SóProvas


ID
2080057
Banca
INSTITUTO AOCP
Órgão
EBSERH
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

As imagens e o nosso bem-estar Por que devemos selecionar o que vemos e evitar muitos conteúdos - mesmo que sejam recordes de audiência no Youtube

FLÁVIA YURI OSHIMA

Sabe como é embaçar a própria visão fazendo um movimento leve de estrabismo? É isso o que faço quando me aproximo dos jornais pela manhã. Meu receio é me deparar com alguma imagem forte, triste e espetacularmente desumana na primeira página. Tomo o mesmo cuidado para abrir o caderno de notícias internacionais e o de cidades, e para navegar na internet ou zapear os canais de TV. Não quero ser surpreendida com provas visuais dos crimes locais e globais ou com cenas de séries que mostram como dissecar cadáveres. Se ocorrer, será um caminho sem volta. A visão ficará gravada em minha mente por mais tempo do que sou capaz de precisar. Talvez por toda a minha sanidade.

O cuidado para evitar conteúdos violentos não é um tipo de negação da realidade. Eventualmente, temos de nos defrontar com certas cenas para nos mobilizar. Um dos propósitos de museus como o de Hiroshima e os do Holocausto, que tentam reproduzir a atmosfera de episódios extremos, é justamente esse: nos tirar da zona de conforto. Mais do que documentar e prestar homenagem aos que sofreram, eles tentam gerar sensações que passem algum tipo de ideia do horror vivido pelas vítimas desses eventos. É uma forma de acionar nossa memória sinestésica [...].

Uma das ideias por trás desses memoriais é não deixar que nos esqueçamos do tamanho do horror para não deixar que ele se repita. Uma diferença fundamental em relação ao que vemos numa visita a um museu desses e à avalanche de conteúdos alucinados de todos os dias é que, no primeiro caso, escolhemos estar lá – e nos preparamos para o que vamos sentir. O mesmo não ocorre com a maioria das imagens que assaltam-nos em programas sensacionalistas, filmes e internet.

[...]

Vários estudos analisaram o efeito das imagens em nosso bem-estar e até em nossa saúde física. Uma longa pesquisa, feita por estudiosos da Universidade da Califórnia, acompanhou 1322 pessoas por vários anos, usando imagens de alguns eventos extraordinários dos últimos 12 anos: o 11 de setembro, o tsunami da Tailândia, a guerra do Iraque, a morte de Osama Bin Laden e o tsunami do Japão. Diariamente, os voluntários acompanharam notícias com imagens, na TV ou na internet, por pelo menos uma hora, durante seis meses. Uma hora é o período de tempo regular que alguém que acompanha noticiários, pelo meio que for, fica em contato com conteúdos extremos no primeiro mês após um evento da magnitude dos analisados. Mais de 30% dos voluntários sofreram crises de dor de cabeça diárias. Do total de participantes, 13% chegaram ao nível de estresse agudo, com alterações nos batimentos cardíacos e na atividade cerebral, medidos por exames de imagem, a partir de seis semanas de exposição contínua a esses conteúdos. Os casos de estresse agudo exigiram tratamento com medicamento e terapia.

Os pesquisadores acompanharam o grupo que desenvolveu sintomas mais acentuados ao longo de três anos. Nesse período, qualquer imagem que remetesse aos eventos voltava a causar dores de cabeça, ansiedade e irritabilidade. Mesmo entre os participantes que não tiveram problemas de saúde, as imagens produziram ansiedade e desconforto no momento e por cerca de 3 horas depois de apresentadas, também durante os três anos de acompanhamento depois do experimento principal.

Algumas religiões e filosofias orientais pregam que devemos evitar falar, ler e olhar imagens de violência e catástrofes. Ao proteger nossos sentidos contra conteúdos como esses, protegemos nosso espírito, nossa mente e nosso bem-estar, afirmam. Para quem não é monge, não dá para seguir esses preceitos sem se tornar um desconectado com a realidade. Mas é saudável e recomendável fazer uma dieta de imagens, protegendo-se de atrocidades e aberrações desnecessárias. Fotos e vídeos agressivos têm um efeito real sobre a nossa qualidade de vida.

Adaptado de http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/Flavia-Yuri-Oshima/noticia/2014/11/imagens-e-o-nosso-bbem-estarb.html

Em “Os pesquisadores acompanharam o grupo que desenvolveu sintomas mais acentuados ao longo de três anos.”, o termo destacado, sintaticamente, exerce função de

Alternativas
Comentários
  • Oração 1: Os pesquisadores acompanharam o grupo 

    Oração 2: O grupo desenvolveu sintomas mais acentuados ao longo de três anos.

    O grupo = Sujeito 

    Gabarito, C.

  • então na oração 1 o grupo é OD do verbo acompanhar, e na oração 2 é o sujeito do verbo desenvolveu?

  • Não entendi.

    Os pesquisadores acompanharam o grupo... - Quem acompanhou ? Os pesquisadores (sujeito)

    Os pesquisadores acompanharam (o quê) ? - O grupo (objeto direto)

    O grupo (que) desenvolveu sintomas mais acentuados ao longo de três anos. 

    Como o pronome pode ser o sujeito ?

  • Jadson, que é = aos quais , os pesquisadores.

  • Gabarito C.

    Obrigada, David Lopes! Só assim consegui entender.

  • Os pesquisadores acompanharam o grupo que desenvolveu sintomas mais acentuados ao longo de três anos.

    (Sujeito)                            (P       r       e       d       i        c        a         d        o)

     

    Quem acompanhou? Os pesquisadores (sujeito).

    O que acompanhou? O grupo que desenvolveu sintomas... (predicado).

    O "que" está retomando um termo que está no predicado (o grupo).

    Não seria possível estar funcionando como pronome sujeito.

     

    Alguém elucidaê pelo amor do nosso senhor e salvador J.C.!!!

     

     

  • Conforme o entendimento de David Lopes, "o que" é uma particula expletiva ou de realçe que é aquela em que pode ser retirada da oração sem alterar o seu sentido, assim na segunda oração " (...) grupo desenvolveu sintomas mais acentuados ao longo de três anos." poderia ser retirado 'o que' sem nenhuma alteração no sentido e dessa forma fazendo com 'o que' se tornasse um mero acompanhamento do sujeito "grupo". Entendi assim. Tinha marcado objeto direto.

  • este video acabou com a minha duvida nessa questão.

     

    https://www.youtube.com/watch?v=b1Y5HfZ1hMI

     

    Vamo que Vamo!

  • Wendell cuidado , isto está errado.  Morfologicamente , o "que" neste contexto é um pronome relativo.   Sabemos que pronomes relativos possuem função anafórica.  Neste caso , o "que" possui o mesmo valor de "o grupo". 

     

    Um artifício para descobrir a função sintática do "que" é justamente trocá-lo pelo termo que ele retoma.  Obtemos a oração:

    [que] = O grupo desenvolveu sintomas mais acentuados ao longo de três anos."

     

    Qual a função sintática de "O grupo" ?  Claramente é sujeito , então analogamente , a função do "que" é SUJEITO ! 

     

     

    Em tempo , tenho em registro cerca de 5 questões desse mesmo estilo da AOCP , quando o "que" é pronome relativo e ele pede a função sintática , em todas as ocorrências se configurou a função de sujeito.

     

     

  • O "que" se submete a "o grupo"

    "Os pesquisadores acompanharam o grupo que (o grupo) desenvolveu sintomas mais acentuados ao longo de três anos.”

    Como se a frase ficasse: "...o grupo desenvolveu sintomas mais acentuados ao longo de três anos"

  • Entendendo a questão fica o seguinte: São duas orações

    1° oração o sujeito do verbo ''acompanharam'' é (os pesquisadores).

    2° oração o sujeito do verbo '' desenvolveu'' é ( o grupo )

    Então na verdade o pronome relativo que, esta retomando o sujeito (o grupo) da segunda oração.

  • A banca adora pedir a função do "QUE" como Sujeito.

  • “Os pesquisadores acompanharam o grupo que desenvolveu sintomas mais acentuados ao longo de três anos.”

    Que - pronome relativo, retoma/substitui o substantivo.

    Coloquem o substantivo ''o grupo'' no lugar do pronome relativo que.

    Agora perguntem ao verbo. Quem desenvolveu sintomas mais acentuados ao longo de três anos?

    Sujeito: o grupo.

    GABARITO C

  • ele (que) desenvolveu. Que funciona como sujeito da oração

    C