SóProvas


ID
2014714
Banca
IBFC
Órgão
EBSERH
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I

                                     Rito de Passagem

          Um dia seu filho se aproxima e diz, assim como quem não quer nada: “Pai, fiz a barba”. E, a menos que se trate de um pai desnaturado ou de um barbeiro cansado da profissão, a emoção do pai será inevitável. E será uma complexa emoção essa, um misto de assombro, de orgulho, mas também de melancolia. O seu filho, o filhinho que o pai carregou nos braços, é um homem. O tempo passou.

      Barba é importante. Sempre foi. Patriarca bíblico que se prezasse usava barba. Rei também. E um fio de barba, ou de bigode, tradicionalmente se constitui numa garantia de honra, talvez não aceita pelos cartórios, mas prezada como tal. Fazer a barba é um rito de passagem.

      Como rito de passagem, ele não dura muito. Fazer a barba. No início, é uma revelação; logo passa à condição de rotina, e às vezes de rotina aborrecida. Muitos, aliás, deixam crescer a barba por causa disto, para se ver livre do barbeador ou da lâmina de barbear. Mas, quando seu filho se olha no espelho, e constata que uns poucos e esparsos pelos exigem - ou permitem - o ato de barbear-se, ele seguramente vibra de satisfação.

      Nenhum de nós, ao fazer a barba pela primeira vez, pensa que a infância ficou pra trás. E, no entanto, é exatamente isto: o rosto que nos mira do espelho já não é mais o rosto da criança que fomos. É o rosto do adulto que seremos. E os pelos que a água carrega para o ralo da pia levam consigo sonhos e fantasias que não mais voltarão.

      É bom ter barba? Essa pergunta não tem resposta. Esta pergunta é como a própria barba: surge implacavelmente, cresce não importa o que façamos. Cresce mesmo depois que expiramos. E muitos de nós expiramos lembrando certamente o rosto da criança que, do fundo do espelho, nos olha sem entender.

(SCLIAR, Moacyr et al. Histórias de grandeza e de miséria. Porto Alegre: L&PM, 2003) 

Na frase “Nenhum de nós, ao fazer a barba pela primeira vez, pensa que a infância ficou pra trás.”, a concordância do verbo em destaque justifica-se pela mesma regra aplicada em:

Alternativas
Comentários
  • PORQUE?

  • Eu acho que é transitividade: Errar no sentido de cometer erro: VTD e pensar é VTD.

     

  • Porque quando aparece a locução pronominal  "qual de nós" o verbo tem, necessariamente, qua ficar no singular , assim como "nenhum de nós"

     

  • "Pensa" não concorda com o pronome indefinido "Nenhum"?

    Porque então chegou, que concorda com o pronome "ninguém" está errado?


  • Quando o sujeito de uma oração é formado por um pronome indefinido ou interrogativo no singular (algum, nenhum, qual etc.) seguido de um pronome pessoal no plural, o verbo concorda com o núcleo, ou seja, fica no singular. Assim: "Nenhum de nós foi à reunião", "Qual de vocês irá à reunião?" etc

  • FELIPE, A QUESTÃO NÃO PERGUNTOU QUAL ESTÁ CERTO OU ERRADO, E SIM QUAL SEGUE A MESMA REGRA DE CONCORDÂNCIA EM "NENHUM DE NÓS...PENSA", QUE NESSE CASO SERIA A REGRA DO PRONOME INDEFINIDO +  PRONOME PESSOAL NO PLURAL, OU  SEJA, "QUAL DE NÓS NUNCA ERROU", DE ACORDO COM A  EXPLICAÇÃO DO COLEGA  ABAIXO.

  • Se os pronomes indefinido ou interrogativo se encontrarem no
    singular, o verbo obrigatoriamente concordará com ele (no singular):
    Algum de nós recusou-se a colaborar.
    Qual de vós assumirá a autoria do crime?

  • GABARITO: B

  • obs Letra C : A banca IBFC considera a gramática tradicional, portanto, a concordância sempre é  com o termo partitivo, no caso A MAIORIA.

  • Letra B  -   Duas formas possíveis de concordar:
    Ex.:        Alguns de nós ____viajaremos___ ao Ceará         (nós viajaremos)

     

                    Alguns de nós ____viajarão_______ ao Ceará   (alguns viajarão)

     

    Acontece o mesmo com:   Alguns | Muitos | Poucos | Quais | Quantos|

     

  • PRONOME INDEFINIDO NO SINGULAR + NÓS, o verbo concordará na terceira pessoa do singular.

    "Nenhum de nós pensa" / "Qual de nós pensa?"

    ------------

    Porém, caso o pronome indenifido esteja no plural, então o verbo concordará tanto com o pronome indefinido no plural quanto com o pronome pessoal "nós". (esta já é outra regra).

    "Alguns de nós pensam / Alguns de nós pensamos"

    "Quais de nós pensam? / Quais de nós pensamos?"

     

    Gabarito B

  • Nenhum(a) de/dos/das > 3a do singular. Nenhum de nós criticou o governo. Nenhuma delas entendeu o fato.
  • Se poderem colocar o gabarito na explicação nós agradecemos.

  • Gabarito B

  • Preciso de um curso sobre interpretação das questões desta banca.

    estou lascada!!!!

  • o pior é que a fala fica bem estranha rsrs

  • Nenhum de nós, ao fazer a barba pela primeira vez, pensa que a infância ficou pra trás.”

    A gente, ao fazer a barba pela primeira vez, pensa que a infância ficou pra trás.”

    Qual de nós nunca errou?

    A gente nunca errou?

    GAB-B