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ID
1943725
Banca
Instituto Excelência
Órgão
Prefeitura de Monte Azul Paulista - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A Velha Contrabandista
Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela passava pela fronteira montada na lambreta, com um bruto saco atrás da lambreta. O pessoal da Alfândega - tudo malandro velho - começou a desconfiar da velhinha.
Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da Alfândega mandou ela parar. A velhinha parou e então o fiscal perguntou assim pra ela: - Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse saco aí atrás. Que diabo a senhora leva nesse saco?
A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais outros, que ela adquirira no odontólogo, e respondeu: - É areia! Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e mandou a velhinha saltar da lambreta para examinar o saco. A velhinha saltou, o fiscal esvaziou o saco e dentro só tinha areia. Muito encabulado, ordenou à velhinha que fosse em frente. Ela montou na lambreta e foi embora, com o saco de areia atrás. 
Mas o fiscal ficou desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um dia com areia e no outro com muamba, dentro daquele maldito saco. No dia seguinte, quando ela passou na lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou parar outra vez. Perguntou o que é que ela levava no saco e ela respondeu que era areia, uai! O fiscal examinou e era mesmo. Durante um mês seguido o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela levava no saco era areia.
Diz que foi aí que o fiscal se chateou: - Olha, vovozinha, eu sou fiscal de alfândega com 40 anos de serviço. Manjo essa coisa de contrabando pra burro. Ninguém me tira da cabeça que a senhora é contrabandista. - Mas no saco só tem areia! - insistiu a velhinha. E já ia tocar a lambreta, quando o fiscal propôs: - Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. Não dou parte, não apreendo, não conto nada a ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o contrabando que a senhora está passando por aqui todos os dias? - O senhor promete que não "espáia"? - quis saber a velhinha. - Juro - respondeu o fiscal. - É lambreta. 

(Stanislaw Ponte Preta. Dois amigos e um chato. 8ed. São Paulo, Moderna, 1986)


Na frase: “ O senhor promete que não 'espáia‟?” A palavra em destaque apresenta qual tipo de vício de linguagem?

Alternativas
Comentários
  • Vícios de Linguagem    

      

    Barbarismo

    É o desvio da norma que ocorre nos seguintes níveis:

    1) Pronúncia 

    a) Silabada: erro na pronúncia do acento tônico. 

    Por Exemplo: Solicitei à cliente sua rúbrica. (rubrica)

    b) Cacoépia: erro na pronúncia dos fonemas.

    Por Exemplo: Estou com poblemas a resolver. (problemas)

    c) Cacografia: erro na grafia ou na flexão de uma palavra.

    Exemplos:

    Eu advinhei quem ganharia o concurso. (adivinhei)
    O segurança deteu aquele homem. (deteve)

  • Letra C.

     

    Cacografia: ortografia incorreta; erro de ortografia

  • Cacografia: erro na grafia ou na flexão de uma palavra.

     

    Exemplos:

    Eu advinhei quem ganharia o concurso. (adivinhei)
    O segurança deteu aquele homem. (deteve)

     

    FONTE: www.soportugues.com.br

     

     

    GABARITO: C

  • Poderia ser Barbarismo, haja vista que está em desacordo com a norma culta. Como o exemplo, pesquiza, o certo seria perquisa. 

  • Dificilmente um sujeito escreve "espáia", sendo sua ocorrência  passível de verificação na linguagem falada, o que portanto resultaria em cacoépia. 

  • Marquei Nenhuma das Alternativas por ir direto na opção barbarismo :(