SóProvas


ID
1888735
Banca
FCM
Órgão
Prefeitura de Barbacena - MG
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto 1


Consumismo da linguagem: sobre o rebaixamento dos discursos


                                                                                                              Márcia Tiburi


      [1º§] No processo de rebaixamento dos discursos, do debate e do diálogo que presenciamos em escala nacional, surgem maledicências e mal-entendidos que se entrelaçam, formando o processo que venho chamando de “consumismo da linguagem”. Meios de comunicação em geral, inclusas as redes sociais e grande parte da imprensa, onde ideologias e indivíduos podem se expressar livremente sem limites de responsabilidade ética e legal, estabelecem compreensões gerais sobre fatos que passam a circular como verdades apenas porque são repetidas. Quem sabe manipular o círculo vicioso e tortuoso da linguagem ganha em termos de poder.

      [2º§] O processo que venho chamando de “consumismo da linguagem” é a eliminação do elemento político da linguagem pelo incremento do seu potencial demagógico. O esvaziamento político é, muitas vezes, mascarado de expressão particular, de direito à livre expressão. A histeria, a gritaria, as falácias e falsos argumentos fazem muito sucesso, são livremente imitados e soam como absurdos apenas a quem se nega a comprar a lógica da distorção em alta no mercado da linguagem. 

      [3º§] A lógica da distorção é própria ao consumismo da linguagem. Como em todo consumismo, o consumismo da linguagem produz vítimas, mas produz também o aproveitador da vítima e o aproveitador da suposta vantagem de ser vítima. “Vantagem” que ele inventa a partir da lógica da distorção à qual serve. Vítimas estão aí. Uma reflexão sobre o tema talvez nos permita pensar em nossas posturas e imposturas quando atacamos e somos atacados ao nível da linguagem.

      [4º§] Penso em como as pessoas e as instituições se tornam ora vítimas, ora algozes de discursos criados com fins específicos de produzir violência e destruição. Não me refiro a nenhum tipo de violência essencial própria ao discurso enquanto contrário ao diálogo, nem à violência casual de falas esporádicas, mas aquela projetada e usada como estratégia em acusações gratuitas, campanhas difamatórias, xingamentos em geral e também na criação de um contexto violento que seja capaz de fomentar um imaginário destrutivo. O jogo de linguagem midiático inclui toda forma de violência, inclusive a propaganda que, mesmo sendo mais sutil que programas de sanguinolência e humilhação, tem sempre algo de enganoso. O processo das brigas entre partidários, candidatos, ou desafetos em geral, é inútil do ponto de vista de avanços políticos e sociais, mas não é inútil a quem deseja apenas o envenenamento e a destruição social. [...]

      [5º§] Os discursos podem fazer muita coisa por nós, mas podem também atuar contra nós. Ora, usamos discursos, mas também somos usados por eles (penso na subjetividade dos jornalistas e apresentadores de televisão que discursam pela mentira e pela maledicência). Aqueles que usam discursos sempre podem ocupar a posição de algozes: usam seu discurso contra o outro, mas também podem ser usados por discursos que julgam ser autenticamente seus. O que chamamos de discurso, diferente do diálogo, sempre tem algo de pronto. Na verdade, quem pensa que faz um discurso sempre é feito por ele.

      [6º§] Somos construídos pelo que dizemos. E pelo que pensamos que estamos dizendo. A diferença talvez esteja entre quem somos e quem pensamos que somos. Há sempre algum grau de objetividade nessas definições.

      [7º§] Uma pergunta que podemos nos colocar é: o que pode significar ser vítima de discursos na era do consumismo da linguagem? Por que aderimos, por que os repetimos? [...]

      [8º§] A violência verbal é distributiva e não estamos sabendo contê-la. Mas, de fato, gostaríamos de contê-la? Não há entre nós uma satisfação profunda com a violência fácil das palavras que os meios de comunicação sabem manipular tão bem? Não há quem, querendo brigar, goze com a disputa vazia assim como se satisfaz com as falas estúpidas dos agentes da televisão? Por que, afinal de contas, não contemos a violência da linguagem em nossas vidas? Grandes interesses estão sempre em jogo, mas o que os pequenos interesses de cidadãos têm a ver com eles? [...] Por que as pessoas são tão suscetíveis? [...] Se a linguagem foi o que nos tornou seres políticos, a sua destruição nos tornará o quê?


Fonte: Revista Cult, disponível em: <http://revistacult.uol.com.br/home/2015/08/consumismo-da-linguagem-sobre-o-rebaixamento-dos-discursos/21/08/2015> Acesso em 18 jan.2016 (fragmento de texto adaptado)

O uso de próclise só NÃO é obrigatório em

Alternativas
Comentários
  • a) É obrigatório porque o que é palavra atrativa.

    b) É obrigatório porque palavras negativas(Não) são palavras atrativas. 

    c) É falcultado usar tanto próclise quanto ênclise.

    d) É obrigatório porque o que é palavra atrativa.

     

  • Deve-se usar a Próclise diante dos seguintes atrativos:

    1. Advérbio

    2. Conjunção

    3. Palavra negativa

    4. Pronome indefinido

    5. Pronome interrogativo

    6. Pronome relativo

  • (...)onde ideologias e indivíduos podem se expressar livremente 

    caso de sujeito explícito. Pode ser usada tanto a próclise, quanto a ênclise

  • Entendi a  alternativa "c" como correta pela regra de quando houver gerúndio ou infinitivo serem admitidas duas colocações.

  • A correta é a C, visto que todas as outras possuem palavras atrativas que pedem obrigatoriamente a próclise.  A C pode ser próclise ou ênclise visto que o verbo está no infinitivo.

     

    Regras de próclise obrigatória "SOGRINA?!:

    Conjunção Subordinadas

    Frases Optativas (que expressam desejo)

    Gerúndio+preposição em

    Pronome Relativo

    Pronomes Indefinitdos

    Palavra Negativa

    Advérbios

    ? Frases interrogativas

    ! Frases exclamativas

     

    Fonte: Professora Priscila Alfacon

     

    Bons Estudos!!

  • Por que a letra C pede uma próclise?

  • Como já dito acima regras de próclise, vou colocar especificamente a regra no caso da letra "c"

    "podem se expressar" - Verbo auxiliar + verbo no infinitivo (locução verbal)

    Pode ser em 4 formas, ex:

    a) Devo sentar-me ( ênclise ao verbo no infinitivo)

    b) Devo me sentar ( próclise ao verbo no infinitivo) 

    C) Devo-me sentar ( ênclise ao verbo auxiliar)

    d) Não me devo sentar ( próclise ao verbo auxiliar devido a palavra negativa "não")

  • a) Se a linguagem foi o que nos tornou seres políticos, a sua destruição nos tornará o quê?

    OBRIGATÓRIO. Pronome demonstrativo. O "o" antes de "que" pode ser aubstituído por "aquilo". Próclise obrigatória.


    b) Não me refiro a nenhum tipo de violência essencial própria ao discurso enquanto contrário ao diálogo, nem à violência casual de falas esporádicas [...]”.

    OBRIGATÓRIO. Palavra ou expressão negativa. Próclise obrigatória


    c) Meios de comunicação em geral, inclusas as redes sociais e grande parte da imprensa, onde ideologias e indivíduos podem se expressar livremente sem limites de responsabilidade ética e legal [...]”.

    FACULTATIVO. Vemo-nos em uma situação de locução verbal. Vou pegar emprestado as palavras do colega "Alberto Júnior"
    ____ 1) Podem expressar-se (ênclise ao verbo no infinitivo)
    ____ 2) Podem se expressar (próclise ao verbo no infinitivo) 
    ____ 3) Podem -se expressar (ênclise ao verbo auxiliar)
    ____ 4) Não se podem expressar (próclise ao verbo auxiliar devido a palavra negativa "não")



    d) No processo de rebaixamento dos discursos, do debate e do diálogo que presenciamos em escala nacional, surgem maledicências e mal-entendidos que se entrelaçam, formando o processo que venho chamando de “consumismo da linguagem”.

    OBRIGATÓRIO. Pronome Relativo "que". Próclise obrigatória.




    A dificuldade é para todos! Bons estudos!!

  • Regra das locuções verbais: Caso não obrigatório de próclise, letra C!!

     

    Quando o verbo principal for constituído por um infinitivo ou um gerúndio se não houver palavra atrativa, o promome oblíquo átono virá depois do verbo auxiliar (com hífen), antes do principal (sem hífen) ou depois do verbo principal (com hífen).

     

    Exemplos:

    Podem-se expressar

    Podem se expressar

    Podem expressar-se

     

    As três forma são corretas!!

     

    Fonte: A gramática para concursos públicos. Fernando Pestana. 1 edição.

     

    FOCOFORÇAFÉCORAGEMDEUS#@

     

  • no caso da C, o ONDE (advérbio) não obriga Próclise????

  • a) Se a linguagem foi o que nos tornou seres políticos, a sua destruição nos tornará o quê?   OBS. Diante de pronome relativo é obrigatório a próclise.

     

    b)Não me refiro a nenhum tipo de violência essencial própria ao discurso enquanto contrário ao diálogo, nem à violência casual de falas esporádicas [...]”.   OBS. Diante de palavra negativa é obrigatório a próclise.

     

    c)Meios de comunicação em geral, inclusas as redes sociais e grande parte da imprensa, onde ideologias e indivíduos podem se expressar livremente sem limites de responsabilidade ética e legal [...]”.   ( CORRETO)

     

    d)No processo de rebaixamento dos discursos, do debate e do diálogo que presenciamos em escala nacional, surgem maledicências e mal-entendidos que se entrelaçam, formando o processo que venho chamando de “consumismo da linguagem”.  OBS. Diante de pronome relativo é obrigatório a próclise.

  • Quando se tem uma Locução verbal com verbo principal no infinitivo(ar er ir ) faz com que  possa ser proclise ou enclise.

  • A questão exige conhecimento de colocação pronominal e queremos na alternativa a única que o uso é opcional.

    a) Em "...o que nos tornou...". diante a partícula "que" o uso é obrigatório em próclise. INCORRETA.

    b) Em "...Não me refiro...", diante de palava negativa o uso da próclise é obrigatório. INCORRETA.

    c) Em "...podem se expressar..." Nas locuções verbais podem os pronomes átonos, conforme as circunstâncias, estar em próclise ou ênclise ora ao verbo auxiliar. Verbo auxiliar+ infinitivo, Há 3 possibilidades: ênclise ao infinitivo, ênclise ao auxiliar, próclise ao auxiliar, : CORRETA.

    Podem-se expressar.

    Podem se expressar.

    Podem expressar-se.

    d) Em "...que se entrelaçam...". diante de partícula "que" é obrigatório o uso da próclise. INCORRETA.

     Referência bibliográfica.

    ROCHA LIMA, C. H. Gramática normativa da língua portuguesa. Rio de. Janeiro: José Olympio .2014

    GABARITO C

  • GABARITO: LETRA C

    ACRESCENTANDO:

    Próclise (antes do verbo): A pessoa não se feriu.

    Ênclise (depois do verbo): A pessoa feriu-se.

    Mesóclise (no meio do verbo): A pessoa ferir-se-á.

     

    Próclise é a colocação do pronome oblíquo átono antes do verbo (PRO = antes)

    Palavras que atraem o pronome (obrigam próclise):

    -Palavras de sentido negativo: Você NEM se preocupou.

    -Advérbios: AQUI se lava roupa.

    -Pronomes indefinidos: ALGUÉM me telefonou.

    -Pronomes interrogativos: QUE me falta acontecer?

    -Pronomes relativos: A pessoa QUE te falou isso.

    -Pronomes demonstrativos neutros: ISSO o comoveu demais.

    -Conjunções subordinativas: Chamava pelos nomes, CONFORME se lembrava.

     

    **NÃO SE INICIA FRASE COM PRÓCLISE!!!  “Me dê uma carona” = tá errado!!!

     

    Mesóclise, embora não seja muito usual, somente ocorre com os verbos conjugados no futuro do presente e do pretérito. É a colocação do pronome oblíquo átono no "meio" da palavra. (MESO = meio)

     Comemorar-se-ia o aniversário se todos estivessem presentes.

    Planejar-se-ão todos os gastos referentes a este ano. 


    Ênclise tem incidência nos seguintes casos: 

    - Em frase iniciada por verbo, desde que não esteja no futuro:

    Vou dizer-lhe que estou muito feliz.

    Pretendeu-se desvendar todo aquele mistério. 

    - Nas orações reduzidas de infinitivo:

    Convém contar-lhe tudo sobre o acontecido. 

    - Nas orações reduzidas de gerúndio:

    O diretor apareceu avisando-lhe sobre o início das avaliações. 

    - Nas frases imperativas afirmativas:

    Senhor, atenda-me, por favor!

    FONTE: QC