TÓQUIO (Reuters) - Uma legislação que muda drasticamente a política de segurança do Japão, podendo permitir o envio de tropas ao exterior pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial, foi aprovada por um comitê da câmara baixa do Parlamento japonês nesta quarta-feira, desencadeando grandes protestos da população contra a alteração.
O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, diz que uma postura defensiva mais enfática, saudada pelo grande aliado Washington, é vital para enfrentar novos desafios, como aqueles impostos por uma China cada vez mais assertiva.
Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/mundo/nova-politica-de-seguranca-japonesa-avanca-desencadeia-protestos-pelo-pais-16769169.html#ixzz4gyB2wOyE
Os recentes testes nucleares realizados pela Coreia do Norte, além do avanço de instalações militares no Mar do Sul da China, por parte do governo de Pequim, têm causado grande preocupação por parte do Japão.
Desse modo, Tóquio tem revisto sua posição não belicista, consagrada em sua Constituição "Pacifista", famosa pela renúncia do direito de declarar guerra presente no artigo 9. Essa emenda está sendo revista pelo governo de direita do atual Primeiro Ministro Shinzo Abe, eleito em 2012. Abe acabou com os cortes no orçamento militar do país quando assumiu o poder naquele ano.
Além disso, o Japão suspendeu a proibição de vender armas ao exterior que havia imposto a si mesmo (autoproibição) na década de 1960, em um contexto de tensão regional, principalmente com a China. Durante a Guerra Fria, o Japão decidiu proibir as exportações de armas a) para os países comunistas, b) para os que se encontravam sob um embargo da ONU às vendas de armas e c) para os países envolvidos em conflitos internacionais.
As restrições foram reforçadas em 1976, resultando na proibição total de venda de armas. O governo de Abe aprovou uma nova doutrina para substituir a proibição que vigorava desde 1967.
A decisão para levantar a proibição foi estudada durante vários anos, e foi apressada para estimular as indústrias de exportação, principalmente depois que a crise econômica afetou os setores de eletrônica e a indústria automobilística.
Elaboração própria, com base nos portais G1 e JusBrasil.