Leia o poema a seguir:
Canção do vento e da minha vida
Mário Bandeira
O vento varria as folhas,
O vento varria os frutos,
O vento varia as flores...
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De frutos, de flores, de folhas.
O vento varria as luzes,
O vento varria as músicas,
O vento varia os aromas...
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De aromas, de estrelas, de cânticos.
O vento varria os sonhos
O vento varria as amizades...
O vento varria as mulheres.
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De afetos e de mulheres.
O vento varria os meses
O vento varria os teus sorrisos...
O vento varria tudo!
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De tudo.
(Estrela da vida inteira. 5. Ed. Rio de Janeiro: José Olympio,
1974. p. 165-6.)
Considerando a regência do verbo “varrer” e do adjetivo
“cheia”, no contexto, é possível estabelecer relações entre elas e
o conteúdo da canção. Identifique quais dos itens seguintes
correspondem às relações corretas:
I - Agente da ação de “varrer”, o vento age diretamente (sem
preposição) sobre as coisas e seres que fazem parte da vida do
eu lírico.
II - “Varrer” é verbo transitivo direto o que pressupõe uma
ação direta do eu lírico sobre as coisas e seres que fazem parte
da vida do eu lírico.
III - A regência do adjetivo “cheia” sugere uma atitude passiva
do eu lírico, que fica imóvel diante da ação do tempo.
IV - A regência do adjetivo cheia (de) sugere o que fica
acumulado, para o eu lírico, da experiência vivida, apesar (e
em razão) da ação devastadora do tempo.
Quais afirmativas estão corretas?