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ID
2084587
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
TCE-PR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Engenharia Civil
Assuntos

O diagnóstico da situação geral envolvendo a compreensão das causas dos defeitos é a etapa mais importante do levantamento da condição funcional para fins de projeto de restauração ou de gerência de manutenção de pavimentos. Acerca dos defeitos de superfície e de suas causas em obras de pavimentação, assinale a opção correta.

Alternativas
Comentários
  • Questão excelente!

     

    a) As causas do trincamento do tipo couro de jacaré incluem o envelhecimento do ligante e a ação repetitiva de cargas do tráfego. 

    Correto.

     

    b) O escorregamento devido à fluência da massa asfáltica é causado por adensamento diferencial do subleito que provoca comprimentos de onda da ordem de metros.

    Errado. Escorregamento: decorrente de excesso de ligante; em geral junto às depressões localizadas, às trilhas de roda e às bordas de pavimentos.

     

    c) O afundamento por consolidação localizado está relacionado à falha na dosagem de mistura asfáltica, uma vez que o excesso de ligante provoca solevamento lateral e compensação volumétrica junto à depressão.

    Errado. Afundamento (consolidação localizada): Densificação ou ruptura por cisalhamento de camadas inferiores ao revestimento

     

    d) A exsudação é causada pelas falhas de adesividade do ligante agregado ou pela presença de água aprisionada e sobrepressão em vazios da camada de revestimento, o que gera deslocamento de ligante. 

    Errado. Exsudação: falhas de dosagem provocando excesso de ligante em alguns pontos ou de maneira generalizada.

     

    e) Trincas longitudinais longas são normalmente decorrentes de reflexão de trincas de bases de solo-cal ou de solo-cimento.

    Errado. Trincas long.: falhas executivas, recalques diferenciais. Podem também aparecer junto à trilha de roda ou como falha de juntas longitudinais de diferentes frentes de compactação.

  • "Pavimentação Asfáltica - Formação Básica para Engenheiros"

     

    -> Trincas couro de jacaré

    As trincas couro de jacaré são interligadas sem direções preferenciais, adotando o aspecto de couro de jacaré, por isso o nome.

     

    -> Tais trincas podem ser geradas por vários fatores, entre eles:

    - fadiga do pavimento que é exposto a carregamentos sucessivos;

    - ação climática; 

    - envelhecimento do ligante e perda de flexibilidade, seja pelo tempo de exposição ,seja pelo excesso de temperatura na usinagem;

    - compactação deficiente do revestimento;

    - deficiência no teor de ligante asfáltico;

    - subdimensionamento, entre outros.

     

    -> Escorregamento de massa asfáltica por fluência

     É causado por excesso de ligante, em geral junto às depressões localizadas, às trilhas de roda e às bordas de pavimentos.

     

    -> Ondulações

    O escorregamento devido à fluência da massa asfáltica é causado por adensamento diferencial do subleito que provoca comprimentos de onda da ordem de metros.

     

    -> Afundamento plástico

     Está relacionado à falha na dosagem de mistura asfáltica, uma vez que o excesso de ligante provoca solevamento lateral e compensação volumétrica junto à depressão.

     

    -> Afundamento por consolidação:

    Quando as depressões ocorrem por densificação diferencial, podendo ser localizado (ALC) quando a extensão não supera 6 m, ou longitudinal nas trilhas de roda (ATC) no caso que exceda 6m de extensão

     

    -> Desgaste ou desagregação: falhas de adesividade do ligante agregado ou pela presença de água aprisionada e sobrepressão em vazios da camada de revestimento, o que gera deslocamento de ligante.

     

     -> Exsudação: é caracterizada pelo surgimento de ligante em abundância na superfície, como manchas escurecidas, decorrente em geral do excesso do mesmo na massa asfáltica.

     

    -> Trincas de bloco: são normalmente decorrentes de reflexão de trincas de bases de solo-cal ou de solo-cimento.

     

    -> Trincas longitudinais: ocorrem por falhas executivas, recalques diferenciais, envelhecimento do ligante e falha de juntas longitudinais. 

  • Trincas tipo couro de jacarévárias causas podem gerar o trincamento jacaré, entre elas: ação da repetição de cargas do tráfego; ação climática – gradientes térmicos; envelhecimento do ligante e perda de flexibilidade; compactação deficiente do revestimento; deficiência no teor de ligante asfáltico.

    As trincas couro de jacaré são interligadas sem direções preferenciais, adotando o aspecto de couro de jacaré, por isso o nome.

    3.4 Escorregamento: Deslocamento do revestimento em relação à camada subjacente do pavimento, com aparecimento de fendas em forma de meia-lua.

    Afundamento plástico

    Está relacionado à falha na dosagem de mistura asfáltica, uma vez que o excesso de ligante provoca solevamento lateral e compensação volumétrica junto à depressão.

     

    Afundamento por consolidação:

    Quando as depressões ocorrem por densificação diferencial, podendo ser localizado (ALC) quando a extensão não supera 6 m, ou longitudinal nas trilhas de roda (ATC) no caso que exceda 6m de extensão

     Exsudação: é caracterizada pelo surgimento de ligante em abundância na superfície, como manchas escurecidas, decorrente em geral do excesso do mesmo na massa asfáltica.

    Trincas longitudinais: ocorrem por falhas executivas, recalques diferenciais, envelhecimento do ligante e falha de juntas longitudinais. 

  • Não vejo por ai!!! O "apenas" restringe; o "pode" expande!!!

    "pode e tbm não pode"...aqui sai BD e entra Português!!!

  • Primeiramente faz-se importante definir que a pavimentação consiste no revestimento de um piso ou terreno. De forma simplificada, as camadas que podem constituir um pavimento são, da mais interior para a mais exterior:

     

    - Subleito: material de fundação do pavimento;

    - Leito/Regularização: camada situada acima do subleito, formada pelas movimentações de terra na terraplenagem para conceber o greide de projeto

    - Reforço de subleito: camada com propriedades geotécnicas inferiores as da sub-base, empregada com o intuito de reduzir a espessura dessa última por motivos econômicos;

    - Sub-base: camada intermediária entre o reforço do subleito e a base. Ela tem a função de controlar deformações e compatibilizar o comportamento mecânico das camadas, podendo sua existência ser desnecessária;

    - Base: camada que resiste e distribui as ações provenientes das cargas verticais;

    - Revestimento: camada localizada acima da base, na posição mais externa. Sua função é receber a ação do tráfego diretamente.

     

    O pavimento flexível, especificamente, caracteriza-se por possui uma camada asfáltica superficial assentada sobre as camadas de base, sub-base, reforço de subleito, leito e subleito. O seu mecanismo de funcionamento fundamenta-se em todas as camadas trabalharem conjuntamente, distribuindo os esforços verticalmente em parcelas praticamente equivalentes em todas as camadas.

     

    Visto isso, acerca das manifestações patológicas citadas pelas alternativas, tem-se que:

     

    - A alternativa A está correta. As trincas interligadas do tipo "couro de jacaré" são definidas pela norma DNIT 005/2003 - TER (DNIT, 2009), item 3.1.2.2-a), como o "conjunto de trincas interligadas sem direções preferenciais, assemelhando-se ao aspecto de couro de jacaré. Essas trincas podem apresentar, ou não, erosão acentuada nas bordas." Os principais motivos que resultam nas trincas interligadas do tipo "couro de jacaré", de acordo com Bernucci et al. (2008), são: "ação da repetição de cargas do tráfego; ação climática – gradientes térmicos; envelhecimento do ligante e perda de flexibilidade seja pelo tempo de exposição seja pelo excesso de temperatura na usinagem; compactação deficiente do revestimento; deficiência no teor de ligante asfáltico; subdimensionamento; rigidez excessiva do revestimento em estrutura com elevada deflexão; reflexão de trincas de mesma natureza; recalques diferenciais; entre outros";

     

    - A alternativa B está errada. A norma DNIT 005/2003 - TER (DNIT, 2009), em seu item 3.4, define o escorregamento como o "deslocamento do revestimento em relação à camada subjacente do pavimento, com aparecimento de fendas em forma de meia-lua". A principal causa do escorregamento é o excesso de ligante (BERNUCCI et al., 2008);

     

    - A alternativa C está errada. Em seu item 3.2, a norma DNIT 005/2003 - TER (DNIT, 2009) define o afundamento como a "deformação permanente caracterizada por depressão da superfície do pavimento, acompanhada, ou não, de solevamento, podendo apresentar-se sob a forma de afundamento plástico ou de consolidação." Especificamente, o item 3.2.2 da norma DNIT 005/2003 - TER (DNIT, 2009) fixa que o "afundamento de consolidação é causado pela consolidação diferencial de uma ou mais camadas do pavimento ou subleito sem estar acompanhado de solevamento";

     

    - A alternativa D está errada. A exsudação é definida no item 3.5 da norma DNIT 005/2003 - TER (DNIT, 2009) como o "excesso de ligante betuminoso na superfície do pavimento, causado pela migração do ligante através do revestimento". Sendo assim, a causa da exsudação é um problema de dosagem, isto é, excesso de ligante;

     

    - A alternativa E está errada. Em seu item 3.1, a norma DNIT 005/2003 - TER (DNIT, 2009) estabelece que a trinca é a denominação dada para a "fenda existente no revestimento, facilmente visível a vista desarmada, com abertura superior à da fissura, podendo apresentar-se sob a forma de trinca isolada ou trinca interligada". Nesse contexto, a trinca é classificada como trinca longitudinal longa quando apresenta direção predominantemente paralela ao exido da via e possui extensão superior a 100 cm. Os principais fenômenos que acarretam trincas longitudinais longas são recalques diferenciais e procedimentos incorretos durante a execução, sobretudo relacionados à compactação (BERNUCCI et al., 2008).

     

    Gabarito do Professor: Letra A.

     

    DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (2009). DNIT 005/2003 – TER – Defeitos nos pavimentos flexíveis e semirrígidos - Terminologia. Rio de Janeiro, 2003.

     

    BERNUCCI, L. B.; MOTTA, L. M. G.; CERATTI, J. A. P.; SOARES, J. B. Pavimentação asfáltica: formação básica para engenheiros. Rio de Janeiro, v. 504, p. 27, 2008.