SóProvas


ID
1809388
Banca
FGV
Órgão
MRE
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto 1 – Um país em berço de sangue

O maior país da América Latina, com a maior população católica do mundo, não nasceu de forma tranquila. Neste livro, com o realismo dos documentos originais, vemos claramente a brutalidade do extermínio dos índios na costa brasileira, berço de sangue cujo marco determinante é a fundação da cidade do Rio de Janeiro.

O Brasil real começou a ser construído por homens como o degredado João Ramalho, que raspava os pelos do corpo para se mesclar aos índios e construiu um exército de mestiços caçadores de escravos mais poderoso que o da própria Coroa; personagens improváveis como o jesuíta Manoel da Nóbrega, padre gago incumbido de catequizar um povo de língua indecifrável, esteio da erradicação dos “hereges” antropófagos; líderes implacáveis como Aimberê, ex-escravo que tomou a frente da resistência e Cunhambebe, cacique “imortal”, que dizia poder devorar carne humana porque era “um jaguar”.

Incluindo protestantes franceses, que se aliaram aos índios para escapar dos portugueses e da Inquisição, além de mamelucos, os primeiros brasileiros verdadeiramente ligados à terra, que falavam tupi tanto quanto o português e partiram do planalto de Piratininga para caçar índios e estenderam a colônia sertão adentro, surge um povo que desde a origem nada tem da autoimagem do “brasileiro cordial”.

(Texto da orelha do livro A conquista do Brasil, de Thales Guaracy, Planeta, Rio de Janeiro, 2015) 

O texto 1 tem como marca estrutural ou temática:

Alternativas
Comentários
  • Banca complicada. Nem parece uma prova de língua portuguesa. Questão que nada acrescenta ao Português. Envolve "lógica" (rs) ou um raciocínio mais apurado; língua portuguesa, jamais!

  • As questões de português da FGV sempre demandam um maior tempo para interpretação

  • a)uma rigorosa sucessão cronológica de fatos históricos; errada. não faz qualquer referencia cronológica,exceto o surgimento do brasil, mas não se pode falar em sucessão cronológica.

    b) a evolução de fatos que comprovam a aquisição de nossa “cordialidade”; errada. ...urge um povo que desde a origem nada tem da autoimagem do “brasileiro cordial”.

    c) a progressiva inclusão histórica de diferentes seres humanos; certa. Tem o jesuíta Manoel da Nóbrega; o Aimberê, ex-escravo; tem o Cunhambebe...

    d) uma contínua preocupação com a nossa formação religiosa; errada. Apesar de fazer várias referencias religiosas( jesuitas, catequizar, hereges, igreja católica...) não demostra uma preocupação com a formação religiosa.

    e) a finalidade de chegar-se a personagens brasileiros; errada. A finalidade de mostrar a formação do Brasil, através de personagens brasileiros (índios) e estrangeiros (colonizadores).( não sei se está certa a análise, mas foi assim que resolvi)

  • Essa questão é capciosa porque trata do Brasil histórico mas os fatos não são seu tema central, as pessoas o são. Há a intenção de mesclar a ideia principal de cada parágrafo com a do texto por completo. 

  • Questão mal elaborada... O "cordialidade" (questão B) pode ser entendido como irônico, assim como no texto.

  • Questão complicada realmente!

  • pelo menos duas estariam corretas, mas a fgv trabalha com as questões que mais se aproximam do enunciado- é aí que gera a dúvida.

  • Alguém pode dizer onde está a PROGRESSIVIDADE mencionada na alternativa correta pela banca????

    Significado:

    1. Desenvolvimento graduado e ininterrupto.

    2. [Matemática]  Série de números que guardam entre si uma mesma relação

    "PROGRESSÃO", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/PROGRESS%C3%83O [consultado em 26-02-2016].

  • Gente, quanto ao erro da (e), vou concordar com a Horie, acrescentando que a finalidade do texto em um sentido amplo, se fosse resumida em uma palavra, não seria os personagens brasileiros, mas sim a formação do Brasil, ou, em uma segunda interpretação, o personagem (singular) brasileiro, e não plural. Espero ter ajudado. Abraços

  • Na letra b, entendi tb que se tratava de uma ironia. "cordialidade" se justifica no trecho "surge um povo que desde a origem nada tem da autoimagem do 'brasileiro cordial' ". No dois trechos, a palavra cordial foi usada no sentido de ironia. 

    Maaas...vamos lá, dizem que vc acertar 25 de 30 na FGV, vc ja pode considerar que gabaritou a prova de portugues

  • Eu errei por causa da palavra "cordialmente" entre aspas, que achei que seria ironia.  

  • Ao meu ver os personagens não são a marca estrutural do texto 1, é a marca do segundo parágrafo, e só. Apenas nesse parágrafo são mencionados indivíduos.

    Me pareceu que o texto 1 inteiro se caracterizava por uma sucessão de fatos históricos, ai acabei embarcando na A, mas que na realidade nada tem de cronológico no texto.

    Bom vamos jogar de acordo com as regras da FGV, que eu ainda não entendi bem quais são, mas logo eu to viajando na mesma onda que eles...

  • "CORDIALIDADE", desta forma, entre aspas, dá para se interpretar de forma irônica. "CORDIALIDADE", tem o sentido exatamente oposto ao conceito comum  e banal, daí as aspas.

    Banca complicada a FGV.

    Paz na caminhada!

  • Eu erraria um milhão de vezes essa questão. Já que é para interpretar, interpretemos o enunciado da questão: O texto 1 tem como marca estrutural ou temática. MARCA ESTRUTURAL: ESTRUTURA DO TEXTO: Introdução, desenvolvimento e conclusão. TEMÁTICA: É a ideia central do texto. É o assunto a ser desenvolvido. Na minha opinião, a inclusão de personagens históricos serviu para defender a proposta apresentada, para justificar, para argumentar a tese defendida. Não consigo enxergar como "marca estrutural ou temática". O texto nos traz a ideia de uma cordialidade brasileira utópica e quando a FGV colocou "a evolução de fatos que comprovam a aquisição de nossa “cordialidade”; deixando cordialidade entre aspas, nitidamente passa a ideia de uma ironia, ou seja, o Brasil, diante dos fatos narrados, está muito longe de ser um país cordial conforme muitos acham que é. Essa é a temática do texto. Pelo menos na minha opinião... mas infelizmente minha opinião nada vale, o que importa é o que a banca acha. Então, estudemos o pensamento da banca, com muito treino e paciência já que pretendemos aprovação num concurso organizado pela FGV....

  • Eu ficaria em dúvida entre a C e a E na hora, pois no fim do texto diz que há o surgimento de um povo que não tem a ver com a imagem do "brasileiro cordial", e de fato há inclusão de diferentes pessoas na formação do Brasil.

    IBGE terá Português como a crucialidade na aprovação.

  • Muitas vezes a FGV usa uma resposta simples e com pouco aprofundamento no texto(olhando o texto como um todo,globalmente).

    Na letra A a palavra RIGOROSA comprometeu o restante da resposta.

    Na letra B não houve evolução dos fatos para comprovar a aquisição de cordialidade.

    Na letra C Realmente houve uma inclusão de fatos históricos de diferentes seres humanos,isso é mostrado com  a narratividade do texto,fatos sucessivos incluídos no decorrer do texto.Exemplos: o jesuíta,os franceses,o João Ramalho etc. Nesta eu não fiquei em dúvida.

    Na letra D Não tem como perceber preocupação com a formação religiosa.

    Na letra E a finalidade não é chegar em personagens brasileiros.

  • Marquei B porque percebi uma ironia na palavra "Cordialidade" entre aspas. Mas a C também não está errada, apenas fraca. Marcar a menos errada ou a mais certa? rs

  • só sendo paranormal...

     

  • O texto 1 tem como marca estrutural ou temática

    uma rigorosa sucessão cronológica de fatos históricos;

    -> não existe sequer demonstração temporal inicial ou final para ser dito que houve essa rigorosa sucessão cronológica no texto;

    a evolução de fatos que comprovam a aquisição de nossa “cordialidade”;

    a progressiva inclusão histórica de diferentes seres humanos;

    " .... como o degredado João Ramalho, que raspava os pelos do corpo para se mesclar aos índios e construiu um exército de mestiços caçadores de escravos mais poderoso que o da própria Coroa; personagens improváveis como o jesuíta Manoel da Nóbrega, padre gago incumbido de catequizar um povo de língua indecifrável, esteio da erradicação dos “hereges” antropófagos; líderes implacáveis como Aimberê, ex-escravo que tomou a frente da resistência e Cunhambebe, cacique “imortal”, que dizia poder devorar carne humana porque era “um jaguar”

    uma contínua preocupação com a nossa formação religiosa;

    a finalidade de chegar-se a personagens brasileiros.