SóProvas


ID
1894918
Banca
VUNESP
Órgão
Prefeitura de Rosana - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia a crônica Caso de polícia, de Ivan Angelo, e responda à questão.

      Desde que viu pela primeira vez um filme policial, o rapaz quis ser um homem da lei. Sonhava viver aventuras, do lado do bem. Botar algemas nos pulsos de um criminoso e dizer, como nos livros: “Vai mofar na cadeia, espertinho”.

      Estudou Direito com o objetivo de ser delegado de polícia. No início do curso, até pensou em tornar-se um grande advogado criminal, daqueles que desmontam um por um os argumentos do nobre colega, mas a partir do segundo ano percebeu que seu negócio eram mesmo as algemas. Assim que se formou, inscreveu-se no primeiro concurso público para delegado. Fez aulas de defesa pessoal e tiro. Estudou tanto que passou em primeiro lugar e logo saiu a nomeação para uma delegacia em bairro de classe média, Vila Mariana.

      No dia de assumir o cargo, acordou cedo, fez a barba, tomou uma longa ducha, reforçou o desodorante para o caso de algum embate prolongado, vestiu o melhor terno, caprichou na gravata e olhou-se no espelho satisfeito. Encenou um sorriso cínico imitando Sean Connery e falou:

      – Meu nome é Bond. James Bond.

      Na delegacia, percorreu as dependências, conheceu a equipe, conferiu as armas, as viaturas, e sentou-se à mesa, à espera do primeiro caso. Não demorou: levaram até ele uma senhora idosa e enfezada.

      – Doutor, estão atirando pedras no meu varal!

      Adeus 007. O delegado-calouro caiu na besteira de dizer à queixosa que aquilo não era crime.

      – Não é crime? Quer dizer que podem jogar pedras no meu varal?

      – Eu não posso prender ninguém por isso.

      – Ah, é? Então a polícia vai permitir que continuem a jogar pedras no meu varal? A sujar minha roupa?

      James Bond não tinha respostas. Procurou saber quem jogava as pedras. A velha senhora não sabia, mas suspeitava de alguém da casa ao lado. O delegado mandou “convidarem” o vizinho para uma conversa e pediu que trancassem a senhora numa sala.

      – Ai, meu Deus, só falta ser um velhinho, para completar! – murmurou o desanimado Bond.

      Era um velhinho que confessou tudo dando risadinhas travessas. Repreendeu-o com tom paterno:

      – O senhor não pode fazer uma coisa dessas. Por que isso, aborrecer as pessoas?

      – É para passar o tempo. Vivo sozinho, e com isso eu me divirto um pouco, né?

      O moço delegado cruzou as mãos atrás da cabeça, fechou os olhos e meditou sobre os próximos trinta anos. Pensou também na vida, na solidão e em arranjar uma namorada. Abriu os olhos e lá estava o velhinho.

      – Pois eu vou contar uma coisa. A sua vizinha, essa do varal, está interessadíssima no senhor, gamadona.

      O velho subiu nas nuvens, encantado. Recusou-se a dar mais detalhes, mandou-o para casa, e chamou a senhora:

      – Ele esteve aqui. É um senhor de idade. Bonitão, viu? Confessou que fez tudo por amor, para chamar a sua atenção. Percebeu que uma chama romântica brilhou nos olhos dela.

      Caso encerrado.

                             (Humberto Werneck, Org. Coleção melhores crônicas

                                                          Ivan Angelo. Global, 2007. Adaptado)

De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, a concordância verbal e nominal está correta em:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito B.

    a) Nesta locadora existe à disposição dos clientes filmes policiais renomados, tanto nacionais como estrangeiros. (quanto)
      
      c) Depois de ouvida atentamente as reprimendas do delegado, o velhinho justificou-se dizendo que importunava a vizinha apenas para divertir-se um pouco. 
      d) A senhora indignou-se com as pedras que sujavam seu varal e, embora idosa, resolveu ela mesmo ir à delegacia.
      e) Graças à intervenção do delegado, o caso foi encerrado de forma que todos estivessem quite com a justiça.

  • a) Nesta locadora existeM à disposição dos clientes filmes policiais renomados, tanto nacionais como estrangeiros.

    b) Gabarito

    c) Depois de ouvidaS atentamente as reprimendas do delegado, o velhinho justificou-se dizendo que importunava a vizinha apenas para divertir-se um pouco. 

    d) A senhora indignou-se com as pedras que sujavam seu varal e, embora idosa, resolveu ela mesmA ir à delegacia.

    e) Graças à intervenção do delegado, o caso foi encerrado de forma que todos estivessem quiteS com a justiça.

     

  • c) Depois de ouvida atentamente ÀS reprimendas do delegado, o velhinho justificou-se dizendo que importunava a vizinha apenas para divertir-se um pouco. 

  • Verbo haver ("sentido de ocorrer" ou "existir") 

    Vale a velha regra: o verbo “haver”, no sentido de “ocorrer” ou “existir”, fica no singular. Trata-se de um verbo impessoal, ou seja, de um verbo que não tem sujeito próprio, como ocorre com aqueles que nomeiam os fenômenos da natureza (ventar, chover, nevar etc.).

    Gabarito: B. 

    À porta do hotel, havia repórteres aguardando a entrevista com o ator escolhido para ser James Bond nos próximos filmes da série.

    À porta do hotel, existiam repórteres aguardando a entrevista com o ator escolhido para ser James Bond nos próximos filmes da série.

     

    ----

     

    Erros das outras:

    a) Nesta locadora existe  (EXISTEM) à disposição dos clientes filmes policiais renomados, tanto nacionais como estrangeiros.

    c) Depois de ouvida (OUVIDAS - AS REPRIENDAS DO DELEGADO FORAM OUVIDAS) atentamente as reprimendas do delegado, o velhinho justificou-se dizendo que importunava a vizinha apenas para divertir-se um pouco. 

    d) A senhora indignou-se com as pedras que sujavam seu varal e, embora idosa, resolveu ela mesmo (MESMA) ir à delegacia.

    e) Graças à intervenção do delegado, o caso foi encerrado de forma que todos estivessem quite (QUITES) com a justiça.

     

    Boa sorte e bons estudos!

     

  • eu achei que era proibido o uso de CRASE no início de frase.

  • Minha Dúvida é em relação ao sinal de crase no começo da frase.

  •  b) À porta do hotel = adjunto adverbial feminino (sempre há crase) deslocado

  • a) Nesta locadora existeM à disposição dos clientes filmes policiais renomados, tanto nacionais como estrangeiros. 

    b) À porta do hotel, havia repórteres aguardando a entrevista com o ator escolhido para ser James Bond nos próximos filmes da série. correta 

    c) Depois de ouvidaS atentamente as reprimendas do delegado, o velhinho justificou-se dizendo que importunava a vizinha apenas para divertir-se um pouco. 

    d) A senhora indignou-se com as pedras que sujavam seu varal e, embora idosa, resolveu ela mesmoA ir à delegacia.

    e) Graças à intervenção do delegado, o caso foi encerrado de forma que todos estivessem quiteS com a justiça.

  • Fui na B e quase errei por olho cego. Não conseguia identificar o erro da D. Estava lendo MESMA sem perceber.

    Ademais, os comentários dos colegas estão  bem explicativos.

    FORÇA!

     

  • meu nome é BOND , JAMES BOND

  • A)EXISTEM
    B)GAB
    C)OUVIDO
    D)MESMA
    E)QUITES

  •  b) alguem me ajuda por favor nao entendi achei que iria crase  (aguardando á entrevista)

    À porta do hotel, havia repórteres aguardando a entrevista ( não coloca crase ?) com o ator escolhido para ser James Bond nos próximos filmes da série.

  • Renata Barbosa

    "Repórteres aguardando o quê?", nesse contexto quem aguarda, aguarda alguma coisa. Então é VTD, o termo não pede preposição e "a entrevista" é um OD, sendo o "a" apenas um artigo. Se facilitar, mude "entrevista" por "interrogatório", assim ficará - "Repórteres aguardando o interrogatório" - nota-se que há apenas o artigo "o", ou seja, sem preposição.