A questão ficou confusa, porque o elaborador da questão de forma muito inapropriada tem uma adesão declarada de ideologia (fato esse que a banca deve ser auditora de sua própria produção). Portanto, a perspectiva do elaborador é restrita o que privelegia os candidatos que pensem como ele. Bem, vamos à questão em si, muito tendenciosa a questão parece está se referindo ao primeiro ministro da Fazenda do governo Lula, isso quando verificamos o gabarito oficial, mas antes de saber a pretensa resposta "imposta" por esse elaborador que faz uma crítica "interna" ao governo Lula, pode-se supor ser a referência de algum ministro do governo Itamar ou FHC.
O ministro a que se refere é Antonio Palocci e bem verdade que o ele foi muito áustero como ministro e líder da política econômica, utilizando da ortodoxia econômica, coisa que ele mesmo como deputado era contra. O texto realmente confunde o candidato por que ele parte do pressuposto da visão de historiadores e cientistas sociais partidários de esquerda.
Um texto que pode nos ajudar melhor é o do MercadoPopular.org
"A percepção do mercado sobre Lula em 2003 era péssima, com uma enorme crise de confiança, como já abordamos aqui. Isso mudou a partir da montagem de uma equipe econômica ortodoxa, que, em meio à crise e ao óbvio fracasso do Fome Zero, publicou em abril de 2003 o que viria a ser um código de boas práticas para o governo. Entre as diretrizes desse documento estava a “focalização”.
Essa defesa de gasto social focalizado nos mais pobres foi duramente criticada por expoentes do PT, como Maria da Conceição da Tavares. Não obstante, ainda em 2003, o Fome Zero foi substituído por um modelo mais simples de imposto de renda negativo na forma de transferências diretas, nos moldes do que a política liberal inglesa Juliet Rhys-Williams propôs nos anos 40, ideia mais tarde aprofundada pelo economista americano Milton Friedman.
O objetivo era unificar vários programas dispersos, focalizar o gasto social nos mais pobres e evitar políticas de distorção nos preços. Isso era importante para não alterar os incentivos de produção nem de consumo, pois isso geraria desperdício e/ou escassez de recursos. Essa nova abordagem teve a participação de economistas liberais como Ricardo Paes de Barros (o principal formulador técnico do novo programa), Marcos Lisboa e Joaquim Levy. Até então, houveram experiências de modelos parecidos em Brasília, Campinas e programas de bolsa do Governo FHC nos anos 90, mas nada em escala nacional e com esse grau de importância. O programa novo viria a cumprir uma das maiores promessas de campanha de Lula".
Assim compreendemos que o caráter de focalização das políticas sociais, típica do Bolsa Família são versões atualizadas de políticas liberais implementadas na Europa da década de 40. E que o Fome Zero tem um cunho universalista.