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ID
2106931
Banca
FCC
Órgão
SEGEP-MA
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

Anedotas

    Um dos mistérios da vida é: de onde vêm as anedotas? O enigma da criação da anedota se compara ao enigma da criação da matéria. Em todas as teorias conhecidas sobre a evolução do universo sempre se chega a um ponto em que a única explicação possível é a da geração espontânea. Do nada surge alguma coisa. As anedotas também nasceriam assim, já prontas, aparentemente autogeradas. Você não conhece ninguém que tenha inventado uma anedota. Os que contam uma anedota sempre a ouviram de outro, que ouviu de outro, que não se lembra de quem ouviu. Se anedota fosse crime, sua repressão seria dificílima.

    Os humoristas profissionais não fazem anedotas. Inventam piadas, frases, cenas, histórias, mas as anedotas que correm o país não são deles. São de autores desconhecidos mas nem por isso menos competentes. Uma anedota geralmente tem o rigor formal de um teorema. Exposição, desenvolvimento, desenlace. Grande parte do sucesso de uma anedota depende do estilo de quem conta. A anedota é uma continuação da tradição homérica, de narrativa oral, que transmitia histórias antes do livro. Anedota impressa deixa de ser anedota. Existem contadores eméritos. E casos pungentes de grandes contadores que, com o tempo, vão perdendo a habilidade, até chegarem ao supremo vexame de, um dia, esquecerem o fim da anedota.

     Dizem que, eventualmente, um computador bem programado poderá escrever teses e romances. Mas duvido que algum computador, algum dia, possa fazer uma anedota.

(VERISSIMO, Luis Fernando. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001, p. 107-108)

Atente para as seguintes afirmações:
I. A frase Uma anedota geralmente tem o rigor formal de um teorema (2º parágrafo) justifica o prestígio que alcançam as
anedotas bem redigidas.
II. A partir do momento em que as anedotas, distanciando-se de sua origem literária, tornaram-se narrativas orais, passaram
a exigir melhores contadores.
III. O autor do texto credita à arte dos narradores boa parte do sucesso que as anedotas podem fazer entre os que as ouvem.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma APENAS em

Alternativas
Comentários
  • I. A frase Uma anedota geralmente tem o rigor formal de um teorema (2º parágrafo) justifica o prestígio que alcançam as

    anedotas bem redigidas. Falso. Elas tem o rigor formal de um teorema porque obedecem a uma séria de passos específicos e bem definidos

    II. A partir do momento em que as anedotas, distanciando-se de sua origem literária, tornaram-se narrativas orais, passaram

    a exigir melhores contadores. Falso. As anedotas são orais, quando escritas perdem o caráter de anedotas

    III. O autor do texto credita à arte dos narradores boa parte do sucesso que as anedotas podem fazer entre os que as ouvem. verdadeiro

     

  • Complementando o comentário anterior:

    I. A frase Uma anedota geralmente tem o rigor formal de um teorema (2º parágrafo) justifica o prestígio que alcançam as anedotas bem redigidas.
    A afirmação já pode ser rechaçada por causa da palavra "redigidas". No texto já se diz que "Anedota impressa deixa de ser anedota";

    II. A partir do momento em que as anedotas, distanciando-se de sua origem literária, tornaram-se narrativas orais, passaram a exigir melhores contadores;
    A afirmação já pode ser rechaçada por causa do termo "origem literária". No texto já se diz que ela segue uma tradição que vem desde antes do livro.

    III. O autor do texto credita à arte dos narradores boa parte do sucesso que as anedotas podem fazer entre os que as ouvem.
    Do texto "Grande parte do sucesso de uma anedota depende do estilo de quem conta". Única alternativa correta. 

  • A assertiva I tem uma sutileza do caralho. Veja:

    Um anedota geralmente tem o rigor formal de um teorema.

    Justifica o prestígio das anedotas em geral, e não apenas das bem redigidas (segundo o autor: em geral, as anedotas são bem redigidas).

  • Gabarito: E

  • Valeu, Rogério Vendramini.