"Dessa forma, diante deste estudo, pode-se concluir que a sociedade sofre com a incapacitação precoce, temporária ou não, desses profissionais, que se encontram no auge de sua produção profissional, arcando com as despesas de afastamento do trabalho e o possível aumento do número de suicídios. Os indivíduos vítimas dessa violência sofrem com implicações na sua vida pessoal, social, profissional e familiar, enquanto que as organizações financeiras arcam com custos de afastamento por doenças e acidentes de trabalho, custos de ações trabalhistas e com perda de produtividade e absenteísmo, embora mantenham o crescente lucro obtido.
Assim, diante deste estudo, também se comprova a teoria estudada de Freitas (2001) e Hirigoyen (2005), segundo a qual situações específicas nas organizações (cultura e clima permissivo da organização, com desconfiança e competição exacerbada; supervalorização das estruturas hierárquicas; processos de reestruturação organizacional sem transparência e com ameaças generalizadas; ingresso de profissionais com qualificação superior ao da chefia; desumanização das relações de trabalho; onipotência da empresa e tolerância ou cumplicidade para com o agressor) podem ser terreno fértil para o surgimento do assédio moral.
Uma vez que o assédio moral deriva de interações sociais, sugere-se um trabalho conjunto entre as pessoas, através de ações que tenham a finalidade de cessar e prevenir a ocorrência do assédio moral no trabalho. O fim dessa situação depende da vigilância constante das condições de trabalho, da comunicação, da informação e da educação, através da mobilização dos trabalhadores (tomadores de decisão, gerentes, profissionais de recursos humanos e supervisores) e envolvimento tanto dos sindicatos como dos profissionais da saúde, advogados, antropólogos, sociólogos, organizações não governamentais, bem como a participação do Estado, através de políticas públicas."
VERCESI, Cristiane. Assédio moral no trabalho: implicações individuais, organizacionais e sociais. Rev. Psicol., Organ. Trab., Florianópolis , v. 9, n. 1, p. 68-85, jun. 2009 . Disponível em . acessos em 14 fev. 2017.