SóProvas


ID
1995892
Banca
CONSULPLAN
Órgão
Prefeitura de Cascavel - PR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                                    As famílias da sociedade órfã


    A família transformou-se em bode expiatório das mazelas de nossa sociedade. Crianças se descontrolam, brigam, desobedecem? Jovens fazem algazarras, bebem em demasia, usam drogas ilegais, namoram escandalosamente em espaços públicos? Faltou educação de berço. Como é bom ter uma “Geni” para nela atirar todas as pedras, principalmente quando se trata dos mais novos.
    Até o Secretário Estadual da Educação de São Paulo, em um artigo de sua autoria, para defender sua tese de que estamos vivendo em uma “sociedade órfã”, inicia suas justificativas afirmando que “... a fragmentação da família, a perda de importância da figura paterna – e também a materna – a irrelevância da Igreja e da Escola em múltiplos ambientes geram um convívio amorfo”.
    As escolas também costumam agir assim: quando um aluno é considerado problemático e indisciplinado, ou apresenta um ritmo de aprendizagem diferente do esperado pela instituição, a família é chamada para resolver o “problema”.
    Vamos refletir sobre expressões usadas a respeito da família: “família fragmentada”, “família desestruturada”, “família disfuncional”, “família sem valores” e outras semelhantes. Não lhe parece, caro leitor, que tais expressões
apontam na direção de que a família decidiu entornar o caldo da sociedade?
Não é a família que está fragmentada: é a vida. Hoje, os tratamentos médicos, o conhecimento, as metodologias, as relações interpessoais, as escolas, o Estado etc. estão fragmentados. Mesmo não sendo a família um agente passivo nesse contexto, é salutar lembrar que ela se desenvolve conectada ao clima sociocultural em que vive.
    A família não está desestruturada ou disfuncional: ela passa por um período de transição, com sucessivas e intensas mudanças, o que provoca uma redefinição de papéis e funções. Esse processo está em andamento, o que nos permite falar, hoje, não em família, mas em famílias, no plural, já que há grande diversidade de desenhos, dinâmicas etc.
    As famílias não estão sem valores: elas têm valores fortes, em sua maioria eleitos pelas prioridades que a sociedade determina. O consumo é um deles: as famílias não decidiram consumir cada vez mais, foi o sistema econômico que apontou esse valor para elas.
    Há problemas com a escola, sim: ela tem ensinado sem educar devido, principalmente, à primazia do conteúdo – que insisto em dizer que não é conhecimento –, às políticas públicas adotadas e à ausência de outras, prioritárias. Por isso, a escola tem tido um papel irrelevante na formação dos mais novos.
    Há famílias em situações de risco e fragilidade? Há. A escola perdeu sua importância na socialização de crianças e jovens? Sim. Mães e pais podem estar mais ocupados com suas vidas do que com os filhos? Sim. Mas isso ocorre porque as ideologias socioculturais da juventude, do sucesso e da instantaneidade ganharam grande relevância, e não há políticas públicas – de novo – que busquem equilibrar tal contexto. E, mesmo assim, têm sido as famílias a instituição protetora dos mais novos!
    A sociedade não precisa, tampouco demanda, que o Estado exerça a função de babá, de pai ou de mãe. Ela necessita que o Estado reconheça, na prática, que as famílias e a escola dependem de ações públicas de apoio ao seu pleno desenvolvimento e que garantam os seus direitos.
(Rosely Saião. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/roselysayao/2016/04/1759920-as-familias-da-sociedade-orfa.shtml.)

“Há famílias em situações de risco e fragilidade?” (9º§) A concordância do verbo haver foi corretamente empregada no trecho em evidência. Assinale a alternativa em que a concordância em relação ao mesmo verbo está INCORRETA.

Alternativas
Comentários
  • Gabarito B


    Na reunião escolar havia muitas familias.


    Haver significando existir é impessoal.

  • " As famílias e o estado se houveram bem durante a reunião. ": ficou estranha essa frase! :(

  • IO verbo haver pode ter o sentido de " comporta-se " e nesse caso ele vai para o plural caso o sujeito esteja no plural.

     

     

    "As famílias e o estado se houveram bem durante a reunião. "

     

  • qual o sentido de "houveram" na alternativa da letra D?

  • Verbo ''haver'' e suas diferentes construções

    Por Thaís Nicoleti

     

    “Haverão mudanças, mas creio que serão pequenas.”

    O verbo “haver”, no sentido de “ocorrer” ou “existir”, é impessoal. Isso quer dizer que permanece na terceira pessoa do singular, pois não tem sujeito.

    A confusão é frequente não só na hora de escrever mas também na hora de falar. Muita gente faz a flexão do verbo, como se seu objeto direto fosse seu sujeito. É possível que a origem do erro esteja na analogia com os verbos “existir” e “ocorrer”. Estes têm sujeito – e, portanto, as flexões de número e pessoa – e costumam antepor-se a ele. Assim:

    Ocorrerão mudanças.

    Existirão mudanças.

    Com o verbo “haver”, a história é outra:

    Haverá mudanças.

    É importante observar que os verbos auxiliares assumem o comportamento dos verbos principais. Assim, temos o seguinte:

    Deverão ocorrer mudanças.

    Deverão existir mudanças.

    Deverá haver mudanças.

    Não se pode, no entanto, dizer que o verbo “haver” nunca vai para o plural, pois isso não é verdade. Ele pode, por exemplo, ser um verbo auxiliar (sinônimo de “ter” nos tempos compostos), situação em que pode ir para o plural. Assim:

    Eles haviam chegado cedo.

    Eles tinham chegado cedo.

    Como verbo pessoal (com sujeito), pode assumir o sentido de “obter”:

    Houveram do juiz a comutação da pena.

    Como sinônimo de “considerar”, também tem sujeito:

    Nós o havemos por honesto.

    O mesmo comportamento se observa quando empregado na acepção de “comportar-se”:

    Eles se houveram com elegância diante das críticas.

    O plural também pode aparecer quando usado com o sentido de “lidar”. Assim:

    Os alunos houveram-se muito bem nos exames.

    Fique claro, portanto, que é no sentido de “existir” e de “ocorrer”, bem como na indicação de tempo decorrido (Há dois anos...), que o verbo “haver” permanece invariável. Assim:

    Haverá mudanças, mas creio que serão pequenas.

  • Verbo "Haver" no sentido de existir ou ocorrer indicando "tempo" ficará na terceira pessoa do singular. É impessoal, ou seja, não possui sujeito.

     

    Gabarito B. 

  • Na reunião escolar EXISTIAM muitas famílias? ESTRANHO

    Na reunião escolar OCORRIAM muitas famílias? ESTRANHO

    Na reunião escolar TINHAM muitas famílias? FAZ MAIS SENTIDO

     

  • Verbo haver no sentido de existir sempre será no singular, o verbo existir poderá ser flexionado.

     

     

  • Também achei que parece mais com "tinham" do que "existiam".

     

  • Também achei que parece mais com "tinham" do que "existiam". +2

  • Na letra D 'houveram' tem sentido de 'entenderam'. 

  • Haver no sentido de existir -------------------> fica sempre no singular

  • Tatuando , na massa cinzenta , o que a Ingrid Souza falou de modo simple e objetivo : " Verbo haver no sentido de existir sempre será no singular, o verbo existir poderá ser flexionado ' , vc mata 90% das questões da Banca Cespe, FCC e Consulplan relacionadas ao verbo Haver  e Existir...

  • Quando o verbo HAVER for igual a EXISTIR, ele será impessoal, e sem plural.

  • verbo HAVER, no sentido existir,ocorencia e tempo, fica no singular e não têm sujeito !!!!

  • O Verbo Haver, significando existir, é impessoal e transfere sua impessoalidade para o auxiliar

    Gabarito letra C: Na reunião escolar havia muitas famílias. 

  •  

    Gramatigalhas - por José Maria da Costa

    5) Um segundo, importante e corriqueiro caso em que o verbo haver se flexiona para concordar com o seu sujeito é aquele em que ele é auxiliar de outro verbo, numa locução verbal. Ex.: "Os causídicos haviam trabalhado a noite inteira na elaboração da defesa".

    6) Nesse caso, é fácil perceber a necessidade de concordância do verbo no plural, quando se substitui a locução por um tempo simples: "Os causídicos trabalharam a noite inteira na elaboração da defesa".

    7) Vejam-se exemplos dessa estrutura por último referida em dispositivos do Código Civil: I) "Os traslados e as certidões considerar-se-ão instrumentos públicos, se os originais se houverem produzido em juízo como prova de algum ato" (CC, art. 218); II) "É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido" (CC, art. 496); III) "Salvo disposição em contrário, o locatário goza do direito de retenção, no caso de benfeitorias necessárias, ou no de benfeitorias úteis, se estas houverem sido feitas com expresso consentimento do locador" (CC, art. 578); IV) "São também responsáveis pela reparação civil: ... V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia" (CC, art. 932, V); V) "O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicado consistir em extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, de considerável número de pessoas, e estas nela houverem realizado, em conjunto ou separadamente, obras e serviços considerados pelo juiz de interesse social e econômico relevante" (CC, art. 1.228, § 4º); VI) "Extinta a concessão, o proprietário passará a ter a propriedade plena sobre o terreno, construção ou plantação, independentemente de indenização, se as partes não houverem estipulado o contrário" (CC, art. 1.375).

    8) Talvez pela frequência com que o verbo haver é empregado como impessoal, e, portanto, sem variação para o plural, o Código Civil de 1916, em seu art. 1.772, § 2º, não atentou ao fato de ser ele apenas auxiliar de um verbo pessoal e o deixou equivocadamente no singular: "... salvo se da morte do proprietário houver decorrido 20 (vinte) anos". O correto será houverem decorrido, bastando, para tal verificação, substituir a expressão por tiverem decorrido, ou, então, por um tempo simples: decorrerem.

  •  Na reunião escolar haviam [houve] muitas famílias. 

  • VIDE   Q785563

     

     

    O verbo “haver”, no sentido de “existir” ou de “ocorrer”, é impessoal. =  SINGULAR

     

    -         Viveríamos bem melhor se não HOUVESSE conflitos.

       -         Os alunos HOUVERAM-SE muito bem nos exames.

             -              Houve no sentido de existe é "impessoal"

                       -                  DEVE HAVER: Haver no sentido de existe é "impessoal" e "deve" verbo auxilia e ficará no singular.

     

    DEVE HAVER

    PODE HAVER

    HAVIA MUITAS PESSOAS

     

    Quando se substitui o verbo “haver” por seus sinônimos “existir” ou “ocorrer”, passa-se a sujeito determinado simples:

    Existem vários problemas na empresa.(“vários problemas” passa a sujeito determinado simples)
    devem existir vários problemas na empresa.(“vários problemas” passa a sujeito determinado simples)

     

     

    -            HAVIA bastantes pessoas na praia.  (haver no sentido de existir fica no singular)

     

     -          HAVERIAM todos de se lançar ao mar sem medo.   ORDEM DIRETA: Todos HAVERIAM (= TINHAM) de se lançar ao mar sem medo 

     

     -                HAVIA muitos perigos no oceano.  (haver no sentido de existir fica no singular)

     -             No mar, DEVE haver mistérios insondáveis.   locução verbal em que o verbo haver é o verbo principal e está no sentido de existir, assim o auxiliar (verbo dever) também deveria ficar no singular. "QUEM MANDA É O VERBO PRINCIPAL, OU SEJA, O ÚLTIMO VERBO DA LOCUÇÃO".

     -          HÃO DE EXISTIR pessoas que se admirem ainda com o mar.  errado locução verbal em que o verbo EXISTIR é o verbo principal , assim o auxiliar (verbo HAVER)  deve ficar no plural, já que o sujeito é "pessoas". "QUEM MANDA É O VERBO PRINCIPAL, OU SEJA, O ÚLTIMO VERBO DA LOCUÇÃO".

     

     

     

  • Gab. B

     

    Verbo "haver" no sentido de "existir" não varia para o plural!

     

    Sobre a letra D: Haver é sinônimo de: existir, reaver, ter, comportar, restar, decorrer, ocorrer, acontecer, presenciar,possuir, avir. o.O. Assim qualquer um faz prova difícil. Basta um Aurélio ao lado!

     

  • Boa tarde,

     

    Apenas agregando, o verbo Haver não será impessoal apenas no sentido de "existir", mas sim de existir, ocorrer, acontecer. Como por exemplo a letra a:

     

    Houve (ocorreram)  muitas acusações às famílias.

     

    Vale ressaltar aqui que o verbo haver é impessoal, e não flexiona-se, mas caso fosse seu outro sentido aí sim teríamos a variação.

     

    Agora em relação ao gabarito da questão, letra B, temos:

     

    Na reunião escolar haviam (existiam) muitas famílias.

     

    Logo, como o verbo está empregado no sentido de existir ele é impessoal, não varia e a oração não possui sujeito.

     

    Bons estudos 

  •  Para quem ficou na duvida em relação a alternativa d:

     

    → O verbo HAVER-SE (pronominal) no sentido de “PORTAR-SE, PROCEDER, COMPORTAR-SE, SAIR-SE BEM OU MAL”. É um verbo intransitivo. Vai para o plural normalmente.

     

    - Os candidatos não se houveram bem na prova. (Leia-se: Os candidatos não se saíram bem...)

    - A filha do prefeito sempre se havia de modo inconveniente nas festas de que participava. (Leia-se: A filha do prefeito sempre se comportava de modo inconveniente...)

    - As famílias e o estado se houveram bem durante a reunião. (Leia-se: As famílias e o estado se comportaram bem durante a reunião.)

     

    http://somosconcurseiros.blogspot.com.br/2008/03/cuidado-com-o-verbo-haver.html

  • Nessa videoaula tem uma super dica. 

        >>    https://www.youtube.com/watch?v=uUwQRJvfOp0