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ID
1808980
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
DPU
Ano
2016
Provas
Disciplina
Contabilidade Pública
Assuntos

A respeito dos eventos personificados como regulares pela ciência contábil aplicada ao setor público, julgue o item a seguir.

É correto afirmar que um ente público desrespeita o princípio da oportunidade se sua demonstração das variações patrimoniais (DVP) evidenciar que o resultado patrimonial do período decorre exclusivamente do confronto entre as variações patrimoniais quantitativas aumentativas e diminutivas, independentemente da execução orçamentária.

Alternativas
Comentários
  • Segundo os princípios contábeis da competência e da oportunidade, e atendendo aos arts. 85, 89, 100 e 104 da Lei 4.320/1964 e ao inciso II do art. 50 da LRF, a variação patrimonial aumentativa (VPA) deve ser registrada no momento da ocorrência do seu fato gerador, independentemente de recebimento, e, analogamente, a variação patrimonial diminutiva (VPD) deve ser registrada no momento da ocorrência do seu fato gerador, independentemente do pagamento e da execução orçamentária.

    (Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, 6ª Edição, pág. 136)



  • Resolução CFC n° 1.111/2007

    Art 6°Parágrafo Único. Como resultado da observância do princípio da oportunidade:...III- o registro compreende os elementos quantitativos e qualitativos, contemplando os aspectos físicos e monetários.
  • Dvp-

    o confronto ente vpa e vpd devem atender o princípio da competência e da oportunidade.

  • errado. não desrrespeita.

  • Resultado Patrimonial do Período independe da execução orçamentária, posto que são regimes diferentes: (Patrimonial x Orçamentário) (Competência x Misto).

  • Resultado Patrimonial (calculado através da DVP) é obtido exclusivamente a partir das VPAs e VPDs. Esse resultado NÃO envolve as variações patrimoniais qualitativas, ainda que elas estejam presentes em quadro facultativo da demonstração de variações patrimoniais.

  • ERRO 1: não é oportunidade e sim competência 

    ERRO 2: de fato independe da execução orçamentária 

  • Vamos ver o que diz o item 1.3 da RESOLUÇÃO CFC Nº. 1.111/07, que aprova o Apêndice II da Resolução CFC nº. 750/93 sobre os Princípios de Contabilidade. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.367/11):

     

    1.3. O PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE

     

    1.3.1. O enunciado do Princípio da Oportunidade

     

    “Art. 6º O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas.

     

    Parágrafo único. A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação.” (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.367/11)

     

    Perspectivas do Setor Público

     

    O Princípio da Oportunidade é base indispensável à integridade e à fidedignidade dos processos de reconhecimento, mensuração e evidenciação da informação contábil, dos atos e dos fatos que afetam ou possam afetar o patrimônio da entidade pública, observadas as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas ao Setor Público. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.367/11)

     

    A integridade e a fidedignidade dizem respeito à necessidade de as variações serem reconhecidas na sua totalidade, independentemente do cumprimento das formalidades legais para sua ocorrência, visando ao completo atendimento da essência sobre a forma.

    Agora veja o que diz o MCASP, 8ª Edição, sobre a DVP:

    A Demonstração das Variações Patrimoniais (DVP) evidenciará as alterações verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da execução orçamentária, e indicará o resultado patrimonial do exercício. O resultado patrimonial do período é apurado na DVP pelo confronto entre as variações patrimoniais quantitativas aumentativas e diminutivas. O valor apurado passa a compor o saldo patrimonial do Balanço Patrimonial (BP) do exercício. 

     

    O que o trecho citado diz é que a DEMONSTRAÇÃO DAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS utiliza o ENFOQUE PATRIMONIAL (regime de competência) e não o ENFOQUE ORÇAMENTÁRIO (regime misto) para sua elaboração.

     

    Observe que o confronto entre as variações patrimoniais quantitativas aumentativas e diminutivas, independentemente da execução orçamentária, ao invés de contrariar o princípio da oportunidade, REAFIRMA esse princípio, uma vez que os procedimentos de EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIAS podem não acompanhar a ocorrência do FATO GERADOR da RECEITA e da DESPESA em alguns casos como DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES, SUPRIMENTO DE FUNDOS, etc. 

     

    Como um PRINCÍPIO CONTÁBIL iria contrariar uma DEMONSTRAÇÃO CONTÁBIL? Isso não faz sentido.

     

    Gabarito: ERRADO.

     

    *A citada resolução foi revogada pela NBC TSP Estrutura Conceitual Aplicada ao Setor Público.