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ID
1913626
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
SERPRO
Ano
2013
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

A respeito de liderança e gerenciamento das pluralidades organizacionais, julgue o item seguinte.

Do ponto de vista da psicodinâmica, quando o líder é confrontado com suas incapacidades e falhas, ele buscará um comportamento obsessivo de repressão do caráter humano de seus subordinados.

Alternativas
Comentários
  • Fonte?

  •    Ket´s de Vries e Miller (1995), em seus estudos sobre liderança e estruturação da personalidade, identificaram cinco tipologias que são estudadas pela psicanálise e pela psiquiatria e que se relacionariam com a liderança: o dirigente paranoide, o dirigente obsessivo compulsivo, o dirigente teatral, o dirigente depressivo e o dirigente esquizóide. O dirigente paranoide teria como característica sentir-se ameaçado por um perigo exterior estando

    pronto para o ataque. O dirigente obsessivo compulsivo cerca-se de um autocontrole para não ficar à mercê de ninguém. O dirigente teatral procuraria estar sob os holofotes para atrair a atenção e impressionar. O dirigente depressivo seria atormentado por sentimentos de incapacidade e de falta de poder e o dirigente esquizóide evitaria manter contatos e relações com outras pessoas (Ket’s de Vrier & Miller, 1995).

     O modelo de personalidade obsessiva apresenta uma certa afinidade e adequação com o funcionamento da organização pelas suas preocupações com a ordem, a precisão, a clareza e o controle, características bem aceitas na condução de processos decisórios. A liderança de personalidade obsessiva tem necessidade de estar no controle, de agir com ordem e precisão perfeccionista. Porém estas características podem causar tensões nos grupos de liderados, reforçar a burocracia e inibir a criatividade. Levada em grau extremo, o ocupante pode exercer sadismo severo entre os membros da equipe (Kernerberg, 2000).

     Kernerberg (2000) também pesquisou e desenvolveu estudos com o intuito de investigar que impactos a personalidade do líder poderia ter sobre as funções administrativas. Questionava se os conflitos que surgiam nas organizações poderiam ser atribuídos a problemas que se originariam na personalidade dos líderes, na natureza da tarefa e nas exigências do grupo. Acreditava que as patologias na personalidade do líder poderiam ser uma ameaça à organização. Algumas características de personalidades patológicas poderiam ficar mais evidenciadas com o exercício da liderança devido à própria estrutura autoritária presente no cargo. Estas características seriam: obsessão, paranoia e narcisismo.

    A personalidade paranoide na liderança pode dificultar e pôr em risco os relacionamentos interpessoais na organização. O paranóico apresenta distorção da realidade externa, hostilidade projetada para fora. Para ele, qualquer oposição ou discussão pode ser encarada como rebeldia e ataque pessoal, com os suspeitos sendo considerados possíveis inimigos (Kernerberg, op.cit.).

    As personalidades narcisistas são as que mais têm sido colocadas em evidência e despertado afinidade com a ocupação de postos de liderança. Alguns historiadores culturais apontam que se está vivendo atualmente uma era na qual predomina o aumento das desordens psíquicas relacionadas com os distúrbios do narcisismo, caracterizado por excessivo egocentrismo (Ket’s de Vrier & Miller, 1995). 

    fonte: Adriana Maria Gurgel Gomes