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ID
2135854
Banca
COMPERVE
Órgão
UFERSA
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Mobilidade Urbana
Rodolfo F. Alves Pena
A mobilidade urbana, isto é, as condições oferecidas pelas cidades para garantir a livre circulação de pessoas entre as suas diferentes áreas, é um dos maiores desafios na atualidade tanto para o Brasil quanto para vários outros países. O crescente número de veículos individuais promove o inchaço do trânsito, dificultando a locomoção ao longo das áreas das grandes cidades, principalmente, nas regiões que concentram a maior parte dos serviços e empregos.
O Brasil, atualmente, vive um drama a respeito dessa questão. A melhoria da renda da população de classe média e baixa, os incentivos promovidos pelo Governo Federal para o mercado automobilístico (como a redução do IPI) e a baixa qualidade do transporte público contribuíram para o aumento do número de carros no trânsito. Com isso, tornaram-se ainda mais constantes os problemas com engarrafamentos, lentidão, estresse e outros, um elemento presente até mesmo em cidades e localidades que não sofriam com essa questão.
Outro fator que contribui para aumentar o problema da falta de mobilidade urbana no Brasil é a herança histórica da política rodoviarista do país, que gerou um acúmulo nos investimentos para esse tipo de transporte em detrimento de outras formas de locomoção. Com isso, aumentou-se também a presença de veículos pesados, como os caminhões, o que dificulta ainda mais a fluidez do trânsito no Brasil.
A cidade de São Paulo é uma das que mais sofrem com esse problema. Em média, o paulistano pode passar até 45 dias do ano no trânsito, algo impensável para quem deseja uma melhor qualidade de vida no âmbito das cidades. Aparentemente, as medidas criadas para combater essa questão não foram de grande valia: o sistema de rodízio de automóveis, a construção de mais ruas, viadutos e avenidas para a locomoção, entre outras.
A grande questão é que, segundo especialistas, não há perspectiva de promoção de uma real mobilidade urbana no Brasil se as medidas adotadas privilegiarem o uso do transporte individual. É preciso, pois, melhorar as características do transporte público de massa, com mais ônibus, metrôs e terminais. Além disso, incentivos a meios de transporte como as bicicletas, além de contribuir para essa questão, ajudam a reduzir a emissão de poluentes na atmosfera e melhorar a qualidade de vida no meio urbano. Por isso, a construção de ciclofaixas ou ciclovias surge como uma saída viável e inteligente.
Outra solução apontada para combater o inchaço de veículos nas cidades é a adoção do chamado pedágio urbano, o que gera uma grande polêmica. Com isso, os carros e motocic letas teriam de pagar taxas para deslocar-se em determinados pontos da cidade, o que recebe apoio de muitos especialistas, mas também o rechaçamento de outros. Se, por um lado, essa medida estimularia o transporte coletivo ao invés do individual; por outro , as críticas colocam que apenas a população de menor renda média é que seria direcionada para esse sentido, o que representaria, em tese, uma exclusão desse grupo ao espaço da cidade.
Vale ressaltar também que o modelo histórico de organização do espaço g eográfico brasileiro não contribui para uma mudança desse cenário. Afinal, ao longo do século XX, houve uma rápida urbanização do país, que assistiu a um acelerado processo de crescimento das cidades e também de metropolização, ou seja, a concentração da população nas grandes metrópoles. Se o país tivesse passado por um processo de Reforma Agrária adequado, de forma a conter o elevado êxodo rural e, consequentemente, os níveis de urbanização, talvez essas e outras questões urbanas fossem de mais fácil resolução.
Disponível em:<http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/mobilidade-urbana.htm> . Acesso em: 26 Ago. 2016. [Adaptado]

De acordo com o texto, depreende-se que

Alternativas
Comentários
  • Resposta letra "B".

    Parte do texto em  que diz acerca da melhora do transporte público para evitar o uso de transporte individual.

    A grande questão é que, segundo especialistas, não há perspectiva de promoção de uma real mobilidade urbana no Brasil se as medidas adotadas privilegiarem o uso do transporte individual. É preciso, pois, melhorar as características do transporte público de massa, com mais ônibus, metrôs e terminais. Além disso, incentivos a meios de transporte como as bicicletas, além de contribuir para essa questão, ajudam a reduzir a emissão de poluentes na atmosfera e melhorar a qualidade de vida no meio urbano. Por isso, a construção de ciclofaixas ou ciclovias surge como uma saída viável e inteligente.

     

  • Gab. B (acertei na prova e errei aqui kkk)

    Segundo o texto, seguem pasagens para justificar o gabarito:

    "...e a baixa qualidade do transporte público contribuíram para o aumento do número de carros no trânsito" Linha 9.

    "É preciso, pois, melhorar as características do transporte público de massa, com mais ônibus, metrôs e terminais." Linha 27.

  • Ao meu ver, caberia recurso nesta questão. Veja;

     

    b) a causa mais determinante para o problema da mobilidade urbana é a qualidade do transporte público. 

    Em nenhum momento do texto o autor afirma que há uma causa principal, ou uma determinante. Na verdade quando ele faz menção à melhoria no sitema de transporte de massa, o faz no sentido de dar uma sugestão para solucionar o problema.

     

    Perceba ainda o trecho da L.5 e L.6 "A melhoria da renda da população de classe média e baixa, os incentivos promovidos pelo Governo Federal para o mercado automobilístico (como a redução do IPI) E a baixa qualidade do transporte público contribuíram para o aumento do número de carros no trânsito" 

    Note que no trecho o autor não faz uma espécie de hierarquia, ou diz qual delas contribuiu mais, ele faz uma adição de dois fatores que contribuiu para o caos no tráfego, o autor, inclusive, usa de uma conjunção aditiva "e" exatamente para não fazer sobreposição de uma sobre a outra. 

     

     

  • Caro Dimas Pereira!

    a justificativa que embasa a letra B é: L.15 5º paragrafo

    A grande questão é que, segundo especialistas, não há perspectiva de promoção de uma real mobilidade urbana no Brasil se as medidas adotadas privilegiarem o uso do transporte individual. É preciso, pois, melhorar as características do transporte público de massa, com mais ônibus, metrôs e terminais.

  • Concundi com a D: A mobilidade urbana, isto é, as condições oferecidas pelas cidades para garantir a livre circulação de pessoas entre as suas diferentes áreas, é um dos maiores desafios na atualidade tanto para o Brasil quanto para vários outros países. O crescente número de veículos individuais promove o inchaço do trânsito, dificultando a locomoção ao longo das áreas das grandes cidades, principalmente, nas regiões que concentram a maior parte dos serviços e empregos.

  • Inferência textual:

    Quando a banca exige do candidato algo que esteja além do texto: "Dedu-se...", "Depreende-se...", "Conclui-se...", "Infere-se...". Nestes casos, impõe que resposta correta não seja algo que está explícito, mas sim subentendido. É um dedução.

    Recorrência textual:

    Quando a banca exige do candidato algo que esteja claro no texto: "Segundo o texto...", " De acordo com o texto...", " O autor diz que...". Nestes casos, impõe que a resposta esteja explícita no texto.

    FONTE: Gramática para Concursos, Marcelo Rosenthal.

    Portanto, neste caso devemos nos atentar ao que o autor quis dizer, o que deduzimos com o texto, que é : "causa mais determinante para o problema da mobilidade urbana é a qualidade do transporte público".

  • Não concordo muito com o gabarito, pois o texto elenca vários empecílhos para uma má condição para livre circulação de pessoas como, por exemplo, crescente número de veículos individuais, herança política rodoviarista e melhoria da renda da população.

    Possíveis soluções: Melhoria do transporte público, incentivo ao uso de bicicletas e pedágio urbano.

    A meu ver, o texto não deixou a entender que A CAUSA MAIS DETERMINANTE fosse o transporte público.

    A COMPERVE fantasia demais.

     

  •  b)

    a causa mais determinante para o problema da mobilidade urbana é a qualidade do transporte público. 

  • lembrando que é ''A meu ver''

  • Essa deixou a desejar. 

    Como é que a banca afirma que houve uma causa determinante se ela mesma aponta várias causas?

     

    "A melhoria da renda da população de classe média e baixa, os incentivos promovidos pelo Governo Federal para o mercado automobilístico (como a redução do IPI) e a baixa qualidade do transporte público contribuíram para o aumento do número de carros no trânsito.

     

    "Outro fator que contribui para aumentar o problema da falta de mobilidade urbana no Brasil é a herança histórica da política rodoviarista do país, que gerou um acúmulo nos investimentos para esse tipo de transporte em detrimento de outras formas de locomoção."

     

    "É preciso, pois, melhorar as características do transporte público de massa, com mais ônibus, metrôs e terminais. Além disso, incentivos a meios de transporte como as bicicletas, além de contribuir para essa questão, ajudam a reduzir a emissão de poluentes na atmosfera e melhorar a qualidade de vida no meio urbano. Por isso, a construção de ciclofaixas ou ciclovias surge como uma saída viável e inteligente."

     

    "Outra solução apontada para combater o inchaço de veículos nas cidades é a adoção do chamado pedágio urbano, o que gera uma grande polêmica. "

     

    Ora, se o problema do transporte público fosse mesmo a causa determinante, bastaria resolvê-lo que tudo ficaria em perfeito estado. Acontece que o texto aponta várias alternativas, as quais não se inserem apenas no contexto do transporte público. 

     

    Faltou um pouco de leitura do texto por parte da banca. Lamentável! Merecia ser anulada (seria menos vergonhoso para a banca). 

  • concordo com vc , Dimas pereira !

     porém , a mais certa é a letra B msm , pq a letra E apresenta aquela palavra  TODA  !

  • Concordo com "João Filho"

    Agora, minha opinião:
    para ACERTAR essa questão teria que pegar a que sobrou, aquela sem sal, que não está errada, PORÉM escolheríamos outra se tivéssemos! 

     

     a)a quantidade de carros sempre foi um problema no cotidiano das cidades brasileiras, inclusive, as de pequeno porte.

    O erro está em dizer que SEMPRE FOI, pois a partir do texto não se pode inferir isso, além disso não nas Cidades de pequeno porte, o texto fala de grandes cidades - Metrópoles, onde o fluxo de pessoas é bem superior.

     

     b)a causa mais determinante para o problema da mobilidade urbana é a qualidade do transporte público. 

    Bem, foi uma das causas apontadas pelo texto, sendo a MAIS comentada e discutida pelo autor, dessa forma podemos entender que foi a determinante.

     

     c)a ausência de mobilidade atinge tão somente os grandes centros urbanos por privilegiarem o transporte rodoviário.
    Não é privilégio de centros urbanos - tão somente (restringe demais) - Não é somente por isso, mas as péssimas condições dos transportes urbanos, o aumento da renda da classe média e incentivos...

     

     d)a resolução do problema do tráfego é um desafio enfrentado por todos os grandes centros urbanos do mundo.
    Só posso afirmar que é um "desafio na atualidade tanto para o Brasil quanto para vários outros países", mas não "por todos".

  • "A grande questão é que, segundo especialistas, não há perspectiva de promoção de uma real mobilidade urbana no Brasil se as medidas adotadas privilegiarem o uso do transporte individual. É preciso, pois, melhorar as características do transporte público de massa, com mais ônibus, metrôs e terminais."

     

    Talvez a pista para captar a esperada inferência esteja em observar o que o autor chama de "A grande questão". Se a grande questão para resolver o problema da mobilidade seja não privilegiar o tranporte individual, logo (pode-se inferir que) a causa mais determinante para resolvê-lo seja melhorar a qualidade do tranporte público.

     

    Transporte individual como grande questão X falta de qualidade do transporte público como causa determinante.

     

    Reparem que há uma oposição entre transporte individual e transporte público, a qual se chega por inferência, porém há uma proximidade de sentido entre grande questão e causa determinante.

    Agora, toda essa ginástica mental se confirma com a falta de cabimento das demais opções como bem apontou um colega antes de mim.