Um dos primeiros estudos sobre estresse foi realizado em 1936, pelo pesquisador canadense Hans Selye. Ele submeteu cobaias a estímulos estressores e observou um padrão específico na resposta comportamental e física dos animais. Selye descreveu os sintomas do estresse como a Síndrome Geral de Adaptação, composto de três fases sucessivas: alerta, resistência e exaustão, de acordo com Rocha (2000).
Fase de alerta
Ocorre quando o indivíduo entra em contato com o agente estressor e o seu corpo perde o seu equilíbrio. Têm-se os seguintes sintomas, conforme Rocha (2000):
1. Mãos e/ou pés frios;
2. Boca seca;
3. Dor no estômago;
4. Aumento de sudorese;
5. Tensão e dor muscular, por exemplo, na região dos ombros;
6. Aperto na manidíbula/ranger os dentes ou roer unhas/ponta da caneta;
7. Diarréia passageira;
8. Insônia;
9. Taquicardia;
10. Respiração ofegante;
11. Hipertensão súbita e passageira;
12. Mudança de apetite;
13. Agitação;
14. Entusiasmo súbito.
Fase da resistência
O corpo tenta voltar ao seu equilíbrio, por isso o organismo pode se adaptar ao problema ou eliminá-lo. Têm-se os seguintes sintomas, ainda de acordo com Rocha (2000):
1. Problemas com a memória;
2. Mal-estar generalizado;
3. Formigamento nas extremidades;
4. Sensação de desgaste físico constante;
5. Mudança de apetite;
6. Aparecimento de problemas dermatológicos;
7. Hipertensão arterial;
8. Cansaço constante;
9. Gastrite prolongada;
10. Tontura;
11. Sensibilidade emotiva excessiva;
12. Obsessão com o agente estressor;
13. Irritabilidade excessiva;
14. Desejo sexual diminuído.
Fase da Exaustão
Pode haver diversos comprometimentos físicos em forma de doença. Conforme Rocha (2000), os sintomas são:
1. Diarréias freqüentes;
2. Dificuldades sexuais;
3. Formigamentos nas extremidades;
4. Insônia;
5. Tiques nervosos;
6. Hipertensão arterial confirmada;
7. Problemas dermatológicos prolongados;
8. Mudança extrema de apetite;
9. Taquicardia;
10. Tontura freqüente;
11. Úlcera;
12. Impossibilidade de trabalhar;
13. Pesadelos;
14. Apatia;
15. Cansaço excessivo;
16. Irritabilidade;
17. Angústia;
18. Hipersensibilidade emotiva;
19. Perda do senso de humor.
5.2) Síndrome da Adaptação Geral (SAG)
Fases, características e o desencadeamento fisiológico
A Síndrome de Adaptação Geral (SAG) constitui um conjunto de reações não específicas desencadeadas quando o organismo é exposto a um estímulo ameaçador à manutenção da homeostase. Segundo Selye (1959), essa manifestação constituiu-se de três fases:
1 - Fase de Alarme : durante esta fase, que corresponde ao estresse agudo, a medula da supra renal secreta hormônios na corrente sangüínea, Ad e Nad, em consequência da ativação do eixo hipotálamo-hipófise-supra renal, liberando ACTH , que se for muito intensa estimula a secreção de glicocorticóides pelo córtex da supra renal. Entretanto, antes que isto ocorra pode haver tendências ao equilíbrio pela ação de "feed-back" negativo do ACTH no hipotálamo. Parte dessa fase assemelha-se à Reação de Emergência de Cannon (Rodrigues, 1989, Pontes, 1987), desencadeadas pela descarga de catecolaminas e glicocorticóides. Há também estimulação do sistema autônomo simpático, podendo exaurir as catecolaminas e levar à fadiga em caso crônico.
2 - Fase de Resistência : essa fase corresponde ao estresse crônico e o principal gerador de respostas é a glândula adrenal, que secreta permanentemente os glicocorticóides. Há aumento da atividade do córtex da supra renal, com tendências de atrofia do baço, de estruturas linfáticas, leucocitose, diminuição de eosinófilos e ulcerações. Nessa fase a produção de respostas é mais localizada, ocorrendo reações às agressões, como perda de encapsulamento e inflamações. Caso o agente estressor permaneça, a fase também permanece, embora modificada, e o mecanismo de defesa pode falhar levando o indivíduo a entrar numa terceira fase.
3 - Fase de Exaustão : praticamente há um retorno à fase de alarme e as reações disseminam-se novamente, sendo que seu caráter inicial protetor pode ir além das necessidades causando efeitos indesejáveis, como doenças e até a morte. A reação psicossomática ao estresse pode ser considerada uma falha na defesa e o alerta é traduzido em sistemas somáticos provocando alterações nos tecidos do corpo.