SóProvas


ID
2151835
Banca
Serctam
Órgão
Prefeitura de Quixadá - CE
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                       LIBERDADE

      Deve existir nos homens um sentimento profundo que corresponde a essa palavra LIBERDADE, pois sobre ela se têm escrito poemas e hinos, a ela se têm levantado estátuas e monumentos, por ela se tem até morrido com alegria e felicidade.

      Diz-se que o homem nasceu livre, que a liberdade de cada um acaba onde começa a liberdade de outrem; que onde não há liberdade não há pátria; que a morte é preferível à falta de liberdade; que renunciar à liberdade é renunciar à própria condição humana; que a liberdade é o maior bem do mundo; que a liberdade é o oposto à fatalidade e à escravidão; nossos bisavós gritavam "Liberdade, Igualdade e Fraternidade! "; nossos avós cantaram: "Ou ficar a Pátria livre/ ou morrer pelo Brasil!"; nossos pais pediam: "Liberdade! Liberdade/ abre as asas sobre nós", e nós recordamos todos os dias que "o sol da liberdade em raios fúlgidos/ brilhou no céu da Pátria..." em certo instante.

      Somos, pois, criaturas nutridas de liberdade há muito tempo, com disposições de cantá-la, amá- la, combater e certamente morrer por ela.

      Ser livre como diria o famoso conselheiro, é não ser escravo; é agir segundo a nossa cabeça e o nosso coração, mesmo tendo de partir esse coração e essa cabeça para encontrar um caminho... Enfim, ser livre é ser responsável, é repudiar a condição de autômato e de teleguiado, é proclamar o triunfo luminoso do espírito. (Suponho que seja isso.) Ser livre é ir mais além: é buscar outro espaço, outras dimensões, é ampliar a órbita da vida. É não estar acorrentado. É não viver obrigatoriamente entre quatro paredes.

Por isso, os meninos atiram pedras e soltam papagaios. A pedra inocentemente vai até onde o sonho das crianças deseja ir. (Às vezes, é certo, quebra alguma coisa, no seu percurso...)

      Os papagaios vão pelos ares até onde os meninos de outrora (muito de outrora!...) não acreditavam que se pudesse chegar tão simplesmente, com um fio de linha e um pouco de vento!

      Acontece, porém, que um menino, para empinar um papagaio, esqueceu-se da fatalidade dos fios elétricos e perdeu a vida.

      E os loucos que sonharam sair de seus pavilhões, usando a fórmula do incêndio para chegarem à liberdade, morreram queimados, com o mapa da liberdade nas mãos! São essas coisas tristes que contornam sombriamente aquele sentimento luminoso da LIBERDADE. Para alcançá-la estamos todos os dias expostos à morte. E os tímidos preferem ficar onde estão, preferem mesmo prender melhor suas correntes e não pensar em assunto tão ingrato.

      Mas os sonhadores vão para a frente, soltando seus papagaios, morrendo nos seus incêndios, como as crianças e os loucos. E cantando aqueles hinos, que falam de asas, de raios fúlgidos linguagem de seus antepassados, estranha linguagem humana, nestes andaimes dos construtores de Babel...

                                            (MEIRELES, Cecília. Escolha o seu sonho: Crônicas)

Com o uso do verbo preferir, é correta a regência verbal em:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: A

    Verbo preferir: Quem prefere - prefere ALGO A ALGO.

    Este verbo não admite outra preposição ou qualquer adjunto adverbial de comparação: mais, menos, de que, do que.

    Bons estudos.

  • Está correto o acento grave na alternativa A? Não manjo muito sobre crase facultativa haha

    Imagine se fosse bife ao invés de carne cozida. Qual seria o correto: "Meu irmão prefere peixe a bife."  ou "Meu irmão prefere peixe ao bife."?

    Acho que só haveria crase se a palavra peixe estivesse especificada, não acham?

    "Meu irmão prefere o peixe à carne cozida."

     

     

  • Verbo preferir é "bitransitivo"... 
    Prefere alguma coisa a algo...

    Neste caso... como carne cozida é um substântivo feminino ainda tem a presença do À com crase. 

     

  • Verbo PREFERIR: nunca se poderá utilizar a palavra MAIS, e a preposição obrigatória é A.  A construção correta é:

     "preferir uma coisa a outra e "NUNCA " preferir mais uma coisa do que outra. 

  • Para a alternativa "a" vale o raciocínio análogo ao da manutenção da pessoa do discurso ou uniformidade de tratamento (ex: "...e quanto a VOCÊ, cuidado com as SUAS (e não "tuas") palavras!). Não se pode usar um termo sem especificá-lo, seguido de outro especificado. Ou especifica os dois, ou nenhum.

    Crase é regência. Não dá pra analisar a regência do verbo sem obesrvar a ocorrência da crase.

  • eu acho que houve quebra de paralelismo na letra A