SóProvas


ID
1852792
Banca
UNA Concursos
Órgão
Prefeitura de Flores da Cunha - RS
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                        As sandálias da humildade

Ignorar a existência de um problema equivale a eternizá-lo. Albert Einstein já dizia que só quando a gente reconhece uma limitação é que se torna capaz de superá-la.
Os japoneses entendem essa lição de forma clara. Dei-me conta disso com a reação das autoridades aos resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, da OCDE, que compara o rendimento de secundaristas em diferentes países. Os estudantes do Japão alcançaram o quarto lugar em leitura e em ciências e o sétimo em matemática. Tais resultados representaram uma melhora da posição do Japão nas três matérias em relação ao exame anterior.
No entanto, não se viu discurso triunfalista; os resultados foram recebidos com sobriedade. A maioria dos comentários chamava a atenção para a importância de que se fizessem esforços ainda maiores para aprimorar a qualidade acadêmica e a competitividade internacional dos estudantes japoneses.
Na mesma avaliação, o Brasil também melhorou em leitura, matemática e ciências. As autoridades brasileiras saudaram os resultados como "grande avanço".
Talvez seja a influência da cultura japonesa em mim, mas acho muito cedo para nos vangloriarmos. Nesse campo, vejo mais batalha que vitória. Fizemos progressos, mas poderíamos ter feito muito mais. Entre 65 países avaliados, o Brasil ficou em 58º. Nossa posição é, em si, vergonhosa. Acabamos bem abaixo da média. Saímos reprovados.
Somos um país em desenvolvimento. Temos nossas limitações. No entanto, para superá-las, primeiro temos de reconhecê-las, como sugeriu Albert Einstein. Recentemente, o ministro dos Esportes anunciou que alguns dos estádios prometidos para a Copa não serão entregues no prazo contratado. Algo no planejamento ou na execução dos projetos falhou. Essas coisas acontecem. Todo mundo está sujeito a atrasos involuntários. Mas a primeira coisa que a gente faz quando se atrasa é desculpar-se. A segunda é explicar o atraso a quem teve de aguentá-lo.
O ministro não fez nem uma coisa nem outra. Comparou a Copa do Mundo a um casamento e os estádios a noivas, que sempre se atrasam. Esqueceu-se, no entanto, de considerar que, nos casamentos, a festa é paga com recursos privados. A construção dos estádios, porém, é financiada com verbas públicas. No caso da noiva, o atraso pode ser charme. No caso de obras públicas, atrasos nada mais são do que falhas, involuntárias ou não, de quem é responsável por construí-las.
Para corrigir esse tipo de problema, precisamos admitir sua existência. Somos um país em desenvolvimento. Temos o direito de errar. Mas, se não aprendermos com os nossos erros, ficaremos em desenvolvimento para sempre - ou, pelo menos, por mais tempo do que seria necessário. Uma vez mais, chegaremos atrasados.
Para acelerar o passo, talvez devêssemos calçar mais frequentemente as sandálias da humildade. Quem sabe elas tornem mais rápida a longa caminhada que, como país, ainda temos diante de nós.

(Alexandre Vidal Porto – Folha de São Paulo – adaptado)

A questão a seguir refere-se ao texto acima:


Leia a oração a seguir:

“Para corrigir esse tipo de problema,...”


Em termos sintáticos, o mesmo tipo de complemento grifado acima NÃO está na frase:

Alternativas
Comentários
  • “Para corrigir esse tipo de problema,...”   ( Quem corrigi, corrigi algo ou alguma coisa( VTD), o que esse tipo... (objeto direto)

     

     a)

    “Somos um país em desenvolvimento.” Quem é um pais em desenvolvimento? Nós ( sujeito desinencial) ; país em desenvolvimento é uma caracteristica do sujeito ( predicativo do sujeito) ; o verbo é SER( VERBO DE LIGAÇÃO)(RESPOSTA)

     b)

    “Temos o direito de errar.”     Quem tem? Nós ( sujeito desinencial), o que temos( VTD)? o direito de errar ( objeto direto)

    c)

    “O ministro não fez nem uma coisa nem outra.”  Quem não faz, não faz algo ou alguma coisa (VTD), o quenem uma coisa nem outra(OBJETO DIRETO)

     d)

    “Nesse campo, vejo mais batalha que vitória.” Quem ver, ver algo ou lguma coisa (VTD), ver o que? mais batalhas que vitorias(OBJETO DIRETO).

  • a-

    Para corrigir. verbo transisito direto. preposicao nao é ncessaria

    verbos de ligacao sao usados para predicativo do sujeito, nao exigindo o mesmo tipo de complemtno

  • GABARITO - A

    “Para corrigir esse tipo de problema,...”

    Corrigir / algo - esse tipo de problema ( od )

    ( NÓS ) Somos um país em desenvolvimento.

    Predicativo do sujeito