De acordo com David Epelbaum Zimerman, em seu livro “Fundamentos Básicos das Grupoterapias", edição de 1993, os grupos, quer sejam de natureza operativa ou terapêutica, devem, como requisitos para a caracterização do grupo, preencher tais condições básicas:
1. Um grupo não é um mero somatório de indivíduos; pelo contrário, ele se constitui como uma nova entidade, com leis e mecanismos próprios e específicos.
2. Todos os integrantes de um grupo estão reunidos em torno de uma tarefa e de um objetivo comuns.
3. O tamanho do grupo não pode exceder o limite que ponha em risco a indispensável preservação da comunicação, tanto a visual, como a auditiva, a verbal e a conceitual.
4. Deve haver a instituição de um enquadre (setttng) e o cumprimento das combinações nele feitas. Assim, além de ter os objetivos claramente definidos, o grupo deve levar em conta uma estabilidade de espaço (local das reuniões), de tempo (horários, férias...), algumas regras e outras variáveis equivalentes que delimitam e normatizam a atividade grupal proposta.
5. O grupo é uma unidade que se manifesta como uma totalidade, de modo que tão importante como o fato de ele ser organizar a serviço de seus membros é, também, a recíproca disso.
6. Apesar de um grupo se configurar como uma nova entidade, como uma identidade grupal genuína, é também indispensável que fiquem claramente preservadas as identidades específicas de cada um dos indivíduos componentes.
7. É inevitável a formação de um campo grupal dinâmico, em que gravitam fantasias, ansiedades, identificações, papéis, etc.
8. É inerente à conceituação de grupo a existência entre os seus membros de uma interação afetiva, a qual costuma ser de natureza múltipla e variada.
9. Em todo grupo coexistem duas forças contraditórias permanentemente em jogo: uma tendente à sua coesão e a outra, à sua desintegração. A coesão do grupo está na proporção direta, em cada um e na totalidade, dos sentimentos de “pertinência" (é o "vestir a camiseta", próprio de um esprit de corps) e de "pertencência" (o indivíduo se refere ao grupo como sendo “o meu grupo...", e implica no fato de cada pessoa do grupo ser reconhecida pelos outros como um membro efetivo). Por outro lado, a coesão grupal também depende de sua capacidade de perder indivíduos e de absorver outros tantos, assim como de sua continuidade.
10. O campo grupal que se forma em qualquer grupo, se processa em dois planos: um é o da intencionalidade consciente e o outro o da interferência de fatores inconscientes.
11. Neste campo grupal sempre se processam fenômenos como os de resistência e contra resistência, de transferência e contratransferência; de actings; de processos identificatórios, etc. Por um lado, tais fenômenos consistem em uma reprodução exata do que se passa na relação terapêutica bi pessoal. Por um outro lado, eles não só guardam uma especificidade grupal típica como também se manifestam exclusivamente no campo grupal.
12. Um exemplo dessa especificidade é o fenômeno da "Ressonância", o qual consiste no fato de que a mensagem de cada indivíduo vai ressoando no inconsciente dos outros e produzindo o aporte de associações e manifestações que gravitam em tomo de uma ansiedade básica comum. Um outro exemplo é o da distribuição e da alternância de papéis típicos de um sistema grupal. Um terceiro exemplo de fenômeno especificamente grupal é o fato de que o próprio grupo funciona como sendo “um continente" que absorve as angústias de cada um e de todos.
13. É necessário fazermos uma distinção entre a simples emergência de fenômenos grupais e um processo grupai terapêutico. A primeira é de natureza oblíqua, pois os fenômenos se reproduzem em todos os grupos, independentemente da finalidade de cada um deles, enquanto o processo grupal necessita de um enquadre apropriado e é específico dos grupos terapêuticos.
14. O grupo, com finalidade operativa ou terapêutica, necessita de uma coordenação para que a sua integração seja mantida. O coordenador deve estar equipado com uma logística e uma técnica definidas, assim com recursos táticos e estratégicos.
GABARITO: D