SóProvas


ID
1990411
Banca
FCC
Órgão
ELETROBRAS-ELETROSUL
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: A questão refere-se ao texto seguinte.

    Entre os Maoris, um povo da Polinésia, existe uma dança destinada a proteger as sementeiras de batatas, que quando novas são muito vulneráveis aos ventos do leste: as moças executam a dança, acompanhada de uma canção que é um apelo para que o batatal siga o exemplo da dança. Essas moças maoris interpretam em fantasia a realização prática de um desejo.

     É nisto que consiste a magia: uma técnica ilusória destinada a suplementar a técnica real. Mas essa técnica ilusória não é vã. A dança não pode exercer qualquer efeito direto sobre as batatas, mas pode e de fato tem um efeito apreciável sobre as moças. Inspiradas pela convicção de que a dança protege a colheita das batatas, entregam-se às respectivas fainas com mais confiança e com mais energia. E, desse modo, a dança acaba, afinal, por ter um efeito sobre a colheita.

(Adaptado de: THOMSON, George. Linguagem e magia. Lisboa. Editorial Teorema, 1977, p.20)

Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados em:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito D.

     

    a) O efeito de que as moças pretendem obter em suas fainas, ao fim e ao cabo realizam-se como pretendido. Errado.

    Pergunte ao verbo: quem pretende obter, pretende obter algo (não tem a preposição de).

    O que realiza-se como pretendido? o efeito...

     

    b) A técnica ilusória com cuja as moças contam acaba por se mostrar favorável diante do batatal. Errada.

    Cuja - posse: técnica ilusória das moças. Quem conta, conta com algo (com está certo, porém cuja as é errado).

    Correto seria: com cujas moças contam...

     

    c) Consiste a magia das moças maoris, a cada plantação, de cantar e dançar para que se alcance os melhores resultados. Errada.

    O verbo consiste pede a preposição em (consiste em algo)

    ..em cantar e dançar para que se alcancem os melhores ...

     

    d) A magia de um rito, cuja força as moças convocam no plantio, não as deixa frustrar-se. Correta.

    Quem convoca convoca algo - cuja força as moças convocam...

    O que não deixa as moças frustarem-se ? a magia... (por isso, não é deixam).

     

    e) As sementeiras de batatas, de cujo plantio as moças se aplicam, estão sujeitas para com os efeitos do vento leste.  Errada.

    Quem se aplica, se aplica a algo ( a cujo plantio as moças se aplicam, estão sujeitas aos efeitos...).

     

  • NÃO ENTENDI O "FRUSTRAR-SE" E NÃO FRUSTRAREM-SE NA ALTERNATIVA "D".

     

    A magia de um rito, cuja força as moças convocam no plantio, não as deixa frustrar-se.

  • Pesada!
     

    d) A magia de um rito, cuja força as moças convocam no plantio, não as deixa frustrar-se

    A magia de um rito não as deixa frustrar-se.

    1) a magia não as deixa
    Quem não deixa? a magia (logo, parte da frase ok, o verbo deixar concorda com "a magia")

    2) a magia não as deixa frustrar-se
    Desenterremos uma regra de infinitivo:
    Quando o sujeito de verbo no infinitivo for pronome oblíquo átono, o VERBO NO INFINITIVO NÃO VARIA (PERMANECE NO INFINITIVO IMPESSOAL). Como pode-se notar, na frase "não as deixa frustrar-se", o sujeito do infinitivo "frustrar" é o pronome oblíquo átono "as". 

    Assim, a frase está correta!

  • Na letra D, trata-se de um verbo sensitivo. Nestes casos, o infinitivo não varia, ainda que tenha como sujeito um pronome oblíquo átono no plural (Regra dos infinitivos causativos/sensitivos).

  • 4. Nas locuções verbais;

    Queremos acordar bem cedo amanhã. 


    Eles não podiam reclamar do colégio. 


    Vamos pensar no seu caso.

     

    5. Quando o sujeito do infinitivo é o mesmo do verbo da oração anterior;

    Eles foram condenados a pagar pesadas multas. 
    Devemos sorrir ao invés de chorar. 
    Tenho ainda alguns livros por (para) publicar. 

     

    Observação:  quando o infinitivo (preposicionado ou não) preceder ou estiver distante do verbo da oração principal (verbo regente),

    PODE ou NÃO  ser flexionado para melhor clareza do período e também para se enfatizar o sujeito (agente) da ação verbal.

     

    Na esperança de sermos atendidos, muito lhe agradecemos. 


    Foram dois amigos à casa de outro, a fim de jogarem futebol   (ou afim de jogar futebol)


    (Para estudar ou Para estudarmos), estaremos sempre dispostos. 


    Antes de nascerem (ou antes de nascer), já estão condenadas à fome muitas crianças. 
     

     

    6. Com os verbos causativos "deixar", "mandar"e "fazer" e seus sinônimos que não formam locução verbal com o infinitivo que os segue;

    Deixei-os sair cedo hoje.

     

    7. Com os verbos sensitivos "ver", "ouvir", "sentir" e sinônimos, deve-se também deixar o infinitivo sem flexão.

    Vi-os entrar atrasados. 
    Ouvi-as dizer que não iriam à festa.

     

    Observações:

    a) É inadequado o emprego da preposição "para" antes dos objetos diretos de verbos como "pedir", "dizer", "falar" e sinônimos;

     

    Pediu para Carlos entrar. (errado) 
    Pediu para que Carlos entrasse. (errado) 
    Pediu que Carlos entrasse. (correto)    QUEM PEDE, PEDE ALGO

     

    b) Quando a preposição "para" estiver regendo um verbo, como na oração "Este trabalho é para eu fazer",

    pede-se o emprego do pronome pessoal "eu", que se revela, neste caso, como sujeito.

    Aquele exercício era para eu corrigir. 
    Esta salada é para eu comer? 
    Ela me deu um relógio para eu consertar.

     

    Atenção:

    Em orações como "Esta carta é para mim!", a preposição está ligada somente ao pronome, que deve se apresentar oblíquo tônico.

     

    Infinitivo Pessoal

     infinitivo pessoal, isso significa que ele atribui um agente ao processo verbal, flexionando-se.

     

    O infinitivo deve ser flexionado nos seguintes casos:

     

    1. Quando o sujeito da oração estiver claramente expresso;

    Se tu não perceberes isto... 
    Convém vocês irem primeiro. 
     

     

    2. Quando tiver sujeito diferente daquele da oração principal;
    Perdoo-te por me traíres.
    O hotel preparou tudo para os turistas ficarem à vontade.
    O guarda fez sinal para os motoristas pararem.

     

    3. Quando se quiser indeterminar o sujeito (utilizado na terceira pessoa do plural);

    Faço isso para não me acharem inútil.      QUEM?
    Temos de agir assim para nos promoverem.   QUEM?
     

     

    4. Quando apresentar reciprocidade ou reflexibilidade de ação;

    Vi os alunos abraçarem-se alegremente. 

     

  • Infinitivo Impessoal

    Quando se diz que um verbo está no infinitivo impessoal, isso significa que ele apresenta sentido genérico ou indefinido, não relacionado a nenhuma pessoa, e sua forma é invariável. Assim, considera-se apenas o processo verbal.

     

    Amar é sofrer.

     

     

    O infinitivo impessoal é usado:

     

    1. Quando apresenta uma ideia vaga, genérica, sem se referir a um sujeito determinado;

     

    Querer é poder. 
    Fumar prejudica a saúde. 
    É proibido colar cartazes neste muro.

     

    é proibido entrada         MAS A ENTRADA É PROIBIDA

    é vedado cachaça

     

    2. Quando tiver o valor de Imperativo;

    Soldados, marchar! (= Marchai!)

     


    3. Quando é regido de preposição e funciona como complemento de um substantivo, adjetivo ou verbo da oração anterior

    Eles não têm o direito de gritar assim. 


    As meninas foram impedidas de participar do jogo. 


    Eu os convenci a aceitar.

     

    Na voz passiva dos verbos "contentar", "tomar" e "ouvir", dentre outros, o Infinitivo (auxiliar) deve ser flexionado.

    Eram pessoas difíceis de serem contentadas. 


    Aqueles remédios são ruins de serem tomados. 


    Os CDs que você me emprestou são agradáveis de serem ouvidos.