SóProvas


ID
1943920
Banca
UFCG
Órgão
UFCG
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos


Os zigue-zagues do conforto 


     Hoje, a ideologia do conforto varreu nossa sociedade. É um grande motor da publicidade e do consumismo. Contudo, o avanço não é linear, havendo atrasos técnicos e retrocessos. Em três áreas enguiçadas, o conforto e desconforto se embaralham.
     A primeira é o conforto acústico. Raras salas de aula oferecem um mínimo de condições. Padecem os professores, pois só berrando podem ser ouvidos. Uma conversa tranquila é impossível na maioria dos restaurantes. Em muitos, não pode haver conversa de espécie alguma. O bê-á-bá do tratamento acústico é trivial. Por que temos de ser torturados por tantos decibéis malvados?
     A segunda é o conforto térmico. Quem gosta de sentir frio ou calor? Na verdade, não se trata de gostar, mas de ser atropelado por imperativos culturais. Por não precisarem se impor pela vestimenta, oficiais britânicos usavam bermudas e camisas de mangas curtas nos trópicos. Mas no Rio de Janeiro, a aristocracia do Segundo Império não saía de casa sem terno, colete e sobrecasaca, todos de espessa casimira inglesa. E mais: gravata, camisa de peito duro, cartola e luvas. E se assim fazia a nobreza, o povaréu tentava imitar. Até o meio século passado, as elegantes usavam casaco de pele na capital. Hoje, a moda deu cambalhota, o chique é sentir frio. Quanto mais importante, mais gélido será o gabinete da autoridade. Mas a maneira de conquistar esse conforto térmico tende a ser equivocada.
     Estive em um hotel do Nordeste amplamente servido pela agradável brisa do mar e cuja propaganda é ser “ecológico”. No entanto, é ar condicionado dia e noite, pois a arquitetura não permite a circulação natural do ar. Pior, como na maioria das nossas edificações, o isolamento é péssimo. Um minuto desligado, e quase sufocamos de calor. Uma parede comum de alvenaria tem um décimo da resistência térmica recomendada pela Comunidade Europeia. E do excesso de vidros, nem falar!
     A terceira é uma birra pessoal, já que minha profissão me leva a falar em público.  Os arquitetos não descobriram que o PowerPoint requer uma sala que escureça e uma iluminação que não vaze na tela. Sem isso, ou a projeção fica esmaecida ou, se é apagada a luz, do professor só se vê o vulto. A solução é ridiculamente simples: um spot no conferencista.
     E assim vamos, aos encontrões com o desconforto, em recorrente zigue-zague.
                                                                                                   
                                                                                                                         (CASTRO, Cláudio de Moura. Veja, 11/02/2015,p.18,fragmento)

Qual o advérbio ou expressão adverbial que marca a apreciação do autor sobre o conteúdo da oração?

Alternativas
Comentários
  • ASSIM.

  • Dhyego lancaster o gabarito provisório apontado pela banca é D

  • Questão ao meu ver bastante simples, já que a única alternativa que nos mostra um juízo de valor, uma apreciação do que está sendo discutido na oração atribuída pelo autor no texto é a letra "D". Observem que para o autor o que é ridiculamente (apreciação) simples é a solução que é apresentada logo a seguir depois dos dois pontos. 

  • Ridiculamente é o advérbio . Observe :  "A solução é ridiculamente simples..." 

     

    o advérbio "ridículo" que indica modo  , imprime circunstância sobre o adjetivo - "simples"

  • GABARITO "D"

     

    Sufixo "MENTE" ,em sua maioria, é advérbio de modo.

  • Gabarito D

     

    A questão trata sobre a modalização do advérbio, que expressa um ponto de vista (opinião) do autor. Traz uma ideia subjetiva.

     

    As bancas têm cobrado modalização tanto em Adjetivos quanto em Advérbios!

  • D , MENTE

  • A confusão que se pode fazer nessa questão é a de confundir o ADVÉRBIO com o ADJETIVO.

    Em: "A solução é ridiculamente simples", o ADVÉRBIO é "ridiculamente" já que ele modifica o ADJETIVO "simples".