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do entrevistado
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Acesso amplo e profundo ao outro, a seu modo de se estruturar e de se relacionar, mais do que qualquer outro método de coleta de informações. Por exemplo, a entrevista é a técnica de avaliação que pode mais facilmente se adaptar às variações individuais e de contexto, para atender às necessidades colocadas por uma grande diversidade de situações clínicas e para tornar explícitas particularidades que escapam a outros procedimentos. Por meio dela, pode-se testar limites, confrontar, contrapor e buscar esclarecimentos, exemplos e contextos para as respostas do sujeito. Esta adaptabilidade coloca a entrevista clínica em um lugar de destaque inigualável entre as técnicas de avaliação (p. 75).
Enfatizando o tema, pode-se dizer que o objeto da entrevista psicológica é a relação entre entrevistador (a quem se pede ajuda) e o entrevistado (aquele que pede ajuda). Da mesma forma, mesmo que a entrevista psicológica seja usada com a finalidade explícita de se fazer algum tipo de avaliação – e nesse caso seu objeto seria o de avaliação de aspectos psicológicos da personalidade – a observação participante, como diz Sullivan (1970), ou a observação da interação, ou a observação do campo, segundo Bleger (1998), é o ponto básico e principal dessa técnica.
A observação, exercida pelo entrevistador participante do campo da entrevista, torna-se a principal estratégia técnica para a coleta e a organização das informações de que ele necessita para a avaliação das funções psíquicas do entrevistado. Sem esse procedimento não é possível entrar em contato com o mundo mental do entrevistado, o que é uma das metas da entrevista de avaliação. A questão aqui é que essa avaliação se faz ao vivo e não in vitro. Vivos estão o entrevistador e o entrevistado e, como já dissemos, o objeto da observação é a relação entre os dois. Por isso, diz-se que a observação é participante, uma vez que o entrevistador também compõe, com as suas vivências, o campo da entrevista (Hulak, 1988).
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Letra A
Mesmo que não saibamos o que disse Bleger, podemos resolver a questão por eliminação.
De pronto excluímos as alternativas C, D e E, afinal, técnica, enquadre e interpretação não possuem personalidade.
Ficamos, assim, com as alternativas A e B: entrevistado e entrevistador.
Convenhamos que configurar/elaborar uma entrevista com base nas variáveis da personalidade do entrevistador seria defender o subjetivismo; seria tirar o foco do ator principal do processo - o entrevistado.
Portanto, só nos resta marcar a letra A, embora muitas vezes o entrevistador desconhece o seu entrevistado, o que impossibilita seguir essa orientação.
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De acordo com Bleger (2003), "a liberdade do entrevistador, no caso da entrevista aberta, reside numa flexibilidade suficiente para permitir, na medida do possível, que o entrevistado configure o campo da entrevista segundo sua estrutura psicológica particular, ou - dito de outra maneira - que o campo da entrevista se configure, o máximo possível, pelas variáveis que dependem da personalidade do entrevistado." (p. 3)
Fonte: Temas de Psicologia: entrevista e grupos, de Bleger.
Quem escolheu a busca não pode recusar a travessia - Guimarães Rosa
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Gabarito: A
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De acordo com Bleger (2003), "a liberdade do entrevistador, no caso da entrevista aberta, reside numa flexibilidade suficiente para permitir, na medida do possível, que o entrevistado configure o campo da entrevista segundo sua estrutura psicológica particular, ou - dito de outra maneira - que o campo da entrevista se configure, o máximo possível, pelas variáveis que dependem da personalidade do entrevistado."