SóProvas


ID
2046331
Banca
EXATUS
Órgão
PM-ES
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o poema a seguir:


Canção do vento e da minha vida

Mário Bandeira


O vento varria as folhas, 

O vento varria os frutos, 

O vento varia as flores... 

E a minha vida ficava 

Cada vez mais cheia

De frutos, de flores, de folhas. 


O vento varria as luzes, 

O vento varria as músicas, 

O vento varia os aromas... 

E a minha vida ficava 

Cada vez mais cheia 

De aromas, de estrelas, de cânticos. 


O vento varria os sonhos 

O vento varria as amizades...

O vento varria as mulheres.

E a minha vida ficava

Cada vez mais cheia

De afetos e de mulheres.


O vento varria os meses

O vento varria os teus sorrisos...

O vento varria tudo!

E a minha vida ficava

Cada vez mais cheia

De tudo.


 (Estrela da vida inteira. 5. Ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1974. p. 165-6.) 

Considerando a regência do verbo “varrer” e do adjetivo “cheia”, no contexto, é possível estabelecer relações entre elas e o conteúdo da canção. Identifique quais dos itens seguintes correspondem às relações corretas:  
I - Agente da ação de “varrer”, o vento age diretamente (sem preposição) sobre as coisas e seres que fazem parte da vida do eu lírico.
II - “Varrer” é verbo transitivo direto o que pressupõe uma ação direta do eu lírico sobre as coisas e seres que fazem parte da vida do eu lírico.
III - A regência do adjetivo “cheia” sugere uma atitude passiva do eu lírico, que fica imóvel diante da ação do tempo.
IV - A regência do adjetivo cheia (de) sugere o que fica acumulado, para o eu lírico, da experiência vivida, apesar (e em razão) da ação devastadora do tempo.
Quais afirmativas estão corretas?  

Alternativas
Comentários
  • A II está incorreta, pois, varrer pode sim ser um verbo transitivo direto, mas isso não significa que o eu lírico está tendo uma ação direta com as coisas que estão acontecendo, se fosse assim, seria um ponto de generalização. a III está incorreta por pressupor uma atitude passiva do eu-lírico com o adjetivo "cheia", o qual está ligado completamente a outro sentido, o qual é a acumulação na vida do eu-lírico.