SóProvas


ID
1907203
Banca
AOCP
Órgão
FUNDASUS
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                             A escola pode interferir na formação moral dos alunos?


Por: Telma Vinha (professora da Unicamp) em colaboração com Maria Suzana Menin (professora da Unesp) e Mariana Tavares (pesquisadora da FCC)


      O desenvolvimento de valores morais é decorrente da interação do sujeito com as situações e as pessoas nos diversos ambientes que frequenta, como a escola, com a família e com os amigos. Considerando todas essas influências, questionamos: “Será que a instituição de ensino tem um papel significativo na formação ética dos alunos? Que atitudes de professores, funcionários e colegas podem interferir nesse processo?”

      Um estudo inédito da Fundação Carlos Chagas (FCC), coordenado por Mariana Tavares, da FCC, e Suzana Menin, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), com a participação de pesquisadores de várias instituições, ajuda a responder essas questões. Realizado com quase 10 mil crianças, adolescentes e professores de 76 escolas públicas e privadas do Brasil, ele objetivou construir um instrumento para avaliar a presença e os níveis de desenvolvimento (adesão) dos valores convivência democrática, solidariedade, justiça e respeito.

      Os resultados dos alunos foram relacionados com mais de 30 variáveis, como sexo, religião, composição familiar, nível socioeconômico, regras e sanções na família, autoestima, repetência, observação de maus-tratos, como eles acreditavam ser vistos pelos outros e as relações estabelecidas. Algumas conclusões evidenciam a importância de cuidar do convívio na escola para favorecer o desenvolvimento moral.

      Sentir-se bem tratado pelos professores e ter docentes e funcionários que jamais ou raramente gritam com os alunos promoveu maior adesão de todos os valores. Não presenciar (ou ver pouco) educadores colocarem estudantes para fora da sala influenciou o aumento da justiça, respeito e solidariedade. Já ter professores que recorrem pouco (ou nunca) aos pais dos alunos para resolver conflitos indicou maior presença de convivência democrática e solidariedade.

      Entre os fatores ligados à relação do aluno com a instituição e com os colegas, gostar de ir à escola e frequentar as aulas interferiu no aumento dos valores solidariedade, respeito e convivência democrática. Alunos que nunca (ou raramente) viram colegas se agredirem ou gritar tiveram todos os valores influenciados positivamente. Acreditar ser bem-visto pelas outras pessoas no ambiente escolar gerou o aumento da justiça.

      No caso da família, o apoio dos pais teve relação com maior respeito e justiça. Este último fator também foi influenciado pelo emprego de combinados com os filhos. Quando os pais usam sanções (que não sejam físicas ou humilhantes), há mais adesão a justiça, solidariedade e convivência democrática. Isso pode estar associado à ideia de uma família cuidadosa, que deixa claro o que pode ou não ser feito pelos filhos, revalidando os valores quando eles são feridos.

      As ações contrárias às apresentadas acima, a exemplo de gritar muitas vezes ou não apoiar os filhos, estão sempre relacionadas a menor adesão aos valores. Chama a atenção também o fato de que, na pesquisa, religião, configuração familiar, nível socioeconômico e repetência não tiveram relação significativa com a presença de valores.

      O estudo colabora para comprovar que a qualidade das interações na escola, em especial dos adultos com os alunos, influencia fortemente no desenvolvimento moral (quanto mais positivas forem, maiores as adesões aos valores). Assim, se queremos formar pessoas éticas, fica evidente a importância de ter espaços de diálogo e reflexão sobre a convivência e de cuidar para que toda a comunidade escolar vivencie de fato esses valores.


                     (Fonte: Revista Nova Escola. Ano 30, número 282 de maio de 2015. Editora Abril)

Observe o seguinte excerto: “Que atitudes de professores, funcionários e colegas podem interferir nesse processo?” e assinale a alternativa correta com relação à função do vocábulo destacado.

Alternativas
Comentários
  • "Emprega-se o pronome interrogativo “que” como pronome substantivo ou adjetivo. Quando na condição de substantivo se refere ao sentido de “que coisa”, e na de adjetivo denota “que espécie de”. 
    Exemplo: 

    Que prato mais te aguça o paladar? (que espécie de prato)
    Que queres do supermercado? (que coisa queres)"

    Fonte: http://portugues.uol.com.br/gramatica/pronomes-interrogativos.html

  • Gabarito E

     

    Poderíamos substituí-lo por QUAIS.

  • Pronomes Interrogativos

    São usados na formulação de perguntas, sejam elas diretas ou indiretas. Assim como os pronomes indefinidos, referem-se à 3ª pessoa do discurso de modo impreciso.

    São pronomes interrogativos: que, quem, qual (e variações), quanto (e variações).

    Por exemplo:

    Quem fez o almoço?/ Diga-me quem fez o almoço.

    Qual das bonecas preferes? / Não sei qual das bonecas preferes.

    Quantos passageiros desembarcaram? / Pergunte quantos passageiros desembarcaram.

    Pronomes Substantivos e Pronomes Adjetivos

    Pronomes Substantivos são aqueles que substituem um substantivo ao qual se referem. Por exemplo:

    Nem tudo está perdido. (Nem todos os bens estão perdidos.) 
    Aquilo me deixou alegre. 

    Obs.: ao assumir para si as características do nome que substitui, o pronome seguirá todas as demais concordâncias (gênero - número -  pessoa do discurso - marca de sujeito inanimado - marca de situação no espaço).

    Pronomes Adjetivos são aqueles que acompanham o substantivo com o qual se relacionam, juntando-lhe uma característica. Por exemplo:

    Este moço é meu irmão. 
    Alguma coisa me deixou alegre.

    Observação: a classificação dos pronomes em substantivos ou adjetivos não exclui sua classificação específica. Por exemplo:

    Muita gente não me entende. (muita = pronome adjetivo indefinido). 
    Trouxe o meu ingresso e o teu. (meu =  pronome adjetivo possessivo / teu = pronome substantivo possessivo).

     

    Fonte: http://conteudo.soportugues.com.br/secoes/morf/morf53.php

  • Quando a banca fala em "exerce a função de adjetivo interrogativo", creio que ela queria dizer PRONOME ADJETIVO INTERROGATIVO. Da forma como está escrito na alternativa, dá a entender que o "que" é um adjetivo, não um pronome. 

  • ADJETIVO INTERROGATIVO?   Essa eu não conhecia....

     

    Questão extremamente mal redigida , porque não escrever o correto "Pronome interrogativo" ?    Querem dificultar e só pioram as coisas , banca de fundo de quintal...

  • ir-me-ei realizar à prova da PMES em agosto, ao qual está será a banca, eu não achei até hoje, uma só questão na qual a banca não consegue formular uma questão em que todos entendam kkk, estou até com medo rsrs.

  • Desce teu joelho ao chão e agradece a Nossa Senhora da eliminação das alternativas!

  • PRONOME ADJETIVO (pelo fato de acompanhar substantivos)

    Neste caso o “que” poderá ser empregado como indefinido, interrogativo ou exclamativo. Confira os exemplos:

    Pronome Exclamativo

    • - Que show maravilhoso!

    Pronome Interrogativo

    • - Que horas, por favor?
    • - Que disseste naquele momento de raiva?
    • - Que pretendia? A que vinha ali como um salteador noturno?

    Pronome Indefinido

    • Equivale a “quanto, quanta, quantos, quantas”
    • - Que felicidade tremenda sentia no peito o nosso personagem.
    • - Que saudade eu tenho da minha infância.