SóProvas


ID
1819558
Banca
FUNCAB
Órgão
CRF-RO
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Peste Alada

      Mosquitos são criaturas terríveis. Estima-se que eles tenham sido responsáveis por metade de todas as mortes de seres humanos ao longo da história. Ou seja, mataram mais gente do que qualquer outra coisa. Isso acontece porque, como se multiplicam rápido e em enormes quantidades, são excelentes transmissores de doenças - como a dengue, que é causada por um vírus chamado DENV. O mosquito pica uma pessoa infectada, adquire o vírus, e o espalha para outras pessoas ao picá-las também. A dengue é uma doença séria, que pode matar, e um grande problema no Brasil: em 2013, o Ministério da Saúde registrou 1,4 milhão de casos, mais que o dobro do ano anterior. Tudo culpa do Aedes aegypti. Ele é um mosquito de origem africana, que chegou ao Brasil via navios negreiros, na época do comércio de escravos. E hoje, impulsionado pela globalização, levou a dengue a mais de cem países (na década de 1970, apenas nove tinham epidemias da doença). Os números mostram que, mesmo com todos os esforços de combate e campanhas de educação e prevenção, o mosquito está ganhando a guerra. 
      Entra em cena o OX513A, que foi criado pela Universidade de Oxford, na Inglaterra.Ele é idêntico ao Aedes aegypti - exceto por dois genes modificados, colocados pelo homem. Um deles faz as larvas do mosquito brilharem sob uma luz especial (para que elas possam ser identificadas pelos cientistas). O outro é uma espécie de bomba-relógio, que mata os filhotes do mosquito. A ideia é que ele seja solto na natureza, se reproduza com as fêmeas de Aedes e tenha filhotes defeituosos - que morrem muito rápido, antes de chegar à idade adulta, e por isso não conseguem se reproduzir. Com o tempo, esse processo vai reduzindo a população da espécie, até extingui-la. Recentemente, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, um órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia, aprovou o mosquito. E o Brasil se tornou o primeiro país do mundo a permitir a produção em grande escala do OX513A - que agora só depende de uma última liberação da Anvisa. A Oxitec, empresa criada pela Universidade de Oxford para explorar a tecnologia, acredita que isso vai ocorrer. Tanto que acaba de inaugurar uma fábrica em Campinas para produzir o mosquito.
     O OX513A já foi utilizado em testes na Malásia, nas Ilhas Cayman (no Caribe) e em duas cidades brasileiras: Jacobina e Juazeiro, ambas na Bahia. Deu certo. Em Juazeiro, a população de Aedes aegypti caiu 94% após alguns meses de tratamento com os mosquitos transgênicos. Em Jacobina, 92%.As outras formas de combate, como mutirões de limpeza, campanhas educativas e visitas de agentes de saúde, continuaram sendo realizadas. “Nós não paramos nenhuma ação de controle. Adicionamos mais uma técnica", diz a bióloga Margareth Capurro, da USP, coordenadora técnica das experiências. Há indícios de que o mosquito transgênico funciona. Mas ele também tem seu lado polêmico.
[...] 
     Mas, e se o mosquito OX513A sofresse uma mutação, e se tornasse imune ao gene letal? Afinal, é assim que a evolução funciona. Mutações são inevitáveis. [...] A Oxitec diz que não há risco. Ela estima que até 5% dos filhotes transgênicos poderão sobreviver ao gene letal, e chegar à idade adulta. Mas eles serão menores e mais fracos do que os mosquitos “selvagens", e por isso não conseguirão se reproduzir. Mesmo se conseguirem, em tese não terão nenhuma característica que os torne mais perigosos que o Aedes comum. Além disso, como eles são criados em laboratório, seu DNA pode ser monitorado. “Os dois genes [que foram] inseridos são muito estáveis. A linhagem OX513A foi criada em 2002, e até agora teve mais de cem gerações em laboratório, sem nenhuma mudança nos genes inseridos", afirmou a empresa em nota enviada à SUPER.

Revista Superinteressante, edição 337, set de 2014

As palavras destacadas em: “a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, um órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia, aprovou O MOSQUITO." Exercem, juntas, a função sintática de:

Alternativas
Comentários
  • É o termo que completa o sentido do verbo transitivo direto, ligando-se a ele sem o auxílio necessário da preposição.

    Por Exemplo:

    Abri   os braçosao vê-lo.
     Objeto Direto

    O objeto direto pode ser constituído:

    a) Por um substantivo ou expressão substantivada.

    Exemplos:

    O agricultor cultiva a terra./ Unimos o útil ao agradável.

    b)  Pelos pronomes oblíquos o, a, os, as, me, te, se, nos, vos.

    Exemplos:

    Espero-o na minha festa. / Ela me ama.

    c) Por qualquer pronome substantivo.

    Por Exemplo:

    O menino que conheci está lá fora.

    Atenção:

    Em alguns casos, o objeto direto pode vir acompanhado de preposição facultativa. Isso pode ocorrer:

    - quando o objeto é um substantivo próprio: Adoremos a Deus.

    - quando o objeto é representado por um pronome pessoal oblíquo tônico: Ofenderam a mim, não a ele.

    - quando o objeto é representado por um pronome substantivo indefinido: O diretor elogiou a todos.

    - para evitar ambiguidade: Venceu ao inimigo o nosso colega.

    Obs.: caso o objeto direto não viesse preposicionado, o sentido da oração ficaria ambíguo, pois não poderíamos apontar com precisão o sujeito (...o inimigo o nosso colega).

  • Pergunta para o verbo

     

    Quem é que aprovou? 

    a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança

    O que? 

    O mosquito.

  • GABARITO A

     

    “a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, um órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia, aprovou O MOSQUITO."​

                 Quem aprova, APROVA alguma coisa. O MOSQUITO.

     

    Logo, verbo transitivo DIRETO.

  • Basta substituir o termo depois do verbo por "isso"

    Aprovou isso(...) tem sentido ? SIM, então senta o dedo na alternativa.

  • GABARITO - A

    A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança → SUJEITO

    aprovou / ALGO O MOSQUITO = OBJETO DIRETO

    BONS ESTUDOS!