Gruber (1993: 2-3) estabeleceu um conjunto preliminar de critérios de delineamento de ontologias, que reportamos a seguir:
(a) Clareza (Clarity), que trata, justamente, da objetividade da definição, uma vez que “a ontologia deve efetivamente comunicar o significado pretendido dos termos definidos” (p. 2). As definições em uma ontologia devem ser independentes de contextos sociais ou computacionais; dá-se preferência àquelas completas em detrimento das parciais, e a sua documentação deve ser em língua natural;
(b) Coerência (Coherence), i.e., as definições existentes em uma ontologia devem ser coerentes. Ao definirmos, podemos informalmente citar um exemplo. Se a definição e o exemplo estiverem, porventura, em desacordo, a ontologia estará incoerente;
(c) Extensibilidade (Extendibility), ou seja, uma ontologia deve ser capaz de, a qualquer momento, receber novos termos de maneira que não seja necessária a revisão das definições já existentes;
(d) Mínima codificação (Minimal encoding bias): “Uma codificação resulta quando escolhas representativas são puramente feitas para a conveniência da notação ou implementação” (p. 3). Tais codificações devem ser minimizadas já que os agentes do conhecimento compartilhado podem ser implementados em diferentes sistemas e estilos de representação;
(e) Mínimo compromisso ontológico (Minimal ontological commitment) em que o número de compromissos ontológicos deve ser minimizado, a fim de maximizar o reuso. Eles devem ser suficientes para suportar as atividades de conhecimento compartilhado almejadas.
Fonte: http://www.nilc.icmc.usp.br/nilc/download/palavra_kasama_zavaglia.pdf