Gabarito letra "A"
Potyara & Siqueira (2014) nos chamam atenção acerca do trato do Estado frente às políticas sociais na contemporaneidade: “vários estudos, como os de Wacquant, indicam a prevalência contemporânea de um “Estado penal” que, rejeitando a ética da proteção social, criminaliza e pune os pobres, os diferentes, os desiguais, os estranhos, que não conseguiram se colocar acima ou à parte do vasto sistema de insegurança social capitalista. Nesse sistema, pontua Wacquant, referindo-se à América do Norte, só escapa “a alta nobreza das empresas e do Estado” (2006, p. 24), o que revela o paroxismo a que chegou a divisão de classes numa época em que muitos acreditam não mais existir classes sociais. Efetivamente, sob a égide do Estado penal, as políticas de enfrentamento à pobreza e à desigualdade social tornaram-se antissociais (Pereira-Pereira, 2009). E, como tal, desincumbiram-se de quaisquer responsabilidades que possam caracterizar deveres do Estado e direitos dos cidadãos. Pautadas por uma ortodoxia moralista burguesa, que contrapõe o mérito ao direito e a autorresponsabilização individual à proteção social pública, tais políticas — a despeito de se manter contraditórias e, por isso, passíveis de reversões — têm apenado a quem mais delas precisam — os cidadãos que vivem do seu trabalho — e privilegiado os interesses do capital. É o que será discutido a seguir ”.
http://www.scielo.br/pdf/sssoc/n119/a03n119.pdf