SóProvas


ID
1768384
Banca
FUNCAB
Órgão
ANS
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                Arquimedes, o bom repórter

      Faz parte do meu ofício inventar. Mentir, sem qualquer consideração teológica. Preencher as páginas em branco, esforçando-me por criar heróis mesquinhos e sublimes. Um ofício que se funde com as adversidades do cotidiano e que, pautado por uma estética insubordinada, comporta todas as escalas morais, afugenta os ideários uniformizadores.

      A literatura brota de todos os homens, de todas as épocas. Sua ambígua natureza determina que os escritores integrem uma raça fadada a exceder-se. Seus membros, como uma seita, vivem na franja e no âmago da realidade, que constrange e ilumina ao mesmo tempo. E sem a qual a criação fenece. A arte dos escritores arregimenta a sucata e o sublime, o que se oxida em meio aos horrores, o que se regenera sob o impulso dos suspiros de amor. Apalpa a matéria secreta que sangra e aloja-se nos porões da alma.

      Há muito sei que a escrita não poupa o escritor. E que, ao ser um martírio diário, coloca-o a serviço do real. E enquanto este mero exercício de acumular palavras, de dar-lhes sentido, for um ato de fé no humano, a literatura seguirá sendo protagonista do enigma que envolve vida e morte. Uma arte que geme, emite sinais, desenha signos, e que constitui uma salvaguarda civilizadora perante a barbárie. Em cujas páginas batalha-se pelo provável entendimento entre seres e situações intoleráveis. Como se por meio de certos recursos estéticos fosse possível conciliar antagonismos, praticar a tolerância, ativar sentimentos, testar os limites da linguagem e da ambiguidade da solidão humana. Salvar, enfim, os seres trágicos que somos.

    Não sei ser outra coisa que escritora. Já pelas manhãs, enquanto crio, apalpo emoções benfazejas, sentimentos instáveis, a substância sob o abrigo do sinistro e da esperança. Tudo o que a realidade abusiva refuta. É mister, contudo, combater os expurgos estéticos para narrara história jamais contada.

      A criação literária, porém, que se faz à sombra da comunidade humana, aproximou-me sempre daqueles cujas experiências pessoais eram vizinhas no ato de escrever. Por isso, desde a infância, senti-me irmanada aos jornalistas no uso das palavras e na maneira de captar o mundo. E a tal ponto vinculada aos jornais que nos vinham a casa, já pelas manhãs, que disputava com o pai o privilégio de lê-los antes dele. De aproximar-me destas páginas vivazes que, arrancando-me da sonolência, proclamavam que a vida despertara antes de mim. O drama humano não tinha instante para começar, precedera-me há horas, há milênios.

PINON, Nélida. Aprendiz de Homero. Rio de Janeiro: Editora Record,2008,p.81-82,fragmento.

Quanto à estrutura e formação, as palavras “ insubordinada ” , “jornalistas ” e “abrigo ” são classificadas, respectivamente, como:

Alternativas
Comentários
  • INSUBORDINADA: In + subordinada ->  Derivação prefixal

    JORNALISTA: Jornal + ista -> Derivação Sufixal

    ABRIGO: Abrigar ( verbo) : Abrigo ( substantivo) -> Derivação Regressiva

    GAB.: E
  • A palavra Insubordinada, não seria uma derivação prefixa e sufixal de subordinar? 

  • desalmado -

    radical : alm

    prefixo : des

    sufixo : ado 


    Agora eu pergunto : Por que a palavra insubordinada não decorre de derivação parassintética ?

  • BOA QUESTÁO. Derivação prefixal / derivação sufixal / derivação regressiva.

  • Porque o verbo "insubordinar" existe, logo, insubordinação não poderia ser parassíntese.

  • INSUBORDINADA ....... IN SUBORDINAR ........ PREFIXAL

    JORNALISTAS ........ JORNAL ISTAS ......... SUFIXALABRIGO ......... ABRIGAR ......... ABRIGO ........ DERIVAÇÃO REGRESSIVA
  • Concordo com o Orlando Werner.

    A meu ver, a palavra insubordinada é derivação prefixal e sufixal de subordinar. in + subordinar + ada. Assim, também não dá pra falar em parassíntese porque é possível formar uma palavra excluindo um dos afixos, mas aparentemente parece ser derivação prefixal e sufixal.

    Alguém pode esclarecer por favor?

  • Ameno e Orlando.

    Derivação prefixal e sufixal é quando retira algum dos afixos e ela ainda continua com sentido....

    Retirem um dos afixos da palavra insubordinada..

    Ex: in-- subordinada = ok, aqui ficou perfeito ...

          insubordin--ada = vocês conseguem entender o que significa ? pois é ...por isso não é uma DERIVAÇÃO PREFIXAL E SUFIXAL...

  • Concordo com Ameno e Orlando, professor pode por favor esclarecer?

  • Essa palavra INSUBORDINADA me matouuuuuuuu........E aí, QUEM ESTÁ CERTO?

  • Na palavras jornalistas, eu não poderia ordenar como jorna-listas não? Isso quebrou minhas pernas.

  • jornalista= por que não pode ser composição por aglutinação? Questão viajada Jornal+lista= jornalista

  • Ponto

  • a composição por aglutinação nao pode se CIEL SILVA, porque não ocorre perda de unidade fonética.

  • Etimologia

    in- + subordinação

     

     

     

  • e)derivação prefixal / derivação sufixal / derivação regressiva.

    derivação prefixal ocorre quando um prefixo é usado, ao passo que derivação sufixal é quando um sufixo (afixo no final) é usado. derivação regressiva ocorre quando um verbo perde uma letra para originar um substantivo: combater - combate, lutar - luta etc

     

     

  • • A  palavra “jornalistas ” não poderia tb ser uma composição por aglutinação como consta na D?

     

    Jornal + Lista : “jornalistas”  

  • abrigo é um substantivo concreto, como seria derivação regressiva? Poderiam consultar o Celso Cunha antes de elaborar essas questões sem sentido.