SóProvas


ID
1901173
Banca
FGV
Órgão
MPE-RJ
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto 2 – Violência e favelas


      O crescimento dos índices de violência e a dramática transformação do crime manifestados nas grandes metrópoles são alarmantes, sobretudo, na cidade do Rio de Janeiro, sendo as favelas as mais afetadas nesse processo.

      “A violência está o cúmulo do absurdo. É geral, não é? É geral, não tem, não está distinguindo raça, cor, dinheiro, com dinheiro, sem dinheiro, tá de pessoa para pessoa, não interessa se eu te conheço ou se eu não te conheço. Me irritou na rua eu te dou um tiro. É assim mesmo que está, e é irritante, o ser humano está em um estado de nervos que ele não está mais se controlando, aí junta a falta de dinheiro, junta falta de tudo, e quem tem mais tá querendo mais, e quem tem menos tá querendo alguma coisa e vai descontar em cima de quem tem mais, e tá uma rivalidade, uma violência que não tem mais tamanho, tá uma coisa insuportável.” (moradora da Rocinha)

      A recente escalada da violência no país está relacionada ao processo de globalização que se verifica, inclusive, ao nível das redes de criminalidade. A comunicação entre as redes internacionais ligadas ao crime organizado são realizadas para negociar armas e drogas. Por outro lado, verifica-se hoje, com as CPIs (Comissão Parlamentar de Inquérito) instaladas, ligações entre atores presentes em instituições estatais e redes do narcotráfico.

      Nesse contexto, as camadas populares e seus bairros/favelas são crescentemente objeto de estigmatização, percebidos como causa da desordem social o que contribui para aprofundar a segregação nesses espaços. No outro polo, verifica-se um crescimento da autossegregação, especialmente por parte das elites que se encastelam nos enclaves fortificados na tentativa de se proteger da violência.

                                         

        (Maria de Fátima Cabral Marques Gomes, Scripta Nova)

“A violência está o cúmulo do absurdo. É geral, não é? É geral, não tem, não está distinguindo raça, cor, dinheiro, com dinheiro, sem dinheiro, tá de pessoa para pessoa, não interessa se eu te conheço ou se eu não te conheço. Me irritou na rua eu te dou um tiro”.

A fala da moradora da Rocinha mostra certas características distintas da variedade padrão de linguagem; a única característica que NÃO está comprovada pelo exemplo dado é:

Alternativas
Comentários
  • Marquei letra C, mas depois percebi que, realmente, não era necessário ter a explicação 'com dinheiro, sem dinheiro', porque antes já havia dito que "não está distinguindo raça, cor, dinheiro".

    Vamos na fé.

  • Agora por que é a ledra "D". Não sei.

  • A única característica que Não está comprovada pelo exemplo dado:

    Característica                             Exemplo

    Mistura de tratamento     "se eu te conheço ou se eu não te conheço."

    Logo, nos termos destacados não há MISTURA de tratamento, são os mesmos. 

    Obs: A lógica que encontrei foi essa para resolver, não é opinião de um profissional. Mas espero ter colaborado.

    Marquei lá para indicar comentário e ver o que um professor fala.

  • Não sou expert em português, mas vou tentar explicar o raciocínio que eu tive.

    O autor que dizer que a moradora da rocinha utiliza um linguajar fora do padrão da norma culta. Entretanto, em uma das opções isso não é observado, ou seja, ela utiliza a forma padrão da linguagem. Vamos as opções:

    A) O segmento "não tem" realmente está fora de contexto, não tem o quê?

    B) Forma reduzida "tá de pessoa para pessoa" ela utilizou o "tá" (linguagem coloquial), quando o correto seria "está" pela norma culta.

    C) Ao utilizar o "com dinheiro, sem dinheiro" não fica claro a quem ela se refere.

    D) A letra D é a opção correta, pois a moradora ao utilizar a oração: " Se eu te conheço ou se eu não te conheço", ela não utilizou nenhum artifício da linguagem coloquial.

    E) Aqui a oração está fora da norma padrão, pois como está iniciando a orção após a pontuação, deveria vir em ênclise e não em próclise. O correto seria: "Irritou-me".

     

    Espero ter ajudado.

  • SOBRE O ITEM E: Várias gramáticas, e várias bancas,  estão  utilizando a próclise em subistituição à mesóclise com o critério da eufonia. Parece que a FGV não aceita esse entendimento! Mas outras bancas, como o CESPE, aceitam.

  • Na FGV não basta saber a resposta certa, primeiro precisa entender o que ela quer. 

  • A MINHA DIFICULDADE É ENTENDER O QUE A FGV QUER

  • d) mistura de tratamento: “se eu te conheço ou se eu não te conheço”

     

    Neste caso, não há mistura de tratamento, pois ambos estão na 2ª pessoa (tu - se eu te conheço ou se eu não te conheço). Por isso não há problema com a norma culta, que é o que a questão pedia (características distintas da variedade padrão de linguagem = linguagem coloquial).

     

    A alternativa "c" corretamente afirma que "com dinheiro, sem dinheiro" são explicações desnecessárias.

  • verdade como a colega disse além de saber a resposta tem que saber o que a FGV quer  ela quer...e as vezes équase impossível entender

  • A passagem "com dinheiro ou sem dinheiro" é desnecessária porque a moradora já havia dito que não estava existindo distinção entre raça, cor ou dinheiro (o que já traz implícita a referida ideia).

  • * A fala da moradora da Rocinha mostra certas características distintas da variedade padrão de linguagem; (ou seja, é informal/coloquial)

    * a única característica que NÃO está comprovada pelo exemplo dado é: (não está justificada)

     

    Enunciados são uma piada, tem de desmembrar p saber o que ela quer.

  • A MINHA DIFICULDADE É ENTENDER O QUE A FGV QUER

  • d)mistura de tratamento: “se eu te conheço ou se eu não te conheço”;

    Não há mistura nas formas de tratamento - ambas 2º pessoa.

    Haveria se fosse assim: "...se eu te conheço ou se eu não conheço você / lhe conheço"

  • tô contigo, Demétrios.

  • E qdo vc NÃO lê o não bem grande no enunciado, faz o q? Putz...

  • Acertei. Até que enfim

  • As explicações "com dinheiro, sem dinheiro" realmente são desnecessárias e redundantes, pois a moradora já tinha citado "dinheiro" imediatamente antes dessa expressão.