SóProvas


ID
188188
Banca
FCC
Órgão
TRT - 9ª REGIÃO (PR)
Ano
2010
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Desastres naturais não provocam apenas mortes e
prejuízos. Deixam a sociedade mais suscetível a discursos
apocalípticos. Depois da virada (e do bug) do milênio, o
fantasma da vez são as supostas profecias maias de que o
mundo vai acabar em 2012. Para quem acredita nelas, as
catástrofes deste semestre seriam apenas o começo do fim.
Pouco importa que, segundo cientistas, a Terra registre 50 mil
tremores todos os anos e esse número não esteja aumentando.
Para o físico e astrônomo da Universidade Estadual
Paulista (Unesp) Othon Winter, paradoxalmente a sociedade da
informação reage aos desastres naturais de forma muito
semelhante à dos povos da antiguidade. "Os fenômenos eram
mais locais. Uma cheia do rio Nilo poderia ser indício de que os
deuses estavam zangados com os homens. Na antiguidade, o
acesso ao conhecimento era mínimo e as pessoas com um
pouco mais de informação conduziam outras. O medo decorria
da falta de informação. Hoje, todo mundo tem informação
demais e, por isso, teme", acredita.
A psicóloga Eda Tassara, do Laboratório de Psicologia
Ambiental da Universidade de São Paulo (USP), acha que o
excesso de informação também contribui para a disseminação
do pânico. "Não sei se há uma intensificação das chamadas
catástrofes, mas sei que o acesso à informação sobre elas se
intensificou muito."
Para ela, fenômenos como a erupção do vulcão islandês
passaram a ser vistos como catástrofes por conta do atual
estágio de organização da sociedade. "A dimensão da erupção
foi amplificada pelos seus danos econômicos. Sob esse ponto
de vista, pode ser considerada uma catástrofe, mas, na
verdade, é um acidente de dimensões locais."
Eventos como a passagem de cometas e a virada de
milênios sempre provocaram tensão. Os temores de catástrofes
cósmicas têm origem na crença de que eventos terrenos e
celestes estariam fisicamente conectados. Em seu livro, o astrônomo
lembra que a aparição de um cometa em 1664 foi
interpretada como responsável pela peste bubônica que dizimou
20% da população europeia. Para Eda, até mesmo questões relevantes
da atualidade, como a do aquecimento global, são
contaminadas por um discurso apocalíptico que lembra o dos
profetas religiosos. Ele traz consigo a culpa e a noção de
castigo. Você tem culpa das mazelas do planeta porque come
carne ou anda de avião. É como comer a maçã e ser expulso do
Paraíso.

(Karina Ninni. O Estado de S. Paulo, Especial, H5, 30 de abril
de 2010, com adaptações)

A erupção de um vulcão provocou perdas ...... economia europeia bem superiores ...... trazidas pelos atentados terroristas de 2001, fato que obrigou a ONU ...... criar um plano internacional de redução dos riscos de acidentes.

As lacunas da frase acima estarão corretamente preenchidas, respectivamente, por:

Alternativas
Comentários
  • 1º) O verbo provocar esta funcionando como verbo transitivo direto (VTD) e verbo transitivo indireto (VTI). Quando funciona como VTI precisa de preposição no caso da questão: Quem provoca pode provocar EM ou provocar A alguem (repare a preposição A) e como a palavra economia exige o artigo A, tenho a crase, OK!

    2º) Aqui é mais simples o clássico pronome demonstrativo AQUELE, mais o artigo feminino plural AS.

    3º) regra não vai crase NUNCA antes de verbo no infinitivo.

  • Mt bom o comentário, porém o certo é dizer q não ocorre crase, uma vez q crase é a fusão de dois fonemas vocálicos idênticos (a+a), representada pelo acento grave (à).

  • Aos meus colegas concurseiros quero deixar uma dica, para os que ainda não sabem:

    Para saber que irá o acento indicativo de crase nos pronomes AQUELE, AQUELA e AQUILO, basta subsistituir por A ESTE, A ESTA e A ISTO.

    ex: "...provocou perdas à economia europeia bem superiores àquelas (a estas) trazidas pelos atentados terroristas de 2001,..."

    Vale observar também que "trazidas" é um verbo e, pela regra padrão, não há crase antes de verbos, todavia a palavra "perdas" está subentendida na oração, assim ocorrendo a crase.

    Espero ter ajudado.

  • Juliana, até onde sei, um dos casos em que a crase NÃO ocorre é diante de  verbos no infinitivo (forma verbal terminada em "r"):


    Ela não tem nada a dizer.
    Estavam a correr pelo parque.
    Estou disposto a ajudar.
    Continuamos a observar as plantas.
    Voltamos a contemplar o céu. 

    • No primeiro caso, o verbo "provocar" aparece como  transitivo indireto e rege a preposição "a", como "economia" é um termo feminino (e, portanto, requer o artigo definido feminino "a") temos a ocorrência de crase, devendo portanto ser usado o sinal indicativo.

      Na segunda ocorrência, tem-se a regência de uma preposição "a" pelo nome "superiores" (o que é superior, é superior a alguma coisa). Atenção: aqui não ocorreu crase antes de verbo, pois a palavra "perdas" está implícita antes do verbo "trazidas", veja: "... bem superiores àquelas (perdas) trazidas...".

      Nos último caso, tem-se uma das mais elementares proibições acerca da crase: nunca ocorrerá antes de verbos. Porque? Pelo simples fato de formas verbais não admitirem o uso de artigos.

      Bons estudos a todos :-)

       

    • Cara colega Juliana a substituição a que  vc se refere, segundo o Prof  Marcelo Rhosental (ponto dos concursos), será:


      A + aquilo
      A + aquele
      A +aquela,
      substituir por: isso
                                esse
                                essa
      Ex.: Entreguei aquele material
      àquela turma.
             Entreguei
      ISSO  A ESSA.
      Veja: no primeiro caso não ocorreu
      A, já, no segundo pediu o A. Abraços a todos, feliz 2011 "Quem tem um sonho não dança! (Cazuza)

    • Correta:  Letra E


       

    • Muito legal as explicações dos colegas...Falaram...Falaram...Porém,não falaram qual a alternativa correta...

       

       

      No caso alternativa- E

    • Gabarito letra E

       

      provocou perdas AO comércio europeu 

      superiores  a+estas trazidas (àquelas)

      não vai crase antes de verbo.

    • ÀQUELE, ÀQUELA e ÀQUILO, basta subsistituir por A ESTE, A ESTA A ISTO.Melhor dica.

    • ao...ao...ao, ao, ao...ao...

    • GABARITO: LETRA E

      ACRESCENTANDO:

      Tudo o que você precisa para acertar qualquer questão de CRASE:

      I - CASOS PROIBIDOS: (são 15)

      1→ Antes de palavra masculina

      2→ Antes artigo indefinido (Um(ns)/Uma(s))

      3→ Entre expressões c/ palavras repetidas

      4→ Antes de verbos

      5→ Prep. + Palavra plural

      6→ Antes de numeral cardinal (*horas)

      7→ Nome feminino completo

      8→ Antes de Prep. (*Até)

      9→ Em sujeito

      10→ Obj. Direito

      11→ Antes de Dona + Nome próprio (*posse/*figurado)

      12→ Antes pronome pessoal

      13→ Antes pronome de tratamento (*senhora/senhorita/própria/outra)

      14→ Antes pronome indefinido

      15→ Antes Pronome demonstrativo(*Aquele/aquela/aquilo)

      II - CASOS ESPECIAIS: (são7)

      1→ Casa/Terra/Distância – C/ especificador – Crase

      2→ Antes de QUE e DE → qnd “A” = Aquela ou Palavra Feminina

      3→ à qual/ às quais → Consequente → Prep. (a)

      4→ Topônimos (gosto de/da_____)

      a) Feminino – C/ crase

      b) Neutro – S/ Crase

      c) Neutro Especificado – C/ Crase

      5→ Paralelismo

      6→ Mudança de sentido (saiu a(`) francesa)

      7→ Loc. Adverbiais de Instrumento (em geral c/ crase)

      III – CASOS FACULTATIVOS (são 3):

      1→ Pron. Possessivo Feminino Sing. + Ñ subentender/substituir palavra feminina

      2→ Após Até

      3→ Antes de nome feminino s/ especificador

      IV – CASOS OBRIGATÓRIOS (são 5):

      1→ Prep. “A” + Artigo “a”

      2→ Prep. + Aquele/Aquela/Aquilo

      3→ Loc. Adverbiais Feminina

      4→ Antes de horas (pode está subentendida)

      5→ A moda de / A maneira de (pode está subentendida)

      FONTE: Português Descomplicado. Professora Flávia Rita