SóProvas


ID
1771321
Banca
FGV
Órgão
PGE-RO
Ano
2015
Provas
Disciplina
Direito Processual Penal
Assuntos

Luciana foi denunciada pelo Ministério Público pela prática de um crime de furto de energia. O juiz em atuação na Vara Criminal em que corre a ação penal é irmão do pai de Luciana. Ademais, o serventuário da Justiça que atuaria na hipótese é devedor da acusada em razão de contrato de locação. Considerando a situação narrada, é correto afirmar que:

Alternativas
Comentários
  •  Art. 112. O juiz, o órgão do Ministério Público, os serventuários ou funcionários de justiça e os peritos ou intérpretes abster-se-ão de servir no processo, quando houver incompatibilidade ou impedimento legal, que declararão nos autos. Se não se der a abstenção, a incompatibilidade ou impedimento poderá ser argüido pelas partes, seguindo-se o processo estabelecido para a exceção de suspeição.

     Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que (IMPEDIMENTO):

    IV - ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim em linha reta ou colateral até o terceiro grau (SOBRINHO), inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito.

    Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes:

    V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes;


  • Complementando a explicação do colega Miguel Angelo temos também o artigo 274 do CPP que diz: "As prescrições sobre suspeição dos juízes estendem-se aos serventuários e funcionários da justiça, no que lhes for aplicável.''

  • Só para ajudar a memorizar a diferença entre impedimento e suspeição:


    O impedimento SEMPRE se trata de uma questão referente ao âmbito judiciário, seja dentro do processo em questão ou em outro:

    Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que:

      I - tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado, órgão do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito;

      II - ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido como testemunha;

      III - tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a questão;

      IV - ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito.


    A suspeição SEMPRE se trata de uma questão referente ao âmbito pessoal do juiz ou do serventuário:

    Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes:

      I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles;

      II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia;

      III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consangüíneo, ou afim, até o terceiro grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes;

      IV - se tiver aconselhado qualquer das partes;

      V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes;

      Vl - se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo.





  • Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que: (Impedimento)
    I - tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado, órgão do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito;

     

    Portanto, se o juiz é tio da acusada, consequentemente ele é um parente em linha colateral de 3º grau e deve declarar-se impedido de atuar no processo.

     

    Em relação aos serventuários, aplica-se o artigo 274 do CPP: "As prescrições sobre suspeição dos juízes estendem-se aos serventuários e funcionários da justiça, no que lhes for aplicável.''

     

    Gab: D

  • Completando o comentário de leno:

     

    A suspeição do serventuário se dará de acordo com as disposições do artigo 254, V, CPP, vez que o mesmo é devedor da Ré. In verbis:

     

    Art. 254.  O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes:

    V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes;

  • Regras de impedimento e suspeição cabe ao: Juíz, serventuários, promotores

    Impedimento: Não pode atuar no processo de forma alguma, existe deslocamento de função

    Suspeição: existe a possibilidade de atuar no processo

  • O juiz é tio da acusada, ou seja, é parente colateral de 3º grau. Sendo assim, incide a causa de impedimento prevista no art. 252, IV, pois sua sobrinha é parte no feito. Em relação ao serventuário da Justiça, que é devedor da acusada, a ele são aplicáveis as prescrições sobre suspeição do magistrado, nos termos do art. 274 do CPP. Ou seja, se o juiz é suspeito por ser devedor da parte, em previsão disposta no art. 254, V, tal prescrição também estende-se ao serventuário da Justiça. Assim, este estaria suspeito de atuar na causa. Letra 'd' correta. 

    Art. 252.  O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que:

    IV - ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito.

     

    Art. 254.  O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes:

    V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes;

     

    Art. 274.  As prescrições sobre suspeição dos juízes estendem-se aos serventuários e funcionários da justiça, no que Ihes for aplicável.

     

    robertoborba.blogspot.com.br

  • Somente as regras de suspeição se estendem aos serventuários e funcionários da justiça? 

  • cidade pequena

  •  d) o juiz deverá reconhecer seu impedimento e ao serventuário são aplicáveis as prescrições sobre suspeição do magistrado;

     

     

    Melhor comentário: Roberto Borba

  • Gab D

    O juiz é impedido pelo parentesto, já o serventuário é suspeito, sendo devedor.

  • Pessoal, CUIDADO!

    O comentário de ELIAS F. versa sobre a suspeição no NOVO CPC.
     No caso do Processo penal é diferente. 

  • O juiz está impedido, porque há parente seu — até terceiro grau em linha reta ou colateral — atuando como parte no processo (Fundamento: Art. 252, IV do CPP).


    O serventuário é suspeito, porque é devedor da parte (Fundamento: Art. 254, V do CPP) e porque as prescrições relativas às suspeições dos juízes são estendidas aos serventuários da justiça (Fundamento: Art. 274 do CPP).


    Gabarito: D.





  • ---> Luciana é parte e sobrinha do juiz = causa de impedimento ao magistrado.

    Art. 252.  O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que:

    IV - ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito

    ----> Aos serventuários aplica-se as causas de SUSPEIÇÃO do juiz (art. 274, CPP).

    Serventuário era devedor da acusada = suspeição

    Art. 254.  O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes:

    V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes;

    Qualquer erro, mande uma mensagem.

    #AVANTE

  • Qual erro da A? Que o serventuário é suspeito não há dúvida. A dúvida é se ele tem que se declarar de ofício ou não. Se ele não tem que se declarar suspeito de ofício e a parte não apontar, então ele pode sim continuar.
  • Nesse caso o juiz é tio da ré, ou seja, uma causa de impedimento

    Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que:

      

    I - tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim, em linha 

    reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado, órgão do 

    Ministério Público, autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito;

    II - ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido como 

    testemunha;

    III - tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato 

    ou de direito, sobre a questão;

    IV - ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim em linha 

    reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado no 

    feito.

    Já ao serventuário da justiça, encontra-se suspeito, nos termos do seguinte art.:

    Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser 

    recusado por qualquer das partes:

      

    I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles;

    II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a 

    processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia;

    III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consangüíneo, ou afim, até o terceiro 

    grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por 

    qualquer das partes;

    IV - se tiver aconselhado qualquer das partes;

    V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes;

    Vl - se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no 

    processo.

    Alternativa D

  • O Juiz além de estar devidamente investido no cargo e ser competente para o julgamento da ação, também deve ser imparcial, prevendo a lei três de hipóteses de afastamento quando da perda da imparcialidade, sendo estas: 1) impedimento; 2) incompatibilidade e 3) suspeição.


    As hipóteses de suspeição decorrem de fatos e circunstâncias que estão fora do processo, têm relação extraprocessual, visto que se referem a questões subjetivas, como a amizade e a inimizade do magistrado com as partes e as hipóteses de incompatibilidade em regra estão nas leis de organização judiciária.


    Já as situações de impedimento são objetivas e estão taxativamente previstas no artigo 252 do Código de Processo Penal.


    A) INCORRETA: No caso hipotético o juiz estará impedido por ser parente da denunciada na linha colateral em terceiro grau, hipótese de impedimento prevista no artigo 252, IV, do Código de Processo Penal. A presente afirmativa está incorreta pelo fato de que está presente causa de suspeição do serventuário prevista no artigo 254, V, c/c 274, do Código de Processo Penal.


    B) INCORRETA: Não se trata de hipótese de suspeição do juiz prevista no artigo 254 do Código de Processo Penal, trata-se de hipótese de impedimento prevista no artigo 252, IV, do citado Codex. Com relação ao serventuário está presente causa de suspeição prevista no artigo 254, V, c/c 274, do Código de Processo Penal.


    C) INCORRETA: Com relação ao juiz está presente causa de impedimento e no que tange ao serventuário está presente causa de suspeição, presentes, respectivamente, nos artigos 252, IV e 254, V, c/c 274, do Código de Processo Penal.


    D) CORRETA: Com relação ao magistrado está presente uma das hipóteses de impedimento e com relação ao serventuário uma das causas de suspeição, vejamos:


    “Art. 252.  O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que:

    (...)

    IV - ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito.


    Art. 254.  O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes:

    (...)

    V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes;


    Art. 274.  As prescrições sobre suspeição dos juízes estendem-se aos serventuários e funcionários da justiça, no que Ihes for aplicável."     


    E) INCORRETA: A presente afirmativa está incorreta pelo fato de que o caso hipotético não traz hipótese de suspeição, trata-se de hipótese de impedimento do magistrado.


    Resposta: D


    DICA: tenha muito zelo ao ler o edital e a legislação cobrada, com muita atenção com relação às leis estaduais e municipais previstas. 



  • Serventuário - Suspeição (art 274)

    Juiz - impedimento pelo artigo 252....

    Juiz também pode estar na suspeição, mas o caso em tela versa sobre Parente até o 3º grau ( impedimento). Nesse caso ele NÃO pode exercer a jurisdição