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Há de se pensar, também, nos desejos ou no caráter humano do próprio gestor. Lima
(1996) afirma que a figura do gerente apresenta vulnerabilidade de saúde mental maior do que as categorias de trabalhadores mais operacionais por ser ele o mediador das ideologias da organização. Há de se pensar que o contrato psicológico inerente a tal função exige deste trabalhador a sujeição à ideologia e aos interesses da empresa, em detrimento dos seus próprios interesses como um pré-requisito. Nessa linha de análise, o gestor utiliza-se da estratégia da racionalização para introjetar a cultura da organização; caso contrário não seria possível alinhar seus subordinados a uma linha de conduta ou, ainda, manter-se mentalmente saudável diante das incongruências do trabalho. Assim, apresenta o discurso de que o indivíduo no ambiente laboral deve ser estritamente um “ser profissional” – desprovido de afeto e dissociado do meio social. Defesa que traz, de modo arraigado, a dominação e o cerceamento às resistências dos sujeitos nesta função.