3. Em termos práticos, o maior cuidado que o analista de família deve ter é o de não permitir que o tratamento concentre-se em um único paciente-emergente e, assim, fique transformado em uma terapia individual, feito à vista dos demais familiares. Até mesmo porque todos concordam com o fato de que, nesses casos, muitas famílias conservam uma aparente unidade e harmonia, às custas de utilizar um certo membro como um "depositário" - é o que costuma ser chamado de paciente identificado - dos problemas não-manifestos dos demais. Assim, o terapeuta de família, de forma cuidadosa, deve procurar o desmascaramento da farsa inconsciente de que, de um lado, há um único paciente e, de outro lado, uma família desesperançada, vítima daquele.
ZIMERMAN, DAVID E.: Manual de Técnica Psicanalítica: Uma re-visão, Porto Alegre: Artmed, 2004. p. 380