Os impactos do El Niño no Brasil são bastante variados, haja vista que o território brasileiro possui dimensões continentais e, portanto, uma elevada diversidade climática. Em algumas áreas, o El Niño produz secas extremas; em outras, ele apenas eleva as temperaturas, ao passo em que chuvas torrenciais acometem determinadas regiões.
Para resumirmos essa grande complexidade de acontecimentos, podemos assim sintetizar ainfluência do El Niño no Brasil:
Região Norte – redução das chuvas nas porções leste e norte da Floresta Amazônica, caracterizando algumas estiagens cíclicas para a região da floresta e aumento de problemas com as queimadas.
Região Centro-Oeste – aumento das chuvas durante o verão e elevação intensiva das temperaturas na segunda metade do ano, quando já faz muito calor.
Região Nordeste – secas severas nas áreas centrais e norte da região Nordeste, afetando, principalmente, a região conhecida como Polígono das Secas, que passa a viver crises dramáticas relativas à escassez hídrica.
Sudeste – Aumento das temperaturas durante o inverno e intensificação do regime de chuvas.
Sul – Manifestação de chuvas torrenciais, muito acima das médias históricas para a região, além da intensificação das temperaturas.
Mesmo com todas essas alterações climáticas, é errado o pensamento existente entre muitas pessoas de que o El Niño seja algo “ruim” ou “maléfico” ou que ele provocaria uma “bagunça climática”. No caso da seca do Nordeste, por exemplo, a “culpa” não é só do El Niño, mas da ausência de investimentos públicos para abastecer a população local. No Sul, embora as chuvas excessivas causem problemas, a preparação para elas com planejamento adequado evitaria graves catástrofes.
Um exemplo curioso aconteceu no Sudeste do Brasil no ano de 2014. Com a intensificação do calor e o prolongamento de uma seca que, além de outros fatores, contribuiu para a redução das reservas hídricas, sobretudo na cidade de São Paulo, torceu-se muito para que o El Niño voltasse a aparecer. Isso aconteceu porque, caso o fenômeno se manifestasse (o que não se confirmou no referido ano), as chuvas poderiam manifestar-se acima da média no verão seguinte, além de reduzir o período de estiagem para o restante do ano.
Disponível em: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/influencia-el-nino-no-brasil.htm (Acesso em 16/01/2016).