SóProvas


ID
1943737
Banca
Instituto Excelência
Órgão
Prefeitura de Monte Azul Paulista - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A Velha Contrabandista
Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela passava pela fronteira montada na lambreta, com um bruto saco atrás da lambreta. O pessoal da Alfândega - tudo malandro velho - começou a desconfiar da velhinha.
Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da Alfândega mandou ela parar. A velhinha parou e então o fiscal perguntou assim pra ela: - Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse saco aí atrás. Que diabo a senhora leva nesse saco?
A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais outros, que ela adquirira no odontólogo, e respondeu: - É areia! Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e mandou a velhinha saltar da lambreta para examinar o saco. A velhinha saltou, o fiscal esvaziou o saco e dentro só tinha areia. Muito encabulado, ordenou à velhinha que fosse em frente. Ela montou na lambreta e foi embora, com o saco de areia atrás. 
Mas o fiscal ficou desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um dia com areia e no outro com muamba, dentro daquele maldito saco. No dia seguinte, quando ela passou na lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou parar outra vez. Perguntou o que é que ela levava no saco e ela respondeu que era areia, uai! O fiscal examinou e era mesmo. Durante um mês seguido o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela levava no saco era areia.
Diz que foi aí que o fiscal se chateou: - Olha, vovozinha, eu sou fiscal de alfândega com 40 anos de serviço. Manjo essa coisa de contrabando pra burro. Ninguém me tira da cabeça que a senhora é contrabandista. - Mas no saco só tem areia! - insistiu a velhinha. E já ia tocar a lambreta, quando o fiscal propôs: - Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. Não dou parte, não apreendo, não conto nada a ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o contrabando que a senhora está passando por aqui todos os dias? - O senhor promete que não "espáia"? - quis saber a velhinha. - Juro - respondeu o fiscal. - É lambreta. 

(Stanislaw Ponte Preta. Dois amigos e um chato. 8ed. São Paulo, Moderna, 1986)


Ainda sobre a oração: “A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais outros, que ela adquirira no odontólogo.”, de que maneira seria possível substituir a grafia da palavra em destaque sem alterar seu tempo verbal?

Alternativas
Comentários
  • Eu estudei que a segunda forma de sentido do pretérito mais-que-perfeito é uma formação composta:

    Verbo auxiliar + o pretérito imperfeito: tinha adquirido. Marquei logo a D.

    Alguém?

  • Cometi o mesmo erro que você Lorena, porém a questão falava que a substituição ficaria no mesmo tempo verbal, logo o pretérito imperfeito e o mais que perfeito são derivações do tempo verbal do pretérito perfeito que é primitivo, acredito que foi por isso que erramos.

  • Também cometi o mesmo erro, mas a questão é banal. O verbo se flexona em tempo (passado, presente e futuro), modo (indicativo, subjuntivo...), pessoa e número. A única opção de verbo no pretérito é a alternativa A. Matéria de ensino fundamental. Aff!!!!

    http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/verbo---flexoes-pessoa-numero-tempo-e-modo.htm

  • Fui na mesma da Lorena: pensei logo na forma composta e marquei a E. Nem me liguei nos tempos primitivos e derivados. A gente às vezes fica tanto tempo martelando em um assunto que acha que toda questão é sobre ele.

  • Gabarito: letra a.
    Como a questão pede para que não seja alterado o tempo verbal, o único verbo que se encontra no pretérito é adquiriu.