Maslach e Jackson (1981) afirmam que a SEP (Síndrome de Esgotamento Profissional - Burnout) é constituída por três componentes:
a) Exaustão Emocional - Caracteriza-se por uma falta de energia e um sentimento de esgotamento de recursos. A maior causa de exaustão no trabalho é a sobrecarga e o conflito pessoal nas relações. Como afirmam Codo e Vasquez-Menezes (1999, p.242) "é um desgaste de vínculo afetivo na relação indivíduo-trabalho". A exaustão emocional está ligada à falta de recursos emocionais, ao sentimento de que não se é útil aos outros, e que não se tem nada para lhes oferecer. É um componente que pode ter manifestações, quer físicas, quer psíquicas (SILVA, 2000). O receio e o temor de voltar ao trabalho no dia seguinte é um dos sintomas mais comuns. Movimento, Porto Alegre, v. 10, n. 1, p. 183-209, janeiro/abril de 2004 Síndrome do esgotamento profisiional 187
b) Despersonalização - Caracteriza-se por tratar os clientes, colegas e a instituição como objetos. Conforme Codo e Vasquez-Menezes (1999, p. 242) "A despersonalização ocorre quando o vínculo afetivo é substituído por um racional". É um estado psíquico em que prevalece o cinismo ou a dissimulação afetiva, a crítica exacerbada de tudo e de todos os demais e do meio ambiente". A despersonalização é o desenvolvimento de sentimentos negativos, de atitudes e condutas de cinismo frente às pessoas com quem trabalha. Estas pessoas são vistas pelos profissionais de maneira desumana devido a um endurecimento afetivo (Gil-Monte, 2002). Os sintomas comuns nessa fase são ansiedade, irritabilidade, desmotivação, descomprometimento com os resultados, alienação e conduta voltada a si mesmo.
c) Diminuição da realização pessoal no trabalho: Esta fase é caracterizada como uma forma de se auto-avaliar de forma negativa. As pessoas se sentem infelizes com elas próprias e insatisfeitas com seu desenvolvimento profissional. Experimentam um declínio no sentimento de competência e no êxito no seu trabalho e de sua capacidade de interagir com outras pessoas. Esta diminuição no senso da auto-eficácia tem sido relacionada à depressão e à inabilidade em lidar com o trabalho, podendo ser exacerbada pela falta de suporte social e oportunidades de desenvolvimento profissional. "O baixo envolvimento pessoal no trabalho, que também pode ser entendido como baixa realização pessoal no trabalho ocorre nessa relação afeto-trabalho, sendo na verdade, a perda do investimento afetivo" (Codo e Vasques-Menezes, 1999, p.242). É assim, uma experiência subjetiva, envolvendo atitudes e sentimentos que podem acarretar problemas de ordem prática e emocional ao trabalhador e à organização. A ausência de realização pessoal desencadeia uma diminuição das expectativas pessoais e uma crescente autodepreciação, originando, assim, sentimentos de fracasso e baixa auto-estima (Silva, 2000).
"Suba o primeiro degrau com fé. Não é necessário que você veja toda a escada. Apenas dê o primeiro passo."
Martin Luther King