SóProvas


ID
1869892
Banca
VUNESP
Órgão
Prefeitura de Poá - SP
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Em 1956, John McCarthy, um cientista da computação do Dartmouth College, então com menos de 30 anos, cunhou a expressão inteligência artificial (IA). De forma simples como os aros pesadões de seus óculos, ele definiu o novo campo de estudos: “A engenharia de fabricar máquinas inteligentes".

      A ambição de criar robôs dotados de esperteza é anterior, remete aos mitos da Grécia antiga, tal qual o de Talo, o gigante de bronze criado pelos deuses. Mas foi só a partir de meados do século passado, com o trabalho de estudiosos como McCarthy, que a chance de produzir androides come- çou a ser levada a sério. Rapidamente brotaram medos exagerados e possibilidades descabidas, refletidas na ficção em obras da literatura. O exemplo mais evidente é o clássico Eu, Robô, de Isaac Asimov – no qual se apresentaram as Três Leis da Robótica, que controlariam a IA e, desrespeitadas, gerariam monstros de ferro e alumínio nas veias. Hoje, sabe- -se que não passa de bobagem a mirabolante visão de um futuro de guerras fratricidas contra nossas crias.

      A IA progrediu e, silenciosamente, está perto de superar a capacidade mental humana, principalmente em tarefas padronizadas e exatas, como nos cálculos financeiros ou na promessa de carros sem motorista. Não há o conflito desenhado, a não ser no cinema. É cada um na sua. As máquinas não param de evoluir, mas estritamente como máquinas. Os humanos serão cada vez mais humanos, com fraquezas, inseguranças e imperfeições.

      Pedir a um software capaz de pintar como Van Gogh que cortasse a própria orelha deixaria os algoritmos tontos, perdidos, incapazes de entender o comando suicida.

(Felipe Vilic, Raquel Beer e Rita Loiola, Cada um na sua. Veja, 22.07.2015, p. 78. Adaptado)

Assinale a alternativa que reescreve o trecho destacado em – Pedir a um software capaz de pintar como Van Gogh que cortasse a própria orelha deixaria os algoritmos tontos, perdidos, incapazes de entender o comando suicida. – de acordo com a norma-padrão de emprego do sinal indicativo de crase e de colocação de pronomes.

Alternativas
Comentários
  • Que partícula atrativa do se . Dispusessem : VTI preposição a + mais palavras feminina . Obedecer: VTI preposição a + mais palavra feminina
  • dispor = Verbo transitivo direto 

    Dispor-se = Verbo transitivo indireto. Dispor-se a que ?

  • GABARITO C

     

    DISPOR-SE ==> VERBO TRANSITIVO INDIRETO

    OBEDECER==> VERBO TRANSITIVO INDIRETO

     

     

  • a) ERRADA ... que se dispusesse à mutilação, cortando a própria orelha, mexeria com os algoritmos e deixaria-os tontos, perdidos e incapazes de obedecer a ordem suicida. (Transitividade do verbo OBEDECER é Indireta, precisa de preposição "a", nesse caso seria obedecer à ordem suicida)

     b) ERRADA... que dispusesse-se a mutilação, cortando a própria orelha, mexeria com os algoritmos e deixaria-os tontos, perdidos e incapazes de obedecer à ordem suicida. (Regra da Próclise: Pronome relativo puxa pronome oblíquo)

     c) CORRETA ... que se dispusesse à mutilação, cortando a própria orelha, mexeria com os algoritmos e os deixaria tontos, perdidos e incapazes de obedecer à ordem suicida.

     d) ERRADA.. que dispusesse-se a mutilação, cortando a própria orelha, mexeria com os algoritmos e deixá-los-ia tontos, perdidos e incapazes de obedecer a ordem suicida. (Regra da Próclise: Pronome relativo puxa pronome oblíquo)

     e) ERRADA... que se dispusesse a mutilação, cortando a própria orelha, mexeria com os algoritmos e deixaria eles tontos, perdidos e incapazes de obedecer à ordem suicida. (Não se coloca pronome pessoal reto para substituir Objeto Direto. Quem deixa, deixa alguém tonto.)

  •  

    Gabarito C

     

    DÚVIDA:

     

    Pessoal, a frase " .. que se dispusesse à mutilação, cortando a própria orelha, mexeria com os algoritmos e os deixaria tontos, perdidos e incapazes de obedecer à ordem suicida." .... na parte "e os deixaria tontos" não pode haver a próclise, pois o verbo deixar está no futuro do pretérito, que eu saiba teria que ter a mesóclise aí. ( Emprega-se a mesóclise quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito do indicativo, desde que não se justifique a próclise.)

     

    Editado: Pessoal, é isso mesmo o que a Melissa e o Gabriel disseram, se tiverem a mesma duvida que eu tive é só ir ao comentário deles.

     

    Tudo posso naquele que me fortalece!

     

  • alguem pode me explicar por que tem crase antes do verbo mutilação?

     

  • Vendo o comentário da "Concurseira" fiquei com a mesma dúvida.

    Não seria "deixa-los-ia"?

  • Cara Rachel, também fiquei com a mesma dúvida que você sobre a próclise em verbo futuro, porém, desconfio, que seja por causa do conjunção "e" que atrai o pronome. " .. que se dispusesse à mutilação, cortando a própria orelha, mexeria com os algoritmos e os deixaria tontos, perdidos e incapazes de obedecer à ordem suicida."

    Há uma regra que determina a próclise obrigatória com conjunção subordinativa clara ou subentendida. Apesar da conjunção "e" ser oficialmente coordenada, nessa questão, o "e" apresenta valor consecutivo, portando equivalente a conjunção coordenada consecutiva. Bom, é uma hipótese.

  • Para quem está com duvidas sobre a colocação proclitica do pronome "os" em " ...e os deixaria tonto.." segue o mantra da professora Adriana Figueiredo : " o que não é probido, está correto".

     

    Não há palavra atrativa que obrigue a proclise. Há uma conjunção coordenada antes, que aceita tanto proclise quanto enclise. É mito essa idéia de que verbos no futuro sem palavra atrativa só cabe mesóclise.

  • Eu resolvi essa questão somente olhando as duas possibilidades de crase que aparecem e deu certo. Somente na letra C a crase está corretamente colocada. 

  • Primeiramente tem crase na primeira opção porque se eu trocar mutilação por corte, eu vou conseguir colocar o AO. Vejamos:

    ... que se dispusesse à mutilação, cortando a própria orelha,

    que se dispusesse ao corte, cortando a própria orelha.

    Então você ficaria na dúvida entra A e C. Ocorre que o verbo obedecer pede a crase em seguida...que eu uso como decoreba mesmo..kkkk

  • Consolidando a explicação e expandindo o comentário do Gabriel, a mesóclise, com verbos no futuro, só é obrigatória em início de frase.

  • Alternativa C


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  • Primeiramente tem crase na primeira opção porque se eu trocar mutilação por corte, eu vou conseguir colocar o AO. Vejamos:

    ... que se dispusesse à mutilação, cortando a própria orelha,

    que se dispusesse ao corte, cortando a própria orelha.

    Então você ficaria na dúvida entra A e C. Ocorre que o verbo obedecer pede a crase em seguida.