SóProvas


ID
1934854
Banca
CONSULPLAN
Órgão
Prefeitura de Cascavel - PR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

    Escrevendo como passarinho canta

Em vez de uma entrevista formal, Ana Maria Machado resolveu escrever para responder às questões de “Na Ponta do Lápis”. Nada estranho para alguém que escreve tão naturalmente como um passarinho canta, como ela mesma afirma. Por e-mail, as respostas vieram em forma de depoimento. São quarenta anos de carreira, mais de cem livros publicados em vinte países e inúmeros prêmios recebidos no Brasil e no exterior. Ela é a primeira representante da literatura infanto-juvenil na Academia Brasileira de Letras.

   Entrevista com Ana Maria Machado

    As primeiras leituras
Aprendi a ler antes dos cinco anos. Minha família me contava histórias e me mostrava livros. Desde pequena, contos de fadas, Monteiro Lobato etc. Minha avó Ritinha era uma biblioteca viva de sabedoria popular. Foi nesse período que encontrei o livro que marcaria a minha vida para sempre: Reinações de Narizinho. Depois fui descobrindo outros, como os de Mark Twain. Na escola e em casa, estava sempre rodeada de amigos que também gostavam de curtir a vida tendo bons livros ao seu lado.

   O gosto pela escrita
Meu pai era jornalista. Sempre brinquei em máquina de escrever. Faço diário. Sobre tudo e sobre nada. Vou escrevendo como passarinho canta. Mas sempre gostei de escrever. Escrevia muitas cartas, fazia parte da equipe do jornalzinho da escola, essas coisas. [Hoje] escrevo o tempo todo, não só quando estou diante do papel ou do computador – esse é só o momento final, em que as palavras saem de mim e tomam forma exterior.

   É possível formar bons leitores em sala de aula?
Eu tendo a inverter a pergunta: como é que alguém que conheça bem uma língua tão linda como a nossa, goste de jovens e adore ler consegue dar aula sem transmitir essa paixão? Isso é que para mim é um mistério. Seria como um torcedor de um time ir ao estádio ver a final do campeonato, com a sua equipe na decisão, e conseguir não torcer. Não dá nem para imaginar! Só se ele não for um torcedor, não conhecer futebol, não entender o que está acontecendo no campo, nunca tiver assistido a uma partida etc. E, por causa de tudo isso, conseguir passar o jogo todo reparando em outras coisas: a marquise do estádio, a gola da camisa do vizinho à sua frente, coisas assim. Para mim, é inconcebível.    
Eu costumo dizer que o maior prêmio de um escritor é um bom leitor. É para o leitor que um autor escreve. Um leitor que entende, qualquer que seja a sua idade, é um presente. Para mim, o importante é que meu leitor se aproxime do que eu escrevo. Só com um leitor é que o livro se completa. Sei muito bem que hoje em dia, com as novas tecnologias, o livro não é mais o eixo central em torno do qual gira toda a cultura. Mas acho justo que todas as pessoas possam ter acesso a tudo o que a leitura pode nos trazer. Então, sugiro que esse professor leia muito, descubra os livros de que goste e fale neles para seus alunos. Com verdade e entusiasmo.
(Luiz Henrique Gurgel, Na Ponta do Lápis, Ano VI, Número 14, Julho de 2010.)

A regência verbal pode variar ainda que se trate de um mesmo verbo. Tal fato ocorre vinculado a uma diversidade de significados que o mesmo pode conter e apresentar de acordo com o contexto em que está sendo empregado. Em “Aprendi a ler antes dos cinco anos.”, a regência do verbo em destaque tem por justificativa

Alternativas
Comentários
  • Não tenho certeza se o meu raciocínio esta correto, mas pensei dessa forma: Quem aprende, aprende algo. O que? a ler... - ou seja "A LER..." é o objeto regido que é constituído de oração infinitiva.

     

    Gab. B

  • Meu raciocínio foi parecido , embora onde deveria existir o artigo , existe a preposição "a" pois é seguido de verbo no infinitivo. Se o complemento fosse nominal haveria o artigo precedendo o complemento conforme a regência do verbo "aprender" que é VTD. Se alguem puder confirmar agradeço.

  • APRENDER

    1. A + verbo no infinitivo (tornar-se apto ou capaz de)

    _ Aprendi a aceitar meus próprios defeitos.

     

    2. SOBRE algo (adquirir conhecimento; ter melhor compreensão)

    _ Na faculdade, aprendi muito sobre história da arte.

     

  • APRENDER

    1. A + verbo no infinitivo (tornar-se apto ou capaz de)

    _ Aprendi aceitar meus próprios defeitos.

    2. SOBRE algo (adquirir conhecimento; ter melhor compreensão)

    _ Na faculdade, aprendi muito sobre história da arte

    http://solinguagem.blogspot.com.br/2011/04/regencia-verbal.html

  • Questão difícil :'(

  • acertei. Fui na mesma linha de pensamento do A Munhoz. Solicitei comentário do professor para termos certeza. 

  • Penso que o autor da questão quis evidenciar uma caso de infinitivo flexionado.Em muitos casos ocorre o infinitivo pessoal, ou seja deve concordar com o sujeito.Quanto  à concordância da forma verbal no infinitivo depois de uma preposição, no caso, a preposição "a", deve ser flexionada para concordar com o sujeito.Existem dois casos de flexão com o inifinitvo,Locução verbal = verbo auxiliar + infinitivo impessoal (= não se flexiona); Oração principal + oração reduzida de infinitivo (pessoal = concorda com o sujeito).

    Fonte:http://gramaticadoprofessordaniel.blogspot.com.br/2013/01/concordancia-de-formas-verbais-no.html

  • Qual o erro da C ???

  • Christiano, o tempo verbal, nesse caso, não influencia a regência verbal.Por exemplo, se o verbo estivesse no futuro o verbo no infinitivo continuaria o mesmo: Aprenderei a ler antes dos 5 anos.


  • O verbo aprender será transitivo indireto, com objeto introduzido pela preposição, quando empregado no sentido de tornar-se apto ou capaz de alguma coisa em conseqüência de estudo, observação, experiência ou advertência.

    Seu complemento terá como núcleo um verbo no infinitivo. Assim: "Aprendeu a tocar violão", "Aprendeu a fazer tricô", "Aprendeu a ler com cinco anos de idade".

  • Normalmente, a regência do verbo "aprender" é a de um verbo transitivo direto (não tem preposição): "aprendi inglês"; "aprendi cálculo". Porém, quando seu objeto é uma oração infinitiva (que tem como núcleo um verbo no infinitivo - "ler", no caso apresentado), o verbo deve ser regido por preposição: "aprendi a ler (...)".

  • Resposta: B.
    Aprender é V.T.I. quando tem o sentido de "começar a compreender melhor, normalmente, pelo uso da vivência, da sensibilidade, etc). Seu complemento  (O.I) tem como núcleo verbo no infinitivo.

     

    Fontes:
    http://noticias.uol.com.br/educacao/dicasport/ult2781u73.jhtm
    https://www.dicio.com.br/aprender/

     

  • O próprio elaborador da questão coloca "o mesmo" no enunciado...pelo visto só o candidato precisa saber português

  • eu fui na lógica mesmo

    quem aprende, aprende a alguma coisa, aprende a LER, aprende a FAZER...

    logo no INFINITIVO

  • [EU] Aprendi a ler antes dos cinco anos.”

     

    Verbo = Ler ~> Infinitivo

  • A meu ver, há duas opções corretas, uma vez que, na alternativa (a) diz que o verbo está empregado fora do seu sentido usual. O que é correto.

  • EXPLICAÇÃO BEM DETALHADA SOBRE ESSA QUESTÃO AQUI NO VÍDEO ABAIXO:

    https://www.youtube.com/watch?v=HmQuJ4rosYU

    Bons estudos a todos

  • quem aprende, aprende algo - VTD 

    As orações subordinadas substantivas objetivas diretas  são iniciadas por:

     

    1- Conjunções integrantes "que" (às vezes elíptica) e "se"  (=ISSO)

    A professora verificou se todos alunos estavam presentes. (ISSO)

     

    2-  Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às vezes regidos de preposição), nas interrogações indiretas:

    O pessoal queria saber quem era o dono do carro importado.

     

    3- Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às vezes regidos de preposição), nas interrogações indiretas:

    Eu não sei por que ela fez isso.

     

    Com os verbos deixar, mandar, fazer (chamados auxiliares causativos)  ou ver, sentir, ouvir, perceber (chamados auxiliares sensitivos),  ocorre um tipo interessante de oração subordinada substantiva objetiva direta reduzida de infinitivo:

     

    Deixe-me repousar.

    Mandei-os sair.

    Ouvi-o gritar.

    ( os pronomes oblíquos atuam todos como sujeitos - única situação em que um pronome oblíquo pode atuar como sujeito ) 

     

    Deixe que eu repouse.

    Mandei que eles saíssem.

    Ouvi que ele gritava.

     

     

    Orações Subordinadas Substantivas REDUZIDAS DE INFINITIVO:

     

    Subjetivas - Sujeito

    Não é conveniente comprar todos estes materiais.

     

     Objetivas Diretas:

    Quanto ao José, dizem ter viajado para a Europa.

     

    Objetivas Indiretas:

    O sucesso da tua carreira depende de teres dedicação.

     

     Predicativas:

    A única alternativa é estudarmos no exterior.

     

     Completivas Nominais:

    Jorge tinha grande necessidade de passar no concurso.

     

    Apositivas:

    Diante deste vexame, só nos resta uma saída: ficarmos calados.

     

     

    Orações Subordinadas Adjetivas reduzidas de infinitivo

    Quando saí de casa, encontrei o vizinho a tropeçar no meio da rua.

     

     

    Orações Subordinadas Adverbiais reduzidas de infinitivo

    Causais:

    Não te procurei novamente por encontrar-me doente.

     

    Concessivas:

    Apesar de ter chorado, sorriu a todos os convidados.

     

    Consecutivas:

    O professor se atrasou tanto a ponto de não termos aula naquele período.

     

    Condicionais:

    Meus filhos não  ganham sobremesa sem almoçar direito.

     

    Finais:

    Estamos aqui para convidá-la para nossa festa.

     

    Temporais:

    Ao rever o amigo, deu-lhe um longo abraço.

     

     

    Orações Reduzidas de Gerúndio

     

    1- Subordinadas Adjetivas

    Encontramos alguns turistas andando perdidos pelo centro da cidade

     

    2 -Subordinadas Adverbiais

    Temporais: Retornando ao museu, avise-me.

    Causais: Notando seu desânimo, pensei em outra hipótese.

    Concessivas: Mesmo cozinhando diariamente, o almoço não ficou bom.

    Condicionais: Querendo uma amiga para conversar, conte comigo.

     

     

    3 -Coordenadas Aditivas

    Organizou os presentes, entregando-os às crianças carentes.

     

     

    Orações Reduzidas de Particípio

     

    1 -Subordinadas Adjetivas  - podem ser consideradas  adjuntos adnominais:

                                           Os documentos trazidos pela secretária serão arquivados.

     

     

    2 -Subordinadas Adverbiais

     

     Causais: Assustado com a situação, liguei para a polícia

     

     Concessivas: Mesmo cansado, tentou cumprir os compromissos

     

    Condicionais: Desvendado este mistério, o problema será resolvido.

     

    Temporais: Terminada a palestra,....