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ID
1901167
Banca
FGV
Órgão
MPE-RJ
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto 2 – Violência e favelas


      O crescimento dos índices de violência e a dramática transformação do crime manifestados nas grandes metrópoles são alarmantes, sobretudo, na cidade do Rio de Janeiro, sendo as favelas as mais afetadas nesse processo.

      “A violência está o cúmulo do absurdo. É geral, não é? É geral, não tem, não está distinguindo raça, cor, dinheiro, com dinheiro, sem dinheiro, tá de pessoa para pessoa, não interessa se eu te conheço ou se eu não te conheço. Me irritou na rua eu te dou um tiro. É assim mesmo que está, e é irritante, o ser humano está em um estado de nervos que ele não está mais se controlando, aí junta a falta de dinheiro, junta falta de tudo, e quem tem mais tá querendo mais, e quem tem menos tá querendo alguma coisa e vai descontar em cima de quem tem mais, e tá uma rivalidade, uma violência que não tem mais tamanho, tá uma coisa insuportável.” (moradora da Rocinha)

      A recente escalada da violência no país está relacionada ao processo de globalização que se verifica, inclusive, ao nível das redes de criminalidade. A comunicação entre as redes internacionais ligadas ao crime organizado são realizadas para negociar armas e drogas. Por outro lado, verifica-se hoje, com as CPIs (Comissão Parlamentar de Inquérito) instaladas, ligações entre atores presentes em instituições estatais e redes do narcotráfico.

      Nesse contexto, as camadas populares e seus bairros/favelas são crescentemente objeto de estigmatização, percebidos como causa da desordem social o que contribui para aprofundar a segregação nesses espaços. No outro polo, verifica-se um crescimento da autossegregação, especialmente por parte das elites que se encastelam nos enclaves fortificados na tentativa de se proteger da violência.

                                         

        (Maria de Fátima Cabral Marques Gomes, Scripta Nova)

A fala da moradora da Rocinha tem a seguinte finalidade:

Alternativas
Comentários
  • Questão rara da FGV, em que é possível responder por eliminação.

    Vamos na fé.

  • Sávio Luiz, concordo em número,  gênero e grau.

  • Willian Sampaio,

    Se você observar do ponto de vista do autor, vai concordar com o gabarito, pois ele colocou a fala de uma pessoa da favela para dar suporte a uma afirmação feita por ele anteriormente.

  • Marcelo Siqueira, a letra D é a típica resposta correta das questões da FGV, me surpreendeu não ser desta vez.

  • Se eles dissessem que era fruto da globalização (letra E), iriam se basear no trecho: "É geral, não tem, não está distinguindo raça, cor, dinheiro, com dinheiro, sem dinheiro, tá de pessoa para pessoa, não interessa se eu te conheço ou se eu não te conheço". E aí eles iriam falar que a globalização que está sendo tratada na questão diz respeito ao fenômeno de generalização para todas as pessoas, e aí a resposta certa seria a letra E.
    .

    Mas como falaram, também poderia ser QUALQUER LETRA, dependendo da boa vontade de quem faz a questão.

    .

    Eu estou profundamente admirado por ter acertado. Sério.

  • Mesmo quando a questão é mais de boa, acabo errando por pensar: "Certo que a FGV viajou na resposta de novo, não vou marcar a obvia.."

  • Por eliminação marquei d)  ¬¬'

  • FGV Port interpretação

    O autor fala de violência nas favelas. X A moradora da rocinha fala que a violência é geral, "não distingue raça, cor, DINHEIRO".

    Na prova eu teria marcado C, pq a "finalidade" do autor era "confirmar uma afirmação do parágrafo anterior", mas não faz nenhum sentido dizer isso, até porque a moradora da rocinha não corrobora o argumento do autor!

    Ou o autor conhece algum endinheirado que more nas favelas, né?!

  • Eu vejo que a intenção do autor (embora não tenha conseguido) era de fato trazer uma fala que corroborasse com a sua afirmação, o que não acontece porque a entrevistada retira a centralidade da favela desse contexto de violência e a generaliza.

  • O autor trazer a fala da moradora da Rocinha, tudo bem, seria para confirmar uma afirmação dita por ele no parágrafo anterior. Mas falar que a fala da moradora da rocinha tem a finalidade de confirmar uma afirmação do parágrafo anterior já é forçado. Pergunta-se: elas (autora e moradora da rocinha) escreveram juntas o texto? Acertei a questão por eliminação, mas não tive certeza quanto à resposta.

  • Quando os autores usam/escolhem fala de outras pessoas geralmente é para ser ter um argumento de autoridade. Serve para garantir e exemplificar a tese. (também para dramatizar...)