esperança" foi reescrita de várias formas, abaixo indicadas; a forma que mostra incorreção ou modificação do sentido original é:


  • Substituiu uma conjunção subordinativa por uma coordenativa, mudou o sentido.

  • qual seria o sentido de "malgrado" nessa frase?

  • O sentido de malgrado é mesmo de embora e conquanto. É uma conjunção concessiva.

    Quanto à questão e em resposta a alguns dos comentários abaixo: eu penso que, pelo sentido, dá pra perceber que todas as conjunções exercem o mesmo "efeito" na frase -  a de que temos coisas demais apesar de utilizarmos o que temos cada vez menos. Usar uma conjunção adversativa aí não faz com que a ideia da frase mude, olha só: "nunca possuímos tantas coisas como hoje... entretanto, as utilizamos cada vez menos". Existe uma linha tênue entre o que é refletido pelas concessivas e o que é ecoado pelas adversativas... "estava chovendo... contudo, eu fui ao parque" converge a mesma ideia de "embora chovesse, eu fui ao parque": a ideia de que chovia e mesmo assim você foi ao parque!

    Fiquem à vontade para discordar, mas por mais que seja benéfico decorar todas as conjunções e suas aplicações gerais, é muito difícil acertar uma questão de conjunção se você abandona o pensamento de "O que faz sentido nessa frase? Como essa conjunção está funcionando e quais outras conjunções poderiam convergir a mesma ideia?". Fernando Pestana diz que o único jeito de acertar tudo de conjunção é decorando cada uma e de fato, ele está corretíssimo, visto que existem questões que só podem ser resolvidas dessa maneira. Mas se você tem tudo na ponta da língua e começa a pensar só no lado objetivo e decorado da parada, isso sem dúvida pode te prejudicar, tipo numa questão dessas.

    Mas mesmo se você não concorda e/ou não conseguiu perceber o mesmo sentido em todas as frases, era uma questão de eliminar o mais óbvio: no entretanto não existe e é feião... Então tudo acaba sendo mais uma questão de atenção ao enunciado e eliminação do que está com absoluta certeza muito errado. :D

  • Errei porque pensei que "não obstante" tivesse unicamente sentido de adversativa, mas pesquisando vi que também pode ser concessiva. (Vivendo e aprendendo!)

     

  • NÃO OBSTANTE:

    SEGUIDO DE UM VERBO NO INDICATIVO SERÁ ADVERSATIVA.

    SEGUIDO DE UM VERBO NO SUBJUNTIVO SERÁ CONCESSIVO.

  • Malgrado  (preposição) = apesar de, não obstante.

  • Ana, 

    Indica oposição a uma outra ideia já exposta mas, que não é impeditiva. ex: ( iriam fazer uma tentativa, malgrado a dificuldade). = apesar de , não abstante
  • Não obstante + verbo no subjuntivo, infinitivo ou sem verbo = CONCESSIVA

    - Não obstante estudasse muito todos os dias, não passou no concurso. → subjuntivo

    - Não obstante fazer o trabalho, foi reprovado. → infinitivo

    - Não obstante o calor, ficou com a blusa. → sem verbo


    Não obstante + verbo no indicativo = ADVERSATIVA

    - Foi derrotado, não obstante está feliz.

    - Sofreu um acidente grave, não obstante se encontra bem


    Fonte: Prof. Fernando Pestana


    obs: (Dúvida minha) no item c, pelo fato do não obstante ser conjunção subordinativa o pronome "las"(utilizarmo-las) não deveria ser atraído para próximo dela, ocorrendo a próclise, assim: não obstante as utilizarmos cada vez menos??


  • Absurda essa resposta!!!!!!! Sacanagem pura da banca!!!!!!!!!!! 

  • Alguém pra ouvir meus desabafos a respeito do meu péssimo desempenho em português :(

    Essa eu acertei mas... aihhh
  • não entendi essa!!

  • A questão pede onde está o erro. No entretanto não existe é No Entanto !

  • falta de atenção

  • "utilizarmo-las" nem sabia que existia '-'

  • sou horrível em conjunção mas acertei por analisar o verbo. Utilizemos está no presente do subjuntivo e na letra "e" está no indicativo. Alguém mais observou isso?

  • Mesmo que = Concessiva.

  • Gabarito E


    Conjunção subordinada adverbial concessiva - mesmo que, conquanto, apesar de, não obstante, malgrado.

    Letra A, B, C, D


    Conjunção subordinada adverbial temporal - no entretanto

    Conjunção orações coordenadas adversativas- no entanto, entretanto

    Letra E


    https://pt.wikibooks.org/wiki/Portugu%C3%AAs/Classifica%C3%A7%C3%A3o_das_palavras/Conjun%C3%A7%C3%B5es

  • Hugo Teles, é pq a questao perguntou quanto a mudanca ou incorrecao de SENTIDO e nao incorrecao ou mudanca SINTATICA.

  • Achei bem ambíguo esse enunciado:

    (...) que indica incorreção ou modificação de seu sentido original é:

     

    "de seu sentido original" refere-se somente à incorreção, somente à modificação ou às duas?

    Enfim, mesmo que se referira à INCORREÇÃO gramatical como falou o professor, acredito que a letra C está errada também devido ao uso da ênclise após conjunção subordinativa como já disse o Hugo Tales.

     

  • É interessante observar como as bancas estão alterando a forma de questionar!

    Vai uma dica: Toda vez que a banca utilizar no enunciado o comando "Mudança de direção argumentativa", ela estará se referindo ao uso de conjunção com valor semântico de adversidade. Foi dessa forma que pude identificar o que a banca queria.

  • Não obstante-->  é uma locução conjuntiva de valor adversativo (igual a "mas, porém"). Lembrar que a próclise só se configura quando uma conjunção subordinativa atrai o pronome para antes do verbo.

  • Marco Jr., não obstante pode ser utilizada como concessiva também. Como é o caso da letra C.

  • O que acontece é que no entretanto é forma de dizer um pouco antiquada.

    Caiu em desuso. Atualmente dizemos apenas entretanto ou então no entanto, como soar melhor: (Dicionário de Questões Vernáculas - Ed. Atica, 4ª ed.,  p. 364) Significa "entrementes", "meio-tempo", "ínterim".

  • "NÃO OBSTANTE"  pode ser CONCESSIVA (se der pra substituir por "embora") OU ADVERSATIVA (se der pra substituir por "porém" ou outra adversativa).

     

  • Sobre no entretanto, que soou estranho para a maioria de nós, ele é classificado como uma locução adverbial de tempo. Isso é o que consta na gramática do ilustríssimo Fernando Pestana.

  • Na letra C tem erro de colocação pronominal. Não?

  • C (CORRETA) Entendo que o a conjunção "não obstante" assume valor adversativo, seguido pelo verbo "utilizarmo-las"no inifinitivo flexionado. razão pela qual a êncilse é permitida.

  • não seria "utilizarmo-nas"? 

  • Airanan, ao fazer as questões da FGV referente ao Português, ela não costuma a se basear muito no Pestana.
    Tem algumas questões que contraria o que ele diz, mas a banca permanece com o gabarito.

    Complicado, mas temos que continuar estudando.

  • No entretanto NO ECXISTE!

  • Eu amo um homem e o nome dele é ALEXANDRE SOREXXXX

  • Se a banca pedisse para marcar a correta, o gabarito seria qualquer uma das quatro primeiras alternativas, o resto ela daria como erradas.

  • Errei porque fui analisar primeiro o sentido.

    Dica do professor Alexandre Soares!

     Toda vez que a questão falar em prejuízo gramatical e/ou modificação de sentido, primeiro procure o problema gramatical porque, às vezes, a mudança de sentido é tão sutil que ficará muito mais difícil para entender. Mas gramaticalmente não.

     

    e) no entretanto não existe

    O correto é: entretanto ou no entanto

  • Só pra esclarecer: no entretanto existe sim.

  • O erro está na letra “E”: no entretanto não existe. “No entanto” é conjunção adversativa.

    Os conectivos usados nas letra A, B, C e D (Conquanto, apesar de, não obstante, malgrado) são todos concessivos e levam o verbo para o subjuntivo.

    Gabarito letra E.

    Fonte: Prof. Felipe Luccas

  • vale destacar que

    não obstante” pode ser locução conjuntiva adversativa (seguido de verbo indicativo) ou concessiva(verbo subjuntivo) ou locução prepositiva (sem verbo ou verbo infinitivo).

    1.   Gasta-se muito aqui, não obstante compensa.

    2.   Não obstante haja vantagens, não vale a pena.

    3.   Não obstante ter acordado, voltou a dormir.

  • "no entretanto" kkkkkkkkkkkkkkkkkk

  • No entretanto é osso kkkkkkkkk

  • Eu falando com a sogra: "no entretanto" kkkkkkkkkkkkkkkl

  • Ok! Entendi a questão do erro em relação ao no entretanto. Mas em si tratando de colocação pronominal, o item C está correto, visto que conjunção subordinativa é atrativa?

    c) Nunca possuímos tantas coisas como hoje, não obstante utilizarmo-las cada vez menos.

  • REGRA: "malgrado" é conjunção concessiva = apesar de, não obstante, apesar de

    EXCEÇÃO: preposição acidental: "Malgrado [contra] a chuva, resolvi sair de casa"

  • FGV ama "no entretanto"