CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE, o farmacêutico
que foi, também, um dos maiores poetas da língua
portuguesa, faria 114 anos em 2016. Mineiro de Itabira,
Drummond foi uma das pedras fundamentais da moderna
literatura brasileira. Nascido a 31 de outubro de 1902, vindo
de uma família de fazendeiros, estudou em Belo Horizonte e
em Nova Friburgo (RJ). De novo em Belo Horizonte,
começou a carreira de escritor, como colaborador do “Diário
de Minas”, que aglutinava os adeptos locais do incipiente
movimento Modernista Mineiro.
Em 1925, formou-se em Farmácia, em Ouro Preto.
CDA (era assim que os editores os chamavam) foi o orador
de sua turma de formandos. Em 1934, ele se transferiu para
o Rio de Janeiro, onde ingressou no serviço público. Foi
Chefe de Gabinete de Gustavo Capanema, Ministro da
Educação, até 1945. Em seguida, foi trabalhar no Serviço do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e se aposentou em
1962. A partir de 1954, Drummond escreveu memoráveis
crônicas no “Correio da Manhã” e no “Jornal do Brasil”.
O poeta deixou livros essenciais para a literatura
brasileira, como “Alguma Poesia” (1930), ”Sentimento do
Mundo” (1940), “A Rosa do Povo” (1945), “Claro Enigma”
(1951), “José e Outros” (1967) e “Corpo” (1984).
Um dia, Aluísio Pimenta, também mineiro,
farmacêutico e intelectual, Ministro da Cultura do Governo
Sarney, ex-professor na Universidade de Londres e ex-reitor
da Universidade Federal de Minas Gerais, num bate-papo
com o poeta-maior do Brasil, perguntou: “Carlos, porque
você se formou em Farmácia, já que abraçou a carreira
literária?”.
Drummond respondeu-lhe: “Porque eu gosto das
pessoas”.
Farmacêuticos, em todos os tempos e lugares,
trazem mesmo lições de amor às pessoas. Aliás, para o
farmacêutico, amar não é apenas o verbo transitivo direto
que se aprende a conjugar nas escolas. Amar é ação. A ação
de servir, a qualquer hora de qualquer dia e em qualquer
lugar. É cuidar, é promover a saúde, é salvar vidas.
http://www.cff.org.br/noticia.php?id=906. Acesso em 21/04/2016