Questão 2056375

• Banca: VUNESP
• Órgão: Câmara Municipal de Poá - SP
• Ano: 2016
• Provas: VUNESP - 2016 - Câmara Municipal de Poá - SP - Procurador Jurídico
• Disciplina: Português
• Assuntos: Interpretação de Textos; Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

    A rapidez da Internet e o fácil acesso à troca de informação começam a tornar obrigatória uma revisão das relações trabalhistas. Hoje bastam um computador e uma conexão wi-fi para estabelecer uma relação profissional. Munidos de smartphones, tablets e notebooks, profissionais passam a trabalhar de qualquer lugar, seja em casa, seja no parque ou no escritório – ambiente cada vez mais descartável. É uma mudança radical, já nomeada de “revolução do emprego flexível”. O risco, para os críticos desse movimento, pode ser o início de uma peleja entre empregadores e funcionários, com a deterioração das condições de trabalho. A cada ano, a adoção desse novo método aumenta em até 70%, em substituição à forma tradicional de bater ponto.

    O economista inglês Guy Standing, autor de O Precariado: a Nova Classe Perigosa, livro sobre as atuais condições instáveis de trabalho, afirma que o novo método tem espalhado insegurança. Ele calcula que, em cinco anos, uma em cada três relações trabalhistas será realizada on-line. Para Standing, é urgente achar uma forma de fazer a transição sem que, no caminho, funcionários tenham direitos desrespeitados.

   Já os defensores do trabalho on-line apostam que a transformação aliviará crises de desemprego, eliminará a ideia de escassez de mão de obra e fundará o conceito de meritocracia global. Funcionários não serão avaliados por quão bem se relacionam com chefes. No trabalho on-line, ninguém tem rosto e, por isso, todos passam a ser julgados apenas pela eficiência. Gostemos ou não, é irreal combatê-lo. Nas palavras do escritor George Bernard Shaw: “O homem razoável se adapta ao mundo; o insensato persiste em tentar adaptar o mundo a ele.”

(Veja. 28.10.2015. Adaptado)

Para o economista Guy Standing, o novo método de trabalho

• A. pode comprometer as relações trabalhistas, além de gerar desconfiança, mas acabará por impor-se às formas tradicionais de trabalho.
• B. desestabiliza temporariamente o modo de agir da classe trabalhadora, por isso, poderá ser rejeitado por ela.
• C. provoca resistência entre os funcionários, porque eles desconhecem todos os benefícios que ele pode trazer-lhes.
• D. viola os direitos trabalhistas, logo é inútil tentar encontrar um meio de convencer os funcionários a aceitá-lo.
• E. traz perspectivas alentadoras aos trabalhadores, já que eles poderão trocar experiências entre si.

Gabarito: A

Comentários

• De acordo com o comando da questão, a resposta correta estará no segundo parágrafo, pois é nele que está sendo citado o argumento do especialista da área Guy Standing. Veja abaixo:

  [...] o novo método tem espalhado insegurança. (DESCONFIANÇA).[...] Para Standing, é urgente achar uma forma de fazer a transição sem que, no caminho, funcionários tenham direitos desrespeitados. ( COMPROMETIMENTO DAS RELAÇÕES TRABALHISTAS ).

  Letra A

   

   

• Complementando...

   

  "Ele calcula que, em cinco anos, uma em cada três relações trabalhistas será realizada on-line", ou seja, isso coopera para o entendimento da afirmação feita ao final da alternativa "a" que diz: "acabará por impor-se às formas tradicionais de trabalho".