SóProvas


ID
1799122
Banca
BIO-RIO
Órgão
EMGEPRON
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO

SUPOSTOS E SUSPEITOS NA ORDEM DO DIA

Deonísio da Silva, O Globo, 2/2/2014 

    Vários profissionais estão desconcertados com o português de boa parte da mídia, mas não apenas com erros de ortografia, mais leves; ou de sintaxe, mais graves, por ferirem a lógica e confundirem os leitores. Sua perplexidade é com ataques absurdos como o seguinte: o bandido é flagrado com arma na mão, confessa o crime diante de câmeras e microfones, sem nenhum tipo de coação, e, às vezes, reconhece, orgulhosamente, que o sujeito filmado pelos sistemas de vigilância de lojas ou residências é ele, sim, o meliante. E ainda assim boa parte da mídia o denomina “suposto assaltante”, “suspeito de crime” e outras delicadezas.
    Escrever bem começa pelo seguinte: dar às coisas o nome que as coisas têm. E não é só em relação a assaltantes e gatunos, não. São assustadoras as indulgências concedidas a esses políticos corruptos. Elas são mais perigosas do que aquelas dadas aos bandidos comuns. Quando vão parar nos presídios, irrompe na cena a cara de pau adicional de simular esmolas recebidas para lhes custear as multas aplicadas pela autoridade competente. Esmolas de meio milhão de reais! O Brasil acaba de criar o mendigo de elite, que é o bandido político.
    Gozam dos benefícios dos eufemismos citados também políticos de outros países. “Suposto” e “suspeito” vêm sendo palavras curingas e têm servido para tudo, principalmente para substituir o que significa outra coisa.
    Suposto quer dizer admitido por hipótese. Deixamos a palavra ali embaixo de “posto”, aguardando que a palavra seja apurada. Suspeito tem o significado de alguém do qual desconfiamos, que tenha feito algo que ele até pode negar. Porém, quando supostos e suspeitos admitem ou confessam, sem coação nenhuma, que foram os autores do que lhes é atribuído, eles não são mais suspeitos nem supostos.
    Podemos fazer pouco, mas podemos ao menos contar ao distinto público as coisas como as coisas são. E para isso as palavras são outras, a sintaxe é outra, a lógica é outra.

“Suspeito tem o significado de alguém do qual desconfiamos, que tenha feito algo que ele até pode negar”.

Em lugar de “do qual”, a forma mais adequada do relativo, nesse caso, é:

Alternativas
Comentários
  • desconfiamos de alguém?  (de quem)

  • CUJO

    CUJA

     

    1. O pronome relativo CUJO só pode ser empregado com ideia de POSSE.

     

    2. Tem de ser empregado entre DOIS SUBSTANTIVOS (concorda com o substantivo posterior).

     

    3. Não aceita ARTIGO (antes ou depois); por conseguinte, não aceita CRASE.

     

    4. A preposição que o antecede (quando existe) é exigência do verbo ou do substantivo da oração subordinada adjetiva.

     

    Fonte:

     

    EMPREGO DO PRONOME "CUJO"
    https://www.youtube.com/watch?v=1gxFBqTJaFY

    Prof. João Batista Gomes.

  • quase marquei de que ainda bem que li novamente. 0:08 e ainda não quero ir dormir.