SóProvas


ID
1887391
Banca
FCM
Órgão
Prefeitura de Barbacena - MG
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto 1

                             A “facebookização” do jornalismo

                                                                                                            Cleyton Carlos Torres

      [1º§] A crise que embala o jornalismo não é de hoje. Críticas a aspectos conceituais, morais, editoriais e até financeiros já rondam esse importante pilar da democracia há um bom tempo. O digital, então, acabou surgindo para dar um empurrãozinho – tanto para o bem como para o mal – nas redações mundo afora. Prédios esvaziados, startups revolucionárias, crise existencial e um suposto adversário invisível: o próprio leitor.

      [2º§] O leitor – e suas mídias sociais digitais conectadas em rede – passou a ser visto como um inimigo a ser combatido, um mal necessário para que o jornalismo conseguisse sobreviver. Não mais se fazia jornalismo para a sociedade, mas se fazia um suposto jornalismo dinâmico e frenético para que os grandes nomes da imprensa sobressaíssem diante dos “jornalistas cidadãos”. Esse era um dos primeiros e mais graves erros – dentro de uma sucessão – que seriam seguidos.

      [3º§] As redações continuaram a ser esvaziadas, a crise existencial tornou-se mais aguda e o suposto adversário invisível cada vez se tornava mais forte. Havia um clima de que os “especialistas de Facebook” superariam a imprensa. Não era mais necessário investir em jornalismo, já que as mídias sociais supririam toda a nossa fome por conhecimento e informação. O mito – surgido nas próprias redes sociais – parecia ter sido absorvido de tal maneira que a imprensa não mais reagia. Mesmo com o crescente número de startups sobre jornalismo, o canibalismo jornalístico parecia mais importante.

      [4º§] Agora, outros erros tão graves quanto os citados estão sendo cometidos pela imprensa. O comportamento infantilizado de muitos veículos através das mídias sociais, por exemplo, demonstra imaturidade e desestruturação de pensamento. A aposta em modismos – e não mais em jornalismo – tem causado um efeito em cadeia que faz com que tanto canais grandes como pequenos se comportem de maneira duvidosa – pelo menos perante os conceitos do que se entendia como jornalismo.

      [5º§] O abuso de listas, o uso de “especialistas de Facebook” como fonte, pautas sendo construídas com base em timelines alheias ou o frenesi encantador de likes e shares têm feito com que uma das maiores armadilhas das redes sociais abocanhe o jornalismo. O jornalismo, como instituição e pilar da democracia, agora se comporta como um usuário de internet, jovem, antenado, mas que não tem como privilégio o foco ou a profundidade. A armadilha se revela justamente no momento em que “ser um usuário” passa a valer como entendimento de “dialogar com o usuário”.

      [6º§] As mídias sociais digitais conectadas em rede trouxeram a “midiatização da mídia”, ou a “facebookização do jornalismo”. Quando se falava em jornalismo cidadão e em participação do usuário, muitos pensavam em um jornalismo global-local, com o dinamismo e velocidade que a internet exige. Porém o que temos visto não vai ao encontro desse pensamento, já que o espaço do cidadão no jornalismo é medido apenas pelo seu humor, a participação do usuário é medida em curtidas e o jornalismo, muitas vezes, não é jornalismo, é apenas uma mera isca para likes e shares.


Fonte: Observatório da Imprensa, edição 886 - 19/01/2016. Disponível em: <http://observatoriodaimprensa.com.br/jornal-de-debates/a-facebookizacao-do-jornalismo>  . Acesso em 20 jan. 2016. Fragmento de texto adaptado.


VOCABULÁRIO DE APOIO:

1- Startup: iniciar uma empresa e colocá-la em funcionamento.

2- Facebook: é um site e serviço de rede social, lançado em 2004, operado pela Facebook Inc.

3- Facebookização: neologismo (nova palavra) criado a partir de facebook.

4- Timeline: (linha do tempo): espaço para compartilhamento de dados, imagens e ideias nas redes sociais.

5- Like (curtir) e share (compartilhar): opções de interação e compartilhamento disponíveis nas redes sociais

No trecho: “Agora, outros erros tão graves quanto os citados estão sendo cometidos pela imprensa.”, a locução adverbial grifada expressa sentido de

Alternativas
Comentários
  • tão.. quanto  (Igualdade)

  • a) igualdade. Outros erros são tão graves quanto os citados = Outros erros são igualmente graves como os citados.

    b) intensidade. O trecho contém uma ideia de comparação e não de intensidade.

     c) inferioridade. Inferioridade seria: Outros erros são menos graves (do) que os citados.

     d) superioridade. Superioridade seria: Outros erros são mais graves (do) que os citados.

     

    Gabarito A

  • Se olhassemos só o "tão" não teria ideia de intensidade?

  • Grau dos advérbios:

    1) Grau comparativo

    a) de igualdade: Ele fala TÃO alto QUANTO o irmão;

    b) de inferioridade: Ele fala MENOS alto DO QUE o irmão;

    c) de superioridade: Ele fala MAIS alto DO QUE o irmão.

     

    2) Grau superlativo

    a) absoluto analítico: Ele fala MUITO ALTO;

    b) absoluto sintético: Ele fala ALTÍSSIMO.

  • é comparado um com o outro, dando assim igualdade entre eles.

  • Os adverbios podem ter 3 graus:

    1 - Grau comparativo de inferioridade = menos  que/do que
    Ele trabalha menos ra´pido do que eu.

    2 - igualdade = tão quanto/ como/ quão
    Ele trabalha tao rápido como eu.

    3 - superioridade = mais que/ do que
    Ele trabalha mais rápido do que eu.

  •  “Agora, outros erros tão graves quanto os citados estão sendo cometidos pela imprensa.”, a locução adverbial grifada expressa sentido de

    a) igualdade.