a) A participação na zona do euro conforma obrigação comunitária irrenunciável, à exceção dos recém-admitidos países do leste europeu, que deverão passar por período de convergência macroeconômica.
ERRADO. Os países membros da União Europeia não são obrigados a participar da zona do euro (não são obrigados a adotar o euro como moeda de circulação), basta ver o caso da Inglaterra, que mantém sua moeda nacional (a libra esterlina) em circulação.
b) A adesão ao euro não implica renúncia a bancos centrais nacionais nem a possibilidade da prática de política monetária e de utilização do direito tributário como ferramenta de política econômica.
ERRADO. Item errado de cabo a rabo. A adesão ao euro demanda que os países se desfaçam de seus bancos centrais nacionais e portanto do controle de sua política monetária, pois esta deverá ser feita pelo banco central europeu. Além disso, os países perdem grande parte da autonomia quanto à implementação de uma política fiscal nacional, o que também impossibilita a utilização do direito tributário como política econômica.
c) As iniciativas políticas unilaterais dos países comunitários da zona euro são limitadas.
CORRETO. Deve-se atentar ao enunciado: "Acerca da utilização da moeda comum na União Europeia". De fato, com relação à utilização da moeda comum as iniciativas políticas unilaterais dos países da zona do euro são limitadas visto que não têm condições de fazer política monetária e qualquer mudança deve ser negociada com todos os outros países que utilizam o euro.
d) A zona euro inclui todos os seis países fundadores das comunidades europeias, embrião da atual União Europeia, e outros países posteriormente aderentes, como Irlanda e Grã-Bretanha.
ERRADO. Basta lembrar que na Grã-Bretanha a moeda continua sendo a libra e não o euro.
e) A utilização de moeda comum possibilita a litigância em bloco no sistema de solução de controvérsias da Organização Mundial do Comércio.
ERRADO. Não existe tal dispositivo no Tratado Constitutivo da OMC.
Os países da União Europeia não
são obrigados a adotar o euro. Grã Bretanha e Suécia são exemplos de países do
bloco que mantêm suas moedas nacionais. Além disso, os países que desejam
aderir ao euro têm que atingir uma série de metas econômicas, como manter baixa
a porcentagem da dívida pública em relação ao PIB. A alternativa (A) está
incorreta.
A alternativa (B) está incorreta,
pois os países que adotam o euro não têm autonomia para executarem política
monetária própria, que passou a ser função do banco central europeu, que tem
sede em Frankfurt, na Alemanha. Já a utilização do sistema tributário como
ferramenta de política econômica, também conhecido como política fiscal, embora
tenha limitações naturais inerentes ao sistema de mercado comum vigente na
União Europeia, não é totalmente limitado, como ocorre com a política
monetária.
A alternativa (C) está correta.
Apesar de ter uma redação ambígua, a assertiva é a única que não contém erros
claros. Pensando exclusivamente no âmbito político, os países do euro não têm
limitações em virtude da adoção da moeda. Entretanto, como a expressão
“iniciativas políticas unilaterais” pode se referir ao aspecto econômico, os
países da zona do euro têm limitações, não podendo, por exemplo, adotar medidas
monetárias unilaterais.
A alternativa (D) está incorreta.
Os seis países fundadores (França, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Itália e
Alemanha), assim como a Irlanda, são parte da zona do euro, mas a Grã Bretanha
não adotou a moeda, mantendo a libra esterlina até os dias atuais.
A alternativa (E) está incorreta.
A União Europeia atua como um bloco na OMC, mas isso não se deve ao fato de
existir uma moeda única no bloco, até porque a atuação como bloco inclui todos
os países da União, até mesmo aqueles que não fazem parte da zona do euro. O
que justifica a União Europeia atuar como bloco na OMC é o fato de que os
países integrantes são parte de um mercado comum, que impõe regras de comércio exterior
comuns para todos os membros, além de o comércio entre os membros ser livre de
taxas ou impostos. Dessa forma, caso o Brasil queira exportar algum produto
para a França, por exemplo, ele terá que seguir as normas da União Europeia,
uma vez que a França ou qualquer outro país do bloco não possui leis
individuais sobre comércio. Isso não impede, contudo, que um país da União
Europeia questione o bloco na OMC, o que ocorreu, por exemplo, com a Dinamarca,
que, recentemente, apresentou reclamação na OMC contra o bloco por não
concordar com as determinações da Comissão Europeia de proibir a importação de
determinados produtos de pesca.