- ID
- 1846600
- Banca
- IBAM
- Órgão
- Prefeitura de Santo André - SP
- Ano
- 2015
- Provas
- Disciplina
- Português
- Assuntos
O FIM DO SUPERPODER NOS NOVOS TEMPOS
Uma das características centrais desses tempos de mudança é a diluição dos superpoderes - fenômeno que
começa a ser estudado por especialistas internacionais. É o que está por trás de mudanças empresariais, de
crises políticas, e das pedras atiradas diuturnamente sobre a velha ordem moribunda.
O século 20 foi a era da grande burocracia, dos formatos de gestão que igualaram corporações ocidentais
oligopolizadas com estatais dos países comunistas, as burocracias de Estado e até as organizações sociais.
De longe, tratava-se da forma mais eficiente de gestão que alavancou o crescimento das empresas e levou-as a
processos de verticalização visando ganhos de escala, mas, acima de tudo, afastar as concorrentes.
Modelos como o da General Motors - de constituir uma constelação de subsidiárias semiautônomas fornecendo
para a empresa mãe, tornaram-se hegemônicos.
No campo empresarial, o avanço da telemática permitiu o surgimento de outros modelos, como o da Toyota,
terceirizando sua produção para fornecedores independentes, trabalhando em conjunto no desenvolvimento de
soluções.
Com o tempo, o avanço da tecnologia e o crescimento dos próprios fornecedores permitiram novos arranjos para
o desenvolvimento de novos produtos.
Finalmente, com a entrada da era da Internet, o modelo exclusivista e verticalizado das grandes corporações
entrou definitivamente em xeque.
A Microsoft tornou-se um gigante emperrado, da mesma forma que a IBM. E a própria Apple, mesmo com o furor
inovador de Steve Jobs, acabou perdendo espaço para o modelo colaborativo do Google.
Pode ser que o avanço do setor acabe gerando novos cartéis. Mas, nesse momento, os modelos abertos e
colaborativos tornaram-se vitoriosos.
Em todos os campos ocorreu essa diluição de poder. No campo político, sucessivas primaveras tiraram
definitivamente dos governos e das grandes corporações de mídia o controle sobre a opinião pública.
A beleza da história é que não há lugar para acomodamento. Governantes que não se guiarem por ideais
grandiosos serão inevitavelmente soterrados. A parte preocupante da história é o vácuo institucional que se dá
em um momento em que o velho morreu e o novo ainda não se apresentou.
Compilado de artigo de Luís Nassif, disponível em [http://www.cartacapital.com.br/economia/
o-fim-do-superpoder-nos-novos-tempos-7131.html], publicado em 30/01/2014, consultado em 30/10/2015.
“ É o que está por trás de mudanças empresariais, de crises políticas, e das pedras atiradas diuturnamente sobre a velha ordem moribunda”.
O advérbio enfatizado é indicativo de que, figurativamente, as pedras são atiradas sobre a velha ordem
moribunda: