Questão 1889515

• Banca: FCC
• Órgão: TRF - 3ª REGIÃO
• Ano: 2016
• Provas: FCC - 2016 - TRF - 3ª REGIÃO - Analista Judiciário - Engenharia (Elétrica); FCC - 2016 - TRF - 3ª REGIÃO - Analista Judiciário - Biblioteconomia; FCC - 2016 - TRF - 3ª REGIÃO - Analista Judiciário - Medicina - Clínica Geral
• Disciplina: Português
• Assuntos: Coesão e coerência; Interpretação de Textos

      O pior no meu entender está na poesia brasileira, tanto quanto a nossa literatura não imediatamente comercial, ter sido convertida, no empenho de fazê-la alcançar um público mais amplo do que o cada vez mais arredio público frequentador de livrarias, em remédio chato de tomar. Indicados pelos professores como leitura obrigatória a alunos sem maior curiosidade intelectual, esses livros, essas antologias ministradas sob receita pedagógica traem a finalidade precípua da literatura, que é a de deleitar. Dou a este verbo uma etimologia poética, pouco me importando saber se é falsa, possível ou verdadeira. Vejo-o nucleado na palavra “leite”, o alimento primeiro e essencial que reconcilia o nascituro com o mundo no qual se vê repentinamente atirado, sem consulta prévia, e que o faz imaginá-lo, como nos poemas de William Blake, antes o paraíso dos prazeres da idade da inocência que o prosaico reino de deveres da idade da experiência.

(Adaptado de: PAES, José Paulo. Apud. SILVA, Marcia Cristina. José Paulo Paes: entre o crítico literário e o poeta para crianças. Revista FronteiraZ, São Paulo, n. 8, julho de 2012.) 

fazê-la alcançar − Vejo-o nucleado − faz imaginá-lo

Os pronomes dos segmentos acima se referem, respectivamente, a:

• A. literatura não imediatamente comercial – este verbo – o paraíso
• B. literatura não imediatamente comercial − leite − o alimento primeiro
• C. leitura obrigatória − o alimento primeiro − o mundo
• D. poesia brasileira − o nascituro − o paraíso
• E. poesia brasileira − este verbo − o mundo

Gabarito: E

Comentários

• não entendi essa questão

   

• LETRA E - vejamos:

   

  O autor lamenta a POESIA BRASILEIRA ter-se tornado um "remédio chato de tomar". Reparem no trecho: "O pior no meu entender está na poesia brasileira"... "ter sido convertida"... "em remédio chato de tomar". Logo, temos que POESIA BRASILEIRA é a ideia central ou nuclear do parágrafo (tópico frasal); Segue o autor "dizendo" que "essa chatice" de ler poesia ocorreu pq professores a tornaram uma leitura obrigatória a alunos "desinteressados", de modo que estes não tiveram a oportunidade de deLEITAr-se (VERBO), de deliciarem-se, de terem prazer PELA POESIA. Por isso ele comparou esse primeiro contato da poesia com o LEITE materno. Assim como este alimento é importante para a criança, num primeiro contato, o mesmo deve ocorer com os alunos e a POESIA. Dessa forma, o LEITE "reconcilia o nascituro com o MUNDO"... "e o faz imaginá-lo (lo = O MUNDO - imaginar quem?? o mundo) -o paraíso dos prazeres". EM SUMA, temos: fazê-la (POESIA BRASILEIRA) alcançar − Vejo-o (ESTE VERBO) nucleado − faz imaginá-lo (MUNDO)

   

  Espero ter ajudado a esclarecer a questão. Abraço a tds e bons estudos

• Como o Tiago Carvalho mencionou, Poesia brasileira é o tema central. Daí, já eliminei A, B e C.

  Tive dificuldades. Li 3 vezes. Acertei, mas com muitas dúvidas. 

  Indiquei para o professor comentar. 

   

• ...o alimento primeiro e essencial que reconcilia o nascituro com o mundo no qual se vê repentinamente atirado, sem consulta prévia, e que o faz imaginá-lo

   

  O termo "no qual" indica o lugar que está inserido algo, portanto retoma a ideia do mundo.

• O pior no meu entender está na poesia brasileira, tanto quanto a nossa literatura não imediatamente comercial, ter sido convertida, no empenho de fazê-la alcançar um público mais amplo do que o cada vez mais arredio público frequentador de livrarias, em remédio chato de tomar. Indicados pelos professores como leitura obrigatória a alunos sem maior curiosidade intelectual, esses livros, essas antologias ministradas sob receita pedagógica traem a finalidade precípua da literatura, que é a de deleitar. Dou a este verbo uma etimologia poética, pouco me importando saber se é falsa, possível ou verdadeira. Vejo-o nucleado na palavra “leite”, o alimento primeiro e essencial que reconcilia o nascituro com o mundo no qual se vê repentinamente atirado, sem consulta prévia, e que o faz imaginá-lo, como nos poemas de William Blake, antes o paraíso dos prazeres da idade da inocência que o prosaico reino de deveres da idade da experiência.

• questões de interpretação, são incógnitas, a banca dar o gabarito que ela quiser, realmente texto confuso, complicado...