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ID
1943914
Banca
UFCG
Órgão
UFCG
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos


Os zigue-zagues do conforto 


     Hoje, a ideologia do conforto varreu nossa sociedade. É um grande motor da publicidade e do consumismo. Contudo, o avanço não é linear, havendo atrasos técnicos e retrocessos. Em três áreas enguiçadas, o conforto e desconforto se embaralham.
     A primeira é o conforto acústico. Raras salas de aula oferecem um mínimo de condições. Padecem os professores, pois só berrando podem ser ouvidos. Uma conversa tranquila é impossível na maioria dos restaurantes. Em muitos, não pode haver conversa de espécie alguma. O bê-á-bá do tratamento acústico é trivial. Por que temos de ser torturados por tantos decibéis malvados?
     A segunda é o conforto térmico. Quem gosta de sentir frio ou calor? Na verdade, não se trata de gostar, mas de ser atropelado por imperativos culturais. Por não precisarem se impor pela vestimenta, oficiais britânicos usavam bermudas e camisas de mangas curtas nos trópicos. Mas no Rio de Janeiro, a aristocracia do Segundo Império não saía de casa sem terno, colete e sobrecasaca, todos de espessa casimira inglesa. E mais: gravata, camisa de peito duro, cartola e luvas. E se assim fazia a nobreza, o povaréu tentava imitar. Até o meio século passado, as elegantes usavam casaco de pele na capital. Hoje, a moda deu cambalhota, o chique é sentir frio. Quanto mais importante, mais gélido será o gabinete da autoridade. Mas a maneira de conquistar esse conforto térmico tende a ser equivocada.
     Estive em um hotel do Nordeste amplamente servido pela agradável brisa do mar e cuja propaganda é ser “ecológico”. No entanto, é ar condicionado dia e noite, pois a arquitetura não permite a circulação natural do ar. Pior, como na maioria das nossas edificações, o isolamento é péssimo. Um minuto desligado, e quase sufocamos de calor. Uma parede comum de alvenaria tem um décimo da resistência térmica recomendada pela Comunidade Europeia. E do excesso de vidros, nem falar!
     A terceira é uma birra pessoal, já que minha profissão me leva a falar em público.  Os arquitetos não descobriram que o PowerPoint requer uma sala que escureça e uma iluminação que não vaze na tela. Sem isso, ou a projeção fica esmaecida ou, se é apagada a luz, do professor só se vê o vulto. A solução é ridiculamente simples: um spot no conferencista.
     E assim vamos, aos encontrões com o desconforto, em recorrente zigue-zague.
                                                                                                   
                                                                                                                         (CASTRO, Cláudio de Moura. Veja, 11/02/2015,p.18,fragmento)

Assinale a alternativa em que a orientação argumentativa do texto está marcada pela relação de disjunção.

Alternativas
Comentários
  • A questão pede uma relação disjunta, ou seja, separada, que não se relacione com a aterior, que possa ser entendida mesmo se separarmos o termo. Vejamos:

     

    A [ ERRADA ] Pelo simples fato de haver no início da oração uma conjunção conclusiva, já torna a oração semanticamente vinculada a outra, pois não é possível concluir algo sem antes dissetar sobre ele.

     

    B [ ERRADA ] Há uma relação lógica entre "povaréu tentava imitar" e "assim fazia a nobreza", pois está explicado no trecho anterior quem eles queria imitar, que era a nobreza.

     

    C [ GABARITO ] Note que podemos tratar as dois trechos semanticamente de forma diferente. Ora, o que tem a ver a imagem ficar esmaecida com o fato de o professor apenas ver o vulto? Nada. São coisas diferentes que não se completam ou não se relacionam.

     

    D [ ERRADA ] Para ser importante o gabinete tem que ser gelado. Aqui temos uma relação direta.

     

    E [ ERRADA ] Caso parecido com a letra A, só que para divergirmos de algo, temos que ter dissertado sobre sobre o fato gerador.

  • Disjunção exclusiva ainda por cima (ou...ou)

     

    Entendedores entenderão! rsrsrs... Letra C!

  • "Contudo" não é conclusiva, é ADVERSATIVA!

  • http://raquelestdisc.blogspot.com.br/2005/05/conectores-de-disjuno.html

     

  • c-

    Disjunção é a operação logica do OR. Ou alternancia. É usada quando for suficiente que uma das afirmações seja verdadeira para o argumento ser verdadeiro. Suas conjunções mais comuns sao o ou..., ora..., quer.... e sao usadas em pares

  • Acertei graças as aulas de Raciocionio Lógico! :D

     

    Letra C

  • pqp...disjunção

    É nessas horas que as aulas de raciocínio lógico servem.

    Gabarito: C

  • Estabelecem uma ideia de alternância ou exclusão.

  • Resolvi graças aos conhecimentos em RLM...