Texto II
A inteligibilidade
A imprensa, como veículo de interesses da coletividade,
participou e participa decisivamente da propagação do
futebol. A aceitação crescente desse esporte em nosso país
fez com que os jornais, superando a fase inicial de certa
indiferença, o reconhecessem como um conteúdo próprio à
difusão em massa.
[....] Em função do receptor (leitor de classes sociais
distintas e de diferentes graus de escolarização), a narrativa
esportiva apresenta um vocabulário reduzido e o mais
corrente possível, para garantir a legibilidade do texto. O
emissor, limitado a um código comum de um receptor de
nível social médio, procura muito mais repetir modelos
anteriores do que tentar novas realizações na potencialidade
do sistema. Entre o normal (convencional) e o anormal
(novo), o primeiro é o mais frequente na seleção vocabular,
onde não se usa uma linguagem tão apurada. A sofisticação
de alguns termos é resultante do espírito da época. Não é
determinada por um receptor identificado com este código,
como é o caso do editorial nos jornais. Trata-se apenas da
utilização de um código que valorize o conteúdo, dando-lhe
um pretenso caráter de seriedade.
(Maria do Carmo Fernandez)
“...participou e participa decisivamente da propagação
do futebol”; as formas verbais sublinhadas não possuem
correspondentes corretos nos mesmos tempos e modos em: